Projeto homenageia munícipes que contribuíram para o desenvolvimento de Holambra

Na última sessão da Câmara de Holambra no ano de 2017, realizada no dia 14 de dezembro, foi aprovado por unanimidade um projeto de Lei denominando oficialmente as vias públicas do loteamento Moinho Residencial. De autoria do vereador Mauro Sérgio (Serjão-SD), a proposta homenageia cidadãos que contribuíram de forma marcante para o desenvolvimento de Holambra: Géza Ferenc Gyorgy Árbocz, Antonius Van Der Bruggen (Toninho Holandês), Antonio Alves, Derk Sybrand Bruins (Seu Sacrifício) e Luiz de Lima. Familiares e amigos acompanharam a sessão.

Pequena biografia dos homenageados:

• Luiz de Lima 

Luiz de Lima sempre trabalhou na “Fazenda Ribeirão”. Pioneiro, já vivia no que futuramente seria Holambra antes mesmo da chegada dos holandeses. Deu a Holambra seu serviço, trabalhando a terra com a ajuda da enxada e seu marcante Carro de Boi. Deixou suas conversas e seus conselhos. Foi um Homem de caráter e exemplo de pai, narido, avô e cidadão, cumpridor de seus deveres e um homem de fé. Faleceu em 30 de outubro de 1987.

• Géza Ferenc Gyorgy Árbocz

Nascido em 20 de janeiro de 1944, Géza Árbocz foi um imigrante. Chegou ao Brasil ainda menino, após nascer em uma Hungria sob bombardeio dos russos e passar sua primeira infância em campos de refugiados. Abraçou o novo país como se fosse seu. Aprendeu o idioma, a cultura, fez amigos, casou-se e formou sua família aqui.

Pensando no bem comum, deixava o convívio familiar para mergulhar na leitura de leis, orçamentos, regulamentos e defender um correto uso do dinheiro público. De todos os lugares onde viveu, Holambra lhe foi o mais querido.

Sonhou em ver esta pequena cidade próspera, com serviços de excelência e boa infraestrutura em cada bairro. Dedicou-se a essa meta e, não fosse a doença, teria feito muito mais por Holambra.

Faleceu em 16 de dezembro de 2015 em meio a tantos projetos que lhe deram força para enfrentar a doença por 3 anos, deixando seu exemplo de dedicação e persistência.

• Antonius van der Bruggen (Toninho Holandês)

Nasceu na Holanda em 25 de setembro de 1942. Em 1949, embarcou com destino ao Brasil com seus pais e irmãos, fugindo da tristeza e destruição causada pela guerra.

Trabalhou na Cooperativa de Holambra por 14 anos, sendo responsável pelos turmeiros, na divisão de lotes para os imigrantes e serviços diversos. Em meio ao trabalho, sempre arrumava um tempo para curtir suas duas paixões: andar a cavalo e pescar. Em meados de 1975 abriu o Bar e Restaurante “Toninho Holandês”, muito conhecido pelos moradores locais pela qualidade e bom atendimento. Hoje, o restaurante é administrado por sua esposa e filhos.

Toninho foi um imigrante que tanto amou este país que tão bem o recebeu e onde construiu sua família e sua história. O holandês mais brasileiro de todos nos deixou muitas saudades.

• Derk Sybrand Bruins (Seu Sacrifício)

Derk Sybrand Bruins, conhecido como “Seu Sacrifício”, chegou ao Brasil em 12 de junho de 1959 acompanhado da esposa Mia e 3 filhos – outros dois nasceriam no Brasil. Durante vinte anos praticou por conta própria uma atividade peculiar: era responsável por tocar o sino da igreja do Divino Espírito Santo para missas, casamentos, velórios ou batizados.

Mesmo depois de muito tempo no Brasil, era uma figura que remetia ao típico holandês: usava os tradicionais tamancos de madeira e uma charrete como meio de transporte. Apesar do jeito simples, Sacrifício tinha curso superior, falava várias línguas e dialetos, lia e escrevia muito bem.

Alguns atribuem o apelido de Sacrifício a uma viagem que fez em 1948, à pé, da Holanda até a Itália, quando teve uma audiência com o Papa Pio XII. Outros acreditam que veio da ação de badalar os sinos todos os dias. Sacrifício morreu em 29 de janeiro de 1999, após morar quase 39 anos em Holambra.

• Antônio Alves

Antônio Alves nasceu em 9 de setembro 1941 e faleceu em 22 de agosto de 2008. Teve grande importância para Fazenda Ribeirão e logo depois para Holambra. Convidado a ser vereador, não aceitou com medo de criar inimizades e desavenças com a população que tanto gostava e respeitava. Carpinteiro de primeira, trabalhou vários anos com senhor Henck, foi junto a mais três pessoas fundador do renomado Colégio Participação.

Foi proprietário da 1ª farmácia de Holambra e também taxista. Posteriormente, adquiriu a primeira van da cidade, na qual levava a população para passeios, visitas à familiares, médicos, hospitais, funerais. Muitas dessas vezes, quando a pessoa não tinha dinheiro para pagar a corrida, não deixava de fazer a viagem por ser homem de coração grande e generoso.

Foi proprietário durante 40 anos junto com a esposa de um bar e mercearia, onde passava momentos de lazer. Enfim, Antônio Alves foi uma pessoa que amava sua cidade e vibrava com cada conquista por ela alcançada.

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