02/09/2016

Margareti Groot fala sobre propostas para Holambra

Candidata a prefeita de Holambra comenta sobre problemas e soluções para a cidade.

Entrevista: Leonardo Saimon / Rui do Amaral

Fotos: Walisson Farias 

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Após trazer uma entrevista com o candidato a prefeito Dr. Fernando, o Portal Holambrense traz hoje uma conversa exclusiva com a candidata Margareti Groot. O encontro entre a candidata e os repórteres aconteceu logo após o almoço na última terça-feira (30).

No início de agosto, o Partido Republicano Brasileiro (PRB) oficializou a candidatura de Margareti à Prefeitura. O PRB saiu em chapa pura e também homologou a candidatura de 14 vereadores pela sigla.

Durante entrevista, Margareti fala sobre planos para o Turismo, Saúde, Mobilidade Urbana, Educação, Infraestrutura, entre outros assuntos que acredita serem prioridades. Caso eleita, ela também revela como fará para trazer investimentos a Holambra diante da crise política e econômica presente no cenário nacional e qual o papel que seu vice, Norberto Del Cet, exercerá.

Por que você decidiu se candidatar? Porque Holambra precisa da Margareti. Na Educação, na Saúde, no Esporte, na Segurança e no Social. Porque o que vejo hoje é um governo para um grupo pequeno de pessoas dentro da nossa cidade. A merenda escolar, por exemplo, foi terceirizada. O kit escolar, que é importante dentro das nossas escolas, a questão dos uniformes, a valorização do funcionário público, isso tudo foi deixado de lado. Você vê um descaso muito grande na questão social. A gente que está na cidade vê a realidade do nosso município. Hoje você vê alguma coisa acontecendo, mas é em função do ano eleitoral. O Governo Margareti sempre foi um governo humano, um governo social. Às vezes as pessoas perguntam assim: “E aí, Margareti. Qual é o seu plano de governo?”. Eu respondo: “Meu plano de governo são vocês”. Não existe outro. Você vê a questão da Saúde e percebe que as pessoas precisam ser bem acolhidas, mas não vejo isso acontecer. Um projeto muito bonito da prefeita Margareti foi a Casa da Mulher, que foi fechada.

Qual o papel que o seu vice deve desempenhar, caso você seja eleita? Olha, eu acho que ninguém governa sozinho. Acho não, eu tenho certeza. O vice tem que ser o seu braço direito. Não é ser vice por ser. Eu vejo que em Holambra aconteceu muito isso. Infelizmente, eu tive um governo muito turbulento, com quatro, cinco meses de tentativas de me cassar. Colocaram na cabeça das pessoas que eu deveria sumir ou me retirar. Não foi um governo fácil. Apesar disso, eu trabalhei e nunca mais vi o vice durante os quatro anos. O meu vice precisa ser meu braço direito. Ele está comigo. A intenção sempre vai ser essa. Não é ter um vice por ter e depois dizer assim: “ah, não preciso mais dele”. O Norberto, para mim, é de extrema confiança, um caráter que não tem nem o que falar. É um pai, um amigo e é isso que eu espero. Hoje é a forma como eu o vejo. Uma pessoa que eu conheço de longa data, e tenho certeza de que nós vamos fazer um grande trabalho juntos.

