25/05/2017

Ex-vereador relembra desafios políticos para implantar o Dia do Padroeiro em Holambra

Município comemora data oficial pelo segundo ano seguido

Leonardo Saimon

Sebastião Ribeiro dos Santos – Tiãozinho – foi vereador e em um dos encontros que participou entre parlamentares da Região Metropolitana de Campinas (RMC) descobriu: “Holambra era a única cidade da região que não tinha o Dia do Padroeiro. Alguma coisa errada tinha. Porque todos os municípios tinha esse dia, mas Holambra não tinha”, revela. Naquele momento, sentiu no coração a fé falar mais alto e pensou consigo se aquele não era o momento de criar um projeto em que fixasse um dia para celebrar o Espírito Santo.

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Uma vez convicto, Tiãozinho resolveu resgatar a história do município. Para tanto, se refugiou na Lei Orgânica do Município (LOM) onde encontrou a trajetória dos holandeses até o Brasil. “Em uma parte da história diz que assim que eles fincaram a pá no chão, eles pediram que Deus abençoasse o trabalho deles”, conta Tião. O brasão carrega a figura icônica deste momento ao retratar uma pá, em uma terra sob bênção do Espírito Santo – padroeiro de Holambra. Até então, a católica Holambra se aproveitava do Dia de Pentecoste para celebrar o seu padroeiro.

Foram cerca de 30 dias para que o projeto fosse elaborado. Tiãozinho trabalhava em duas frente para embasar esse documento: na parte histórica, estudando a legislação municipal, e na frente religiosa em conversas com o padre Paulo Henrique Dias. Outra decisão importante era decidir o dia em que o padroeiro receberia as homenagens. Entre as datas cogitadas, foi sugerido o dia 31 de maio – que segundo o calendário católico é oficializado o dia do Espírito Santo. A data, porém, remete a uma tradição portuguesa e não retratava a realidade de Holambra.

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25 de maio

Em conversas com o pároco, Tiãozinho entendeu que o dia 25 de maio deveria ser o dia da festividade em homenagem ao padroeiro local. “Por dois motivos, primeiro porque é o dia da adoção. Nós adotamos os holandeses quando eles chegaram no Brasil. Segundo, porque este é o dia do trabalhador rural. Holambra tem muitos trabalhadores rurais”, elenca.

Mas, uma infeliz coincidência pôs o projeto em xeque. Em 2016, a data cairia um dia antes do Corpus Christi, o que geraria um feriado a mais para o município e poderia prejudicar a economia local. O incidente colocou Sebastião em uma situação delicada e parlamentares, que antes diziam apoiar sua causa, dessa vez resolveram voltar atrás. Foi então que o ex-vereador convocou os fiéis católicos e mobilizou membros da igreja a lotarem a plenária a fim de pressionar os vereadores pela aprovação do projeto.

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O dia da votação deste projeto impressionou a mente de Tiãozinho. As pastorais, os fiéis e até o padre Paulo compareceram àquela votação memorável. O projeto passou. Os olhos brilham e a voz embarga. Sebastião fala emocionado, mas sua fé não consegue ser expressa em palavras. É que as lágrimas caem e falam por si só.  “Às vezes muitos falavam, ‘fez por política, fez para se promover’. Não! Eu fiz o que saiu do meu coração”, assevera enquanto põe a mão na imagem de Nossa Senhora que carrega no peito.

Tiãozinho não conseguiu se reeleger e entende que, se não fosse naquele momento, este projeto talvez nunca tivesse sido concretizado. Ele conta que saiu com a cabeça erguida e acredita que esse projeto foi um dos marcos de sua Legislatura. Hoje, Holambra celebra pela segunda vez um dia próprio ao seu padroeiro: o Espírito Santo. Sebastião convida os holambrenses a uma reflexão profunda sobre Ele e  a despeito do que Ele pode fazer pelo ser humano.

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