03/11/2019

Quem é Piet Schoenmaker? Conheça mais do holandês que encanta e faz história em Holambra

Pioneiro da Expoflora e conhecido por ser alto astral, Piet conta como tudo começou e mostra que o amor pela dança rompe barreiras e o ajuda enfrentar a luta contra o câncer

Mariana Avanzzi

Piet Schoenmaker; ele é a figura icônica da maior exposição de flores da América Latina e da própria Holambra. É claro que ele também tem que estar na série dos “Holambrenses que fazem história”. Pioneiro da Expoflora e conhecido por ser alto astral, Piet conta como tudo começou e mostra que o amor pela dança rompe barreiras e o ajuda a enfrentar a luta contra o câncer.

Como tudo começou

Piet chegou ao Brasil em meados de 1959 com sua família. Na época, ele tinha apenas 15 anos e não fazia ideia de quem se tornaria. Homem simples, pacato e acostumado com a vida no interior, teve uma reviravolta ao se apaixonar pela arte da dança, que move sua vida até os dias de hoje. Esta é a responsável por colocá-lo como a “cara” da Expoflora.

Como a maioria dos holandeses que chegaram ao Brasil, Piet começou a reconstruir a vida com a família trabalhando como produtor. Inclusive, na primeira edição da Expoflora, ele já estava lá, mas não como dançarino e sim como um expositor agrícola.

Conhecido por ser alto astral e por se divertir dançando, no ano seguinte Piet foi convidado para se apresentar na Expoflora com um grupo de dançarinos. Como ele já dançava, foi proposto que ele ensaiasse um grupo de jovens e levasse para Expoflora um pouco da cultura holandesa através de danças folclóricas e é claro que ele aceitou o desafio.

Outros grupos foram se formando e pedindo a ajuda de Piet que, entre um trabalho e outro, dava um jeito de ensinar da tradicional dança de uma forma divertida. Foi assim que passou a ficar cada vez mais conhecido. Tudo partiu de uma diversão, Piat dançava porque gostava e se alegrava com isso. “Eu não podia faltar no serviço. Trabalhava durante a semana e aos finais de semana ensaiava e apesar do cansaço, eu fazia isso com muito gosto, pois amava aquilo”, afirma.

Piet e a dança

A primeira propaganda feita com a imagem de Piet foi um cartaz em tamanho real. Ele levou um susto e naquele momento, ocupado com outras coisas, não tinha ideia do que estava por vir e que viraria uma pessoa ainda mais conhecida. Hoje, depois de 38 edições do sucesso da Expoflora, Piet se orgulha de fazer parte da história do festival, mas acima de tudo ele mostra ter amor pela dança e pela Cidade das Flores.

“A dança tem poder de inclusão, de trazer harmonia. Ela ensina que você faz parte de um todo e que é preciso cuidar do todo com energia e sincronia. Para isso, a pessoa tem que se moldar para entrar no ritmo e assim é a vida também”, expressa Piet.

Foi por passar ensinamentos como esse através da arte da dança que Piet recebeu em 2016, uma escultura em sua homenagem na entrada da Cidade das Flores. A vida, a dança e a forma de enfrentar os problemas é o que faz dele um exemplo de ser humano e com que ele seja querido por todos que os rodeiam.

“A vida é assim! O câncer veio, mas a gente aprende a dançar conforme a música”

Problemas de saúde

Atualmente, Piet faz tratamento contra um câncer e sua energia não é mais a mesma. Apesar disso, ele garante que dançará até a última Expoflora que puder participar. “Depois de levar um susto e se perguntar o porquê de acontecer comigo eu não tenho raiva da doença, pois aprendi muito com ela. A vida é assim! O câncer veio, mas a gente aprende a dançar conforme a música”, expõe.

Segundo Piet, a situação é difícil e complicada, mas para quem não sabe a doença acaba passando despercebida. A forma com que Piet encara a vida é de se admirar. “O fim da vida não é o fim da vida e eu não tenho medo da morte. O que eu tinha que fazer da vida eu já fiz e vivi tudo intensamente. Ainda tenho um pouco de disposição, ainda me divirto muito e me alegro muito em dançar”, finaliza.

Como ele mesmo diz, Piet é brasileiro por obstinação e garante que mesmo com todos os defeitos, Holambra é seu paraíso, a dança é sua maior alegria e a vida tem que ser encarada com ritmo, harmonia e muita diversão.

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