Qual sua avaliação da Gestão Fiori, que foi posterior à sua? Péssima. Porque Holambra é muito mais do que uma lata de tinta e um vaso de flor. Quando você anda pela nossa cidade e vê a rua da Casa Bela, percebe que é realmente bonita, é linda, não vou discutir. Você vê a rua da Prefeitura, também ficou muito bonita, mas e as demais áreas? E por que vender a nossa água, sendo que não era necessário? E o povo pagando caro. Por que colocar taxa de iluminação pública, sendo que não era necessário? O esgoto hoje é maquiado. Pintar é fácil. O governo Margareti é um governo de estrutura. Ele vem com fundação. Eu fico muito triste em saber que ele vendeu a nossa área, indo para o Imigrantes, onde seriam construídos os 200 apartamentos. Ele não teve oposição nos quatro anos na cidade. Ele trabalhou à vontade, eu mesmo não fui oposição ao Fernando, porque eu acho que era o momento dele. Então, ele deveria cuidar muito bem das nossas crianças. O que ele fez com a escola Ipê? Desativou toda a parte de baixo para colocar a parte da faculdade. Você não pode pegar um lugar que está deficiente, com as crianças dentro da escola e fazer uma reforma a toque de caixa por causa de uma campanha eleitoral. Holambra é uma casca. Holambra é maquiagem. E ele não teve a dificuldade de ter uma Câmara contra dele, não houve projeto dele que não fosse aceito, como no Governo Margareti. Ele poderia estar cuidando de outras partes da cidade, que ele cuidou só lá em cima. Vai no bairro Imigrantes, Groot, Tulipa, Ipê, Flamboyant, Morada das Flores, Jardim Holanda, Camanducaia. Eu vejo que são áreas que ele recapeou, mas será que era realmente necessário recapear esta parte ou tinham outras partes que precisariam ser feitas, porém não tinham uma visão tão política como aquela? Nós temos que parar com este tipo de governo. Nós temos que trabalhar com um governo de estrutura. Nós temos hoje a nossa água, que foi vendida, e eu digo que nossa água foi vendida por trinta anos. No Governo Margareti, em 2012, o governador veio aqui e se comprometeu, junto a um projeto que nós estávamos fazendo, de realizar um trabalho para resolver o problema da nossa água, que é muito antigo.  O nosso esgoto é levado para a cachoeira, e o que foi feito lá? Foi simplesmente pintado. Aí eles vêm fazer comparação. A minha casa era um amarelo pintado há bastante tempo, mas pintei de azul. Daí as pessoas falam: “nossa! Você mudou sua casa”. Mas foi só uma lata de tinta. Não mudei um prego. Você entendeu a diferença? E é este tipo de governo que eu não concordo. Por isso digo que o governo do Fernando não foi um governo voltado para o povo. Você não sabe o quanto uma pessoa precisa do apoio do Executivo. A educação é a base de tudo, da nossa cidade, do estado, do nosso país. A saúde é uma necessidade da população. E hoje vemos que existe um descaso com remédios de alta complexidade, que simplesmente não existem. Não se pode trabalhar dessa forma. Holambra é muito bonita, é a cidade que eu amo, moro há 30 anos e a conheço bem. Ele teve a capacidade de falar do Saneamento Básico que hoje está maravilhoso. Ele só pintou. Gente, não é assim que resolve a situação da nossa cidade. Eu tenho um esgoto do lado de casa que o cheiro é insuportável. E em outros lugares dentro da nossa cidade também tem. Projetos que foram concluídos, foram concluídos com o dinheiro do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade). Com projetos que a prefeita Margareti deixou prontos, como o Centro de Convenção. Você concluir a obra é fácil, quando você pega a obra desde o início, você tem que fazer o projeto, licitar, a empresa tem que ganhar e você vai até aquele ponto, depois faz as medições e por fim entrega a obra pronta. Depois você pega o Centro de Convenção, que é projeto da Margareti, Rua Coberta, projeto da Margareti, Parque Linear, projeto da Margareti, pavimentações, projetos da Margareti. O que na verdade ele [Fiori] fez, além de pintar e colocar um vaso de flores na cidade?

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Qual o maior problema de Holambra hoje? O maior problema de Holambra é a falta de moradia popular. E vai ser prioridade no meu governo. Veja quantos condomínios foram abertos no Governo Fernando. A Câmara é a favor dele, então porque não saiu o loteamento popular dentro da nossa cidade, para a população de baixa renda? Por que se construiu uma casinha lá no Imigrantes sendo que não tem nada pronto? Por que ele fez uma casa modelo? O terreno que eu coloquei, onde seriam construídos os 200 apartamentos do Minha Casa Minha Vida, foi colocado em cima de uma terra que seria de Holambra. Foi onde a prefeita Margareti conseguiu. Não foram gestões passadas não, foi no governo Margareti. Então eu pergunto: “por que enganar o povo?”.

