Um amor que pode fazer coisas improváveis
Neste Dia da Mães, Verônica Del Cet indica dois documentários emocionantes sobre a força do amor de mães e filhos
No clima Dia das Mães, vale a pena conhecer histórias de mulheres que foram, e ainda são, capazes de fazer o improvável e até algo que coloque sua própria vida em perigo pelos próprios filhos. O documentário Mães Chinesas fala sobre a política do filho único na China, existente e praticada já faz algum tempo.
Basicamente, a população chinesa é forçada a seguir tal política, como forma de manter a taxa de natalidade controlada – uma vez que a China é um dos países com o maior índice demográfico do mundo. Entretanto, o que tal política não se preocupa é pensar nos efeitos que a medida acarreta na vida de tantas mulheres chinesas.
Usando apenas uma região da China para mostrar a intimidação e perigos que a política do filho único propicia, a pequena Vila de Ma será o cenário para o documentário, e é de lá que histórias impressionantes são contadas. Como é a vida de mulheres que podem gerar apenas um filho? Como fica a vida de mulheres que ousam contrariar tal medida? E se o filho gerado for uma mulher e não um homem? Lembrando que famílias chinesas se preocupam em ter um filho homem, devido a cultura de que é o filho que cuidará dos pais quando esses estiverem em idade avançada.
Diante de todo o custoso sacrifício que mulheres fazem, a intimidação que sofrem é grande. O amor que sentem quando são e decidem serem mães é capaz de fazer o improvável. O documentário rebate a política com maestria e pondera sobre as precárias condições com que mulheres chinesas são submetidas caso decidam não ter mais de um filho e todas as medidas que precisam tomar para não correrem o risco de irem contra o governo e tais leis.
Um outro emocionante documentário, mas desta vez mudando o foco para a figura do filho, é Um Casamento para Recordar. Conta a verídica história de uma mulher chamada Pamela White. Atriz, modelo e assistente social que sofria com o Alzheimer, ela tem sua vida narrada em formato de um documentário pelo próprio filho cineasta. Preocupado com a perda de memória da mãe, Banker White narra fatos marcantes da vida de Pamela, assim como conta a evolução da doença e o impacto que tal enfermidade acarreta na vida da família toda.
No documentário, ela conta a própria vida para que ao assistir ela se relembre de episódios primordiais, como o seu casamento. O filho não mediu esforços para fazer com que essa tarefa se concretizasse, assim como não mede esforços para ajudar a sua mãe que, em determinados momentos, não irá se lembrar de nada nem ninguém. Emocionado, o cineasta confirma em muitas entrevistas que foi um processo doloroso emocionalmente, mas muito bonito de ser feito. Afinal, o que não fazemos pelos nossos pais?
A lição mais forte que o documentário não exibe, mas deixa transparecer, é de que os filhos devem e podem fazer o improvável por seus pais, quando eles estiverem já com idade avançada e talvez sofrendo de alguma enfermidade.
O que os dois documentários sugeridos têm em comum? Não muita coisa. Na verdade, apenas uma semelhança: a força improvável que tanto mães e filhos fazem por um amor em comum.
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Verônica Lazzeroni Del Cet é estudante de Letras na Unicamp
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