Prefeitura de Holambra volta atrás a respeito de estacionamento de ré no Centro

Da redação 

Maria Lúcia tem 39 anos e, toda vez que vai até o Centro de Holambra, repete o mesmo ritual: percorre a Rota dos imigrantes por diversas vezes antes de encontrar uma vaga. Segundo ela, a falta de locais para estacionar o carro é um dos principais problemas na Cidade das Flores. Acontece que a maneira de estacionar na principal via do município quase foi alterada, o que gerou reclamação por parte dos munícipes.

O fato de que a Rota dos Imigrantes será remodelada não é mais novidade, já que qualquer holambrense percebe as obras realizadas no local. Um detalhe, no entanto, não foi percebido por toda a população quando as mudanças programadas para a via foram anunciadas: a mudança no estacionamento, que deveria se manter em 45 graus, porém de ré.

Em nota enviada pela prefeitura ainda no início da retomada das obras, o Executivo informou que a proposta, apresentada pelo município à Secretaria de Turismo do Estado há quase cinco anos, prevê a criação de ciclovia, recapeamento asfáltico, renovação do calçamento com faixas adaptadas para deficientes visuais, instalação de passagens elevadas para pedestres e novo mobiliário urbano – além da reorganização do sistema de estacionamento em vagas de 45 graus. E é justamente neste ponto, a alteração da maneira de estacionar, em que está a polêmica.

“Queria saber como os outros motoristas vão adivinhar que vou estacionar de ré para dar uma certa distância”, indaga Aparecida Angeloni. Elzbieta Lima também se mostra contra a implementação. “É um absurdo e, quem não souber que se deve estacionar assim, levará multa”. Já Maria Lúcia, de nosso primeiro parágrafo, demonstra incerteza sobre a nova maneira de estacionar. “Pode ser que isso gere mais vagas, mas não sei se todos os motoristas saberão parar o carro desta forma”, completa.

O estacionamento, de acordo com o Executivo, se manteria em vagas de 45°, com a inversão da pintura de solo atual para facilitar a entrada de ré. Diversos moradores do município mostraram certa indignação com a alteração, o que levou a vereadora Jacinta Heijden (PSDB) a entrar em contato com a prefeitura a fim de obter informações.

Segundo a legisladora, o Executivo afirmou que tal projeto já estaria aprovado pela Secretaria de Turismo do Estado. À época, tal proposta teria sido amplamente discutida por uma comissão de comerciantes da Rota dos Imigrantes, com ciência da Associação Comercial e apoio do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (CMDU).

As justificativas, de acordo com a prefeitura, seriam o acesso facilitado ao porta malas e às portas traseiras, oferecendo mais segurança, além de saída do estacionamento com um campo de visão melhor do tráfego e, no caso de uma emergência, as saídas destes veículos terão maior fluidez. Caberia ao Executivo uma ampla divulgação sobre demais orientações.

Vereadores

A legisladora Jacinta Heijden (PSDB) não foi a única a se manifestar sobre o assunto, que foi tema de uma indicação apresentada na sessão da Câmara do dia 18 de junho. Naiara Hendrikx (MDB), Jesus Aparecido (PSD), Mário Sitta (PSDB) e Edison Picão (PV) são os responsáveis pelo documento, que traz como tema central a revisão por parte da prefeitura a respeito da nova forma de estacionar.

Os representantes do Poder Legislativo pedem que a forma atual de estacionamento seja mantida. “Solicitamos que o Executivo reveja a decisão, para que o estacionamento continue da forma frontal em 45 graus”, descreve a indicação.

Prefeitura volta atrás

O Portal Holambrense entrou em contato com o Executivo Municipal que informou que atendendo à solicitação de moradores e dos vereadores Naiara Hendrikx, Jesus da Farmácia, Edison da Farmácia, Sitta da Fanfarra e Lucas Simioni, autores da Indicação nº 106/2018, “o projeto de remodelação da Rota dos Imigrantes será readequado a fim de manter o estacionamento em seu formato original, com entrada de carros de frente nas vagas de 45 graus”.

“É importante ressaltar que, desde 2014, mais de 80 reuniões foram feitas por uma comissão formada por proprietários de imóveis da Rota, locatários desses imóveis, prefeitura e Associação Comercial para discutir o projeto – incluindo a proposta inicial de estacionamento de ré, aprovada nesses encontros”. A nota ainda ressalta que não há previsão de novas alterações.

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