01/10/2017

Profissionais de Holambra falam sobre o câncer de mama

Outubro Rosa visa conscientizar a população sobre a doença

Da redação

O mês de outubro é marcado por uma forte campanha de conscientização. Trata-se do ‘Outubro Rosa’. A ação, presente em todo o planeta, visa conscientizar homens e mulheres sobre os perigos do câncer de mama, e também propõe medidas para se evitar um diagnóstico tardio. A doença é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é importante aumentar o alerta público sobre os diferentes sintomas da doença e encorajar as pessoas a buscarem atendimento quando esses sintomas aparecem.

Buscando dar mais esclarecimentos sobre a doença, o Portal Holambrense conversou sobre o tema com dois profissionais de Holambra. O diretor municipal de saúde Valmir Marcelo Iglecias e a médica pediátrica e clinica geral Maria da Penha Mauad exclareceram diversos aspectos dessa patologia tão assustadora. Os profissionais falaram sobre os sintomas, chances de cura e reincidência e tratamento, além de tirar outras dúvidas sobre o tema.

Leia a entrevista na íntegra:

Até o ano passado, as mulheres de Holambra tinham que se deslocar do município para realizar exames de mamografia. Como está a situação da cidade, visto que os exames já estão sendo feitos em Holambra desde o início da parceria público-privada firmada em abril? Mais de 750 exames de mamografia foram realizados pela rede pública de saúde de Holambra esse ano. Parte aqui, parte fora. Foi uma conquista importante para Holambra viabilizada pela dedicação do prefeito Dr. Fernando. A disponibilidade do exame na cidade não impede o agendamento e realização de procedimentos em hospitais de referência da região como o Ambulatório Médico de Especialidades de Amparo, que ainda atendem a um número expressivo de pacientes holambrenses. O transporte nesses casos, vale lembrar, é gratuito.

O que causa o Câncer de Mama? O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve na mama como consequência de alterações genéticas em conjuntos de células. Alguns fatores devem ser observados com atenção. Histórico de câncer de mama em familiares consanguíneos pode implicar em predisposição genética. Alterações na mama, ainda que não relacionadas ao câncer, como cistos ou calcificações, também podem aumentar as chances de surgimento de tumores. O acompanhamento médico, sobretudo em casos como esses, é extremamente recomendável. Ele pode ser feito sem custos com médicos generalistas ou ginecologistas que atendem pela rede pública municipal de Saúde.

Homens precisam se preocupar com a doença? O câncer de mama é mais comum em mulheres, mas homens também podem desenvolver a doença.

Quais os sintomas que este tipo de câncer apresenta e quando a pessoa deve se preocupar? Os sintomas variam de acordo com o tamanho e o estágio do tumor. Eles vão de vermelhidão na pele e inchaço a alterações no formato do mamilo e das mamas. Nódulos na axila, secreção no mamilo e feridas na mama também são indicativos que devem ser observados. A realização de exames preventivos e o acompanhamento permanente por meio do autoexame são fundamentais. As unidades básicas de Saúde da cidade estão à disposição dos moradores e oferecem todas as orientações necessárias com relação a essa autoavaliação. Todo sintoma ou suspeita são motivos de preocupação e devem ser investigados imediatamente. A maior chance de cura se dá por meio do diagnóstico precoce. Nos primeiros estágios, ela é de até 90%.

É sempre possível notar a doença por meio do toque nos seios? Não. E isso reforça a importância do acompanhamento médico regular, com exames periódicos e avaliações preventivas como a mamografia na idade adequada, a partir dos 40 anos.

Prótese de silicone nos seios pode levar à doença? Não existem ainda estudos conclusivos nesse sentido, mas toda alteração nas mamas representa riscos – não necessariamente relacionados ao câncer – e deve ser vista com muita cautela.

Como é o tratamento de câncer de mama? Existem diversos tipos de tratamento, como terapias locais ou sistêmicas, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e cirurgia. Eles podem ser combinados ou não. O que vai determinar a escolha é o estágio do tumor, o diagnóstico de metástase e a apresentação ou não de receptores hormonais.

Quais as chances de cura? O diagnóstico precoce tem peso decisivo nessa avaliação. Um tumor diagnosticado nos estágios 0 ou 1 chega a ter mais de 90% de probabilidade de cura. Já um câncer de mama 3 ou 4 tem de 30 a 40% de chance total.  Entretanto, tumores mais avançados podem responder bem ao tratamento. Podem ser operados e retirados completamente. Por isso é importante conversar com o médico e sempre buscar novas formas de lidar com a doença.

É possível viver normalmente após passar por um câncer de mama? Com o diagnóstico de cura em mãos, muitas mulheres ainda têm um longo caminho de superações fisiológicas e psicológicas antes de retomarem a vida que tinham antes da doença. Cerca de 70% das pacientes precisam tomar medicamentos de bloqueio hormonal por entre 5 e 10 anos, o que gera, por exemplo, sintomas de menopausa precoce. Atividades físicas como ioga têm surgido como soluções para diminuir o desconforto, além de prevenir a recidiva da doença.

Quais as chances de desenvolver a doença novamente? A maioria das recidivas ocorre nos primeiros dois anos após o tratamento, mas existem casos de recidivas tardias. Não há um limite máximo de tempo em que elas podem surgir.

A doença é hereditária? Como dito anteriormente, mulheres com histórico de casos de câncer de mama em familiares consanguíneos – especialmente em jovens –, de câncer de ovário ou de mama em homem podem sim ter predisposição genética e possuem risco elevado para a doença.

Qual a importância da campanha do Outubro Rosa para Holambra? O principal objetivo de campanhas como essa é trazer o tema à tona e incentivar a população a fazer o acompanhamento, o autoexame e a cuidar efetivamente de sua saúde. É um momento de despertar para esse tema que é sério e que precisa ser tratado com seriedade. O câncer de mama é, afinal, o tipo de câncer que mais acomete e mata mulheres em todo o mundo.

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