07/01/2021

Protesto reúne produtores de Holambra contra fim da isenção do ICMS

Veículos devem percorrer as principais ruas de Holambra nesta quinta-feira (7)

Da redação

Produtores e entidades representativas dos setores de flor e agrícola de Holambra estão reunidos nesta quinta-feira (7) protestando contra o fim da isenção do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), proposto pelo governador João Doria (PSDB). A manifestação começou pela manhã dentro do recinto do Parque da Expoflora.

Os organizadores do evento dizem que a expectativa é que mais de 500 produtores estarão presentes com máquinas agrícolas e tratores para a manifestação. Todo o evento tem como objetivo manifestar contra o fim da isenção de 4,14% dos produtos agrícolas no estado de São Paulo.

Os produtores de Holambra esperam que com este tipo de manifestação, além de alertar a população para um risco de reajuste nos produtos de origem agrícola, também revogue os Decretos Estaduais 65.254 e 65.255/2020 feitos pelo governador João Doria.

Jorge Possatto, diretor geral de uma cooperativa de flores de Holambra, diz que não há como repassar este tipo de reajuste para o consumidor. Que todo este momento de pandemia, pode dificultar a comercialização dos produtos.

“Depois de perderem praticamente toda a produção em março do ano passado, os produtores de flores e plantas ornamentais têm se reinventado a cada dia para manter os seus negócios e abastecer o mercado. Todos tiveram que enfrentar, em 2020, os aumentos de insumos e mudas decorrentes da variação do dólar e os sequentes aumentos nos preços dos materiais e de embalagens. Para os produtores de flores de corte, principalmente, que já iniciaram 2021 com a queda de 30% no faturamento devido ao cancelamento das festas e eventos, não há como absorver e muito menos repassar novos aumentos. Além disso, com a elevação dos casos de Covid-19 e com a incerteza quanto às campanhas de vacinação, não há perspectivas de mudança desse cenário no curto prazo”, diz Jorge.

Sobre o decreto, o Instituto Brasileiro de Floricultura – Ibraflor – se manifestou e enviou um ofício ao governador pedindo a revogação dos decretos. No documento, a instituição alerta para uma possível onda de inadimplência e um impacto social na possível demissão de pessoas da área.

“O aumento da tributação apenas incentivará o crescimento da quantidade de devedores contumazes e da adoção de práticas ilegais para burlar o sistema tributário. Esta medida trará graves consequências para todos os elos que compõe o setor de flores nacional. Além do aumento expressivo no custo de produção, transporte e comercialização, haverá um impacto social enorme, com a redução de empregos e, econômico, provocado pelo aumento de inflação e pela diminuição do consumo. As consequências serão irreversíveis”, diz trecho documento; a instituição não obteve resposta do governo.

O Estado de São Paulo representa 70% da cadeia de flores de todo o Brasil. De Holambra é exportada flores para todo o Brasil e América Latina.

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