16/03/2016

Produtores de flores apostam em alternativas contra dengue em Holambra

Suportes e plantas que exigem menos água são modelos para evitar criadouros do mosquito.

Após a descoberta que o mosquito Aedes aegypt também é o transmissor das doenças zika e chikungunya, produtores de flores buscaram alternativas para manter seus produtos no mercado sem os clientes terem medo de vasos acumularem água. Uma delas foi investir em plantas com menor necessidade de cotejamento e a outra a criação de suportes fechados, como minis hidroculturas, que impedem a entrada de mosquitos. Para os produtores, a ideia vem dando certo e se tornou um facilitador de mercado nesses períodos de epidemia.

A iniciativa recebeu destaque durante a feira Veiling Market, evento direcionado a empresas e profissionais do segmento de flores e plantas ornamentais, durante a quarta-feira (16).

Terráreos, como é chamado o tipo do segmento mini, é um conjunto de cactos e suculentas aplicadas dentro de um aquário que podem ser irrigadas de 15 a 15 dias, ou uma vez ao mês. Como não acumula água e é pequena, a planta mantem o serviço decorativo da casa e não preocupa o consumidor em relação ao acumulo de água.

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De acordo com o produtor Eder Rodrigo Lucindo, responsável pelo modelo, a ideia veio durante o período da crise hídrica, em 2014, quando era preciso pensar em plantas que não consumissem muita água. Porém foi há seis meses que o produto ganhou força por não permitir o desenvolvimento do mosquito Aedes. “A quantidade de água suficiente para ele é uma xícara de café, então em relação ao consumo de água, é quase zero. Consequentemente o terráreo se torna imune ao mosquito da dengue. E sem dúvida isso nos levou a trabalhar com ele”, aponta.

Toda a produção é feita no bairro Alegre, em Holambra, e segundo Lucindo tem sido bem aceita no mercado. A empresa também tem aproveitado as datas festivas para aderir elementos aos terráreos a fim de estimular a venda. Normalmente os produtos são usados para presentes e decoração.

Outro produtor que adaptou o suas flores foi o do grupo Salland. Diferente de Lucindo, o grupo criou pequenos reservatórios no modelo da hidrocultura, encaixáveis com as plantas. Nele uma fenda no meio do suporte permite alocar a flor e uma fita nesse espaço se liga a outra metade do reservatório, onde é colocado água. Assim a planta recebe irrigação permanente e não há possibilidade do mosquito entrar em contato com água, depositando ovos.

Diferente de Lucindo, a ideia não surgiu em vista ao período de estiagem ou contra o mosquito transmissor da dengue, mas sim como uma forma de ter pequenas plantas em casa sem a necessidade de irrigação constante.

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Um grupo do Rio Grande do Sul também desenvolveu um projeto semelhante em que o filtro de ligação é composto por cordões que agem como uma raiz artificial, garantindo a umidade da terra.

O presidente da Veiling Holambra avalia que essas iniciativas são positivas, mas que a dengue não afetou tanto o mercado quanto a crise hídrica e econômica. Segundo ele o catalizador de problemas estaria na própria propaganda contra a dengue que sempre associa flores ao mosquito e não o problema como um todo. “Nós temos uma propaganda enganosa porque o grande problema da dengue é a água parada, não a flor”, destaca. “Então afeta o mercado da flor? Sim e não. No passado os cemitérios foram proibidos de terem flores com potes. E isso afetou o crisântemo. Mas flor é da natureza. Acho que água parada naturalmente não é o problema, mas sim a água acumulada em lixos.”

Veiling Market

Além das opções que evitam acumulo de água, a feira Veilying Market apontou outras novidades dentro do segmento de flores.

Nesta edição, que começou na quarta-feira (16) e se encerra quinta (17), tiveram destaque variedade de Antúrios: Princess Amália Elegance e Red Gian, violetas dobradas e a rosa explorer, variedade com botões e hastes bem formadas, livres de espinhos e de flores com cerca de 40 pétalas.

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Como a feira acontece duas vezes ao ano, esta veio focada nos eventos do primeiro semestre como Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Avós e Dia dos Pais, exibindo espaços e harmonizações.

Cerca de 700 profissionais do setor participam do evento, sendo 80% dela de produtores da região de Holambra.

A feira acontece no prédio da Veiling, em Santo Antônio de Posse.


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