06/01/2021

Produtores de Holambra aderem a protesto contra fim da isenção do ICMS

Ibraflor diz que volta de imposto poderá acarretar problemas sociais como desemprego

Protesto contra o governo federal – Foto: Internet

Henrique Oliveira

Produtores de Holambra prometem um protesto contra o fim da isenção do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), proposto pelo governador João Doria. A manifestação acontecerá na próxima quinta-feira (7) às 8h frente ao Moinho Povos Unidos, às margens da SP-107.

Os organizadores do evento dizem que a expectativa é que mais de 500 produtores estarão presentes com máquinas agrícolas e tratores para a manifestação. Todo o evento tem como objetivo manifestar contra o fim da isenção de 4,14% dos produtos agrícolas no estado de São Paulo. Esta manifestação tem previsão de acontecer em várias cidades do estado na próxima quinta-feira (7).

Os produtores de Holambra espera que com este tipo de manifestação, além de alertar a população para um risco de reajuste nos produtos de origem agrícola, também revogue os Decretos Estaduais 65.254 e 65.255/2020 feitos pelo governador João Doria.

Jorge Possatto, diretor geral de uma cooperativa de flores de Holambra, diz que não há como repassar este tipo de reajuste para o consumidor. Que todo este momento de pandemia, pode dificultar a comercialização dos produtos.

“Depois de perderem praticamente toda a produção em março do ano passado, os produtores de flores e plantas ornamentais têm se reinventado a cada dia para manter os seus negócios e abastecer o mercado. Todos tiveram que enfrentar, em 2020, os aumentos de insumos e mudas decorrentes da variação do dólar e os sequentes aumentos nos preços dos materiais e de embalagens. Para os produtores de flores de corte, principalmente, que já iniciaram 2021 com a queda de 30% no faturamento devido ao cancelamento das festas e eventos, não há como absorver e muito menos repassar novos aumentos. Além disso, com a elevação dos casos de Covid-19 e com a incerteza quanto às campanhas de vacinação, não há perspectivas de mudança desse cenário no curto prazo”, diz Jorge.

Sobre o decreto, o Instituto Brasileiro de Floricultura – Ibraflor – se manifestou e enviou um ofício ao governador pedindo a revogação dos decretos. No documento, a instituição alerta para uma possível onda de inadimplência e um impacto social na possível demissão de pessoas da área.

“O aumento da tributação apenas incentivará o crescimento da quantidade de devedores contumazes e da adoção de práticas ilegais para burlar o sistema tributário. Esta medida trará graves consequências para todos os elos que compõe o setor de flores nacional. Além do aumento expressivo no custo de produção, transporte e comercialização, haverá um impacto social enorme, com a redução de empregos e, econômico, provocado pelo aumento de inflação e pela diminuição do consumo. As consequências serão irreversíveis”, diz trecho documento; a instituição não obteve resposta do governo.

O Estado de São Paulo representa 70% da cadeia de flores de todo o Brasil. De Holambra é exportada flores para todo o Brasil e América Latina.

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