Durante a convenção que oficializou a sua candidatura, você disse que passou por um momento bastante conturbado enquanto foi prefeita por conta de uma oposição que era maioria na Câmara. Caso esse cenário se repita, como pretende contornar a situação? Indo para a rua. Sendo uma prefeita do povo. Onde vejo que a prefeita Margareti errou? Foi em não estar tão próxima do povo. Ela trabalhava dentro da Prefeitura, mandava projeto, mas qual é a nossa força na cidade, em um estado ou num país? O povo. Porque quando você mostrar para o povo que o projeto é bom, a gente chama a população para colocar em prática esse projeto. Hoje, a própria população cobra: “Margareti, nós queremos você na rua também”. Eu acredito que este será o diferencial.

O Brasil vive uma crise política e econômica que reflete também nos municípios. Como pretende governar a cidade perante esta realidade, na busca por novos investimentos provenientes da União? Eu acredito que nós vamos ter uma fase difícil até a gente resolver esta questão em Brasília. Eu acredito que o cofre lá esteja bem desfalcado, mas o Brasil não pode parar. No Governo do Estado nós temos as verbas das Estâncias Turísticas que Holambra tem direito. Tanto é que a prefeita Margareti usou esse recurso para aplicar na cidade como um todo. É um trabalho que, para ser realizado, você tem que ir a Brasília. E nós íamos a Brasília. Temos ministros que fazem parte do partido e que nos deixam bem à par da situação. Não adianta dizer que vai ser fácil,  porque não vai, mas nós temos que continuar buscando esse apoio e pedindo recursos para nossa cidade. A gente não pode se acomodar diante da situação que o país está enfrentando.

Holambra é conhecida nacionalmente pelo turismo. Ao menos um milhão de pessoas passa pela cidade todos os anos. Quais seus projetos para este setor?  A gente tem que dar incentivo. Para o comércio e gastronomia, que são pontos fortes na nossa cidade. Temos que ter outros espaços para o turista vir, não só na época da Expoflora. A Expoflora é um espaço muito bonito para ser usado somente uma vez por ano. Essa força virá do incentivo aos empresários, para que eles invistam na cidade.

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Você vê a necessidade de uma maior estrutura para a rodoviária de Holambra, visto que a cidade é uma Estância Turística?  Nós não temos rodoviária ainda na cidade. A questão do ônibus, da facilidade, foi um ponto muito bem colocado e é o que temos que buscar. Pode ter certeza que isso estará no nosso plano de governo, porque eu vejo a necessidade que a população tem de chegar em Holambra.

Quais são suas propostas para a valorização do funcionalismo público? Tem que ter plano de carreira. Isso também estava em projeto. Para você ter ideia, quando eu cheguei, o salário do funcionário público era de R$ 416. Eu dei um reajuste real de quase 30%. E depois os reajustes anuais. Dei cesta básica, cesta de Natal e cesta de Páscoa. Se eles [os funcionários] estiverem satisfeitos, com certeza o desempenho será maior.

Como você avalia a concessão da água de Holambra?  Eu acho um absurdo! Não era preciso fazer isso, olha o tamanho da nossa cidade. Pra que fazer a população pagar o absurdo que paga na nossa água, sendo que não foi feito nada? Nós tínhamos um trabalho feito junto ao governador do Estado. Mesmo com a concessão, ainda continua faltando água. A água sai suja da torneira. Só teve um benefício que eu não sei para quem foi: uma conta alta para a população pagar. E essa água aqui da Cooperativa nunca teve problemas. A partir do momento que privatizou, começou a faltar água.

Atualmente, diversas cidades da região dispõem de transporte para estudantes que cursam faculdade em outros municípios. Existem projetos que contemplem os universitários e os estudantes do município?  No governo Margareti, nós tínhamos um projeto que ajudava o estudante com 50% do transporte escolar. Só que ele precisava retirar o cheque na Prefeitura. Eu acho pouco, mas como prefeita era o que dava para fazer. Porque o estudante já trabalha o dia inteiro e precisa ir para a faculdade em outra cidade e ter que voltar tarde da noite, no mínimo a Prefeitura precisa custear 100% do transporte.

