07/10/2016

Bancários de Holambra retomam atividades após 31 dias em greve

“É um absurdo um banco do governo ficar em greve durante um mês”, reclama morador.

Leonardo Saimon

A greve nacional dos bancários, que afetou parte das agências de Holambra, terminou após 31 dias de paralisação. A decisão foi tomada pelo Sindicato dos bancários de Campinas e Região durante a noite desta quinta-feira (06), um dia depois que a Federação Nacional dos Bancários (FENABAN) apresentou nova proposta para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A paralisação foi a maior desde 2004. Após seis rodadas de negociações, a categoria aceitou a proposta que prevê, dentre outras coisas, o reajuste salarial de 8%; reajuste de 15% no vale alimentação e reajuste de 10% no vale refeição. Além disso, os dias parados não serão descontados e nem compensados.

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Ônus da greve

Foram dias difíceis para alguns moradores e comerciantes de Holambra. Embora os serviços em caixas eletrônicos seguissem funcionando normalmente, a paralisação causou dor de cabeça para a empresária Carina Antoniazi. Ela conta que serviços mais complexos foram inviabilizados por conta da greve. “Dentro do atendimento bancário existem serviços que somente nosso gerente de confiança pode resolver. Esta greve só veio atrapalhar ainda mais o desenvolvimento financeiro. A situação econômica já não está boa”, desabafa.

Para o holambrense Luís Fernando da Silva a situação era ainda mais complicada. O morador de Holambra reclama de não poder sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e nem dar entrada no seguro-desemprego. “Eu não posso sacar nem em caixa eletrônico ou em loteria. Já liguei para Caixa para saber se havia outra maneira. Foi uma falta de atenção sem igual. É um absurdo um banco do governo ficar em greve durante um mês”, lamenta Silva.

Histórico das negociações

Na época do início da greve, a presidente do Sindicato Ana Stela afirmou que a falta de reajuste é um desrespeito com os profissionais da área, já que, segundo ela, os bancos não sofreram com o atual momento econômico do país. “Mesmo numa economia em recessão, a rentabilidade dos Bancos permanece alta. No primeiro semestre de 2016, o lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) totalizou R$ 29,7 bilhões”, declarou.

No terceiro dia da greve (9), a Fenaban reabriu o processo de negociação. Porém, não mudou muito a proposta: reajuste de 7% e abono de R$ 3.300,00. Novamente, a categoria rejeitou a proposta, em assembleia no dia 12. Nos dias 13 e 15, a Fenaban e o Comando retomaram as negociações. Sem avanços. Nos dias 27 e 28, a Fenaban propôs reajuste de 7%, abono de R$ 3.500,00, acordo de dois anos e, em 2017, reposição da inflação mais 0,5% de aumento real. O Comando rejeitou a proposta na mesa.


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