08/09/2016

Número de beneficiários do Bolsa Família cresce 755% em Holambra

Aumento pode estar associado ao cenário delicado na economia brasileira.

Leonardo Saimon

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O número de beneficiários do Bolsa Família em Holambra cresceu 755% nos últimos doze anos. Em agosto de 2004, somente 18 famílias eram contempladas com o programa no município. Atualmente, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), existem 154 famílias cadastradas na cidade. Especialistas acreditam que parte deste crescimento acentuado é reflexo de um cenário conturbado na economia brasileira.

Em 2004, a cidade possuía 8.128 habitantes. Em 2016, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram um aumento de 68,5% na população holambrense que conta agora com 13.698 munícipes. Os números sugerem que a porcentagem do crescimento habitacional não acompanhou a mesma porcentagem vista no aumento de inscritos.

Esse crescimento no número de beneficiados com o programa, em porcentagem, é cerca de três vezes superior ao da média na Região Metropolitana de Campinas (RMC), que no mesmo período cresceu 225%.

CIDADESBENEFICIÁRIOS EM 2004BENEFICIÁRIOS EM 2016
Americana1.0132.639
Artur Nogueira4871.194
Campinas8.23129.675
Cosmópolis3311.754
Engenheiro Coelho169660
Holambra18154
Hortolândia2.4708.311
Indaiatuba3552.758
Itatiba7961.540
Jaguariúna4441.090
Monte Mor7492.827
Morungaba97357
Nova Odessa459749
Paulínia5192.117
Pedreira326438
Santa Bárbara d´Oeste1.8213.485
Santo Antônio de Posse3041.115
Sumaré2.8348.266
Valinhos3391.579
Vinhedo3081.056
Total7.76422.070

Segundo os dados, as transferências dos recursos financeiros foram feitas para 22.070 grupos familiares na RMC em agosto de 2004, quando o programa foi iniciado. Já em agosto de 2016, 71.764 foram beneficiadas pelos remanejamentos financeiros. Uma média de 3.588 famílias para cada um dos municípios participantes da RMC. Apesar do crescimento exponencial, o município ainda é o menor da RMC em número de inscritos.

O cientista político da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) Marcelo Santos explica que este resultado, em parte, pode ser atribuído ao desempenho econômico que o país tem apresentado, em especial, nos últimos três anos. “Há uma crise grave que se acentuou nos últimos anos, gerando desemprego e de impactos catastróficos, principalmente às famílias de baixa renda”, argumenta o especialista.

Marcelo acredita que esta dura realidade deva perdurar por mais alguns anos e, para contornar a situação, serão necessárias medidas macroeconômicas que resultem na geração de emprego. “O governo Temer já sinalizou que não fará cortes neste programa. As mudanças que estão sendo feitas são para conter o rombo nas contas públicas”, completou.


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