Como você avalia a saúde pública de Holambra? Quais são seus planos para melhorá-la? Hoje, não tem uma coisa muito séria. Nós temos que voltar a Casa da Mulher, a questão da mamografia precisa ser resolvida dentro da nossa cidade. É difícil para mulher ficar o dia todo fora. Esse projeto é importante porque lá tem o ginecologista, pediatra. Também é importante que se tenham convênios para atender a necessidade do nosso município. A questão de um hospital na nossa cidade também é importante, e não falo de um hospital enorme. Nós temos na nossa cidade um posto de atendimento, nem um Pronto-socorro é. Holambra precisa ter um hospital. E quando se fala de um hospital é de baixa complexidade e nós nem isso temos ainda. Conversando, a gente percebe isso. Às vezes, as pessoas vão no posto porque não estão passando bem e são liberadas, com o diagnóstico de uma virose. Recebem atendimento básico, mas não tem aquele primeiro exame para saber se é algo pior. A pessoa precisa ficar em observação, isso é baixa complexidade. A questão da gestante também é muito complicada, nós tínhamos o lugar para ir onde ela tinha o filho, tinha UTI neonatal.

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Parte da população carente reivindica há anos a construção de casas populares. Isso será prioridade no seu governo? Com certeza. Nós temos a área que foi vendida para o hotel, a qual não sei nem como foi feita a concorrência pública. É preciso que o governante tenha o compromisso com a moradia popular, porém eu preciso de uma prefeita que faça e de uma Câmara que apoie. Vamos buscar ajuda junto ao Governo Federal. Os 200 apartamentos estavam prontos, mas neste governo [Fiori], pediram o encerramento porque eram totalmente contra.

Segundo dados do Observatório Metropolitano de Indiciadores (OMI), Holambra viu a frota de veículos crescer 94% em dez anos. Existem propostas para a área de Mobilidade Urbana? É uma pauta que precisa ser estudada e no Governo Margareti já fizemos muito por isso. Como o estacionamento na rua principal na Rota dos Imigrantes, por exemplo. Lá perto da Ibrantina tinha um ponto de ônibus, o qual foi tirado e abriram vagas de estacionamento. O fluxo da nossa cidade tem que melhorar, mas hoje, pontuar de que forma faremos isso, ainda seria prematuro.

No primeiro semestre deste ano, 18 casos envolvendo violência contra a mulher foram registrados em Holambra. Quais medidas você pretende adotar para combater este problema? Tem que ter realmente o acolhimento da mulher pra que ela venha e possa fazer a denúncia. Se você não tiver esta parceria e saber o que acontece por meio de denúncias, se torna complicado, porque este tipo de caso é delicado.

Em 2011 suas contas foram reprovadas pela Câmara e em 2012 pelo Tribunal de Contas do Estado. Como você explica estas decisões? Quem entregou as minhas contas ao Tribunal? Foi o governante que está aí hoje. Eu não fechei minhas contas. As contas que eu fechei estão comigo. Estou com um perito judicial, estou com um recurso, com o agravo, é uma conta que vai ser muito discutida.

Você não concorda com os números apresentados? Não. Quem fechou foi ele. Teve alteração dentro do sistema, eu tenho o fechamento de como eu deixei as contas e eu sei o que ele entregou em março para o Tribunal. Eu sei o que ele cancelou, que era para pagar e ele não pagou. Isso tudo é uma questão política. Eu contratei um perito judicial para fazer a análise das contas, e ele fez o fechamento até das contas do Fernando, nos três anos dele, e tem muita divergência. Quem ficou na Prefeitura tinha a senha do sistema, e sistema você entra e altera. Nós vamos provar. O problema não está no Tribunal, mas no que foi repassado a ele.

Durante sua gestão, qual foi a menina dos seus olhos? A Educação. A qualidade de ensino, a alimentação das nossas crianças, a estrutura para os professores. Para você ter ideia, quando eu cheguei, os professores precisavam juntar carteiras para dar aula. A educação, como eu falei, é o futuro. E para isso você precisa investir e para investir é preciso o comprometimento do Executivo. E eu fui uma pessoa comprometida com a Educação e me proponho a continuar.

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