22/07/2018

Morador de Holambra conta como se tornou psicólogo da Ponte Preta

Renato Melo se formou na UniFAJ e vai auxiliar as categorias de base do clube

Da redação 

Normalmente, quando se imagina um profissional ligado ao futebol, a imagem que prontamente vem à cabeça é a dos jogadores. Munidos de meiões, calção, camisa e, é claro, chuteiras. Sempre prontos para enfrentar o adversário, focados na vitória. No gol. Acontece que, para chegar pronto à uma partida, outra parte do corpo, além dos pés, precisa estar preparada: a mente.

Renato Melo tem 24 anos e mora em Holambra desde 2009. Formado em Psicologia pela UniFAJ, em Jaguariúna (SP), ele é o mais novo responsável pela parte psicológica de 120 atletas da Ponte Preta, time de futebol de Campinas (SP) e mais antigo clube do esporte no país. Nesta entrevista, o jovem explica os desafios da psicologia no esporte e fala de sua contratação pela “Macaca”, como a equipe é conhecida.

Leia a entrevista na íntegra: 

Em primeiro lugar, por que você se decidiu pelo curso de Psicologia? Quando me veio a ideia de fazer uma graduação considerei muito algo que pudesse deixar um legado, algo que me tornaria realizado e orgulhoso de mim mesmo, e quando pesquisei sobre o curso de psicologia logo me apaixonei e desde então ficou claro para mim que era como psicólogo que me via construindo uma carreira.

Por que cursar Psicologia na UniFAJ? Na época, eu não tinha dinheiro para morar fora e tive que fazer o FIES 100%, era minha única opção de fazer uma graduação. Durante o dia eu trabalhava para pagar minhas despesas como transporte e material, porém foi a melhor coisa que fiz, a UniFaj me proporcionou uma base teórica e pratica fantástica que me dá muito sustento hoje em minha atuação, e me proporcionou um networking de excelência que contribui muito para mim no mundo acadêmico e no mercado de trabalho. A UniFaj esteve comigo mesmo após minha graduação, temos um vínculo que me proporciona um crescimento cada vez maior e que dá visibilidade ao meu nome, e como gratidão penso muito em métodos de poder ser recíproco.

Como foi que você se interessou pela Psicologia Esportiva? Meu primeiro contato foi por uma palestra de Aula-Magna apresentado pela psicóloga Simone Sanches, desde então fiquei apaixonado, mas ainda não via como um mercado de trabalho, foi então no último semestre que tomei a iniciativa de iniciar um curso de formação de Psicologia do Esporte em São Paulo, no mesmo ano fiz meu TCC na área da Psicologia do Esporte, e desde então me aprofundei cada dia mais nessa área.


“Fiz meu TCC na área da Psicologia do Esporte, e desde então me aprofundei cada dia mais nessa área”


Quais os principais desafios da Psicologia Esportiva e como ela se difere das outras áreas da profissão? O maior diferencial é psicólogo do esporte atuar no campo, nas competições, no vestiário, etc. Acredito que um dos maiores desafios é o próprio cenário do futebol e necessidade da visibilidade de resultados, a competitividade é o principal fator que difere das outras áreas. A psicologia do esporte trabalha tanto com questões cognitivas e emocionais, por si só possui uma ciência própria que contribui para melhoria de desempenho do atleta. Nas categorias de base é trabalhado com jovens que ainda estão construindo sua identidade, o psicólogo auxilia para um desenvolvimento saudável e formação de cidadãos, que antes de atletas são seres humanos.

Como foi o primeiro contato com a Ponte Preta? Eu assisti uma palestra do Yan Cintra, conversamos bastante após a palestra e ele me recomendou iniciar o GEPEN (Grupo de estudos em psicologia do esporte e neurociência) da Unicamp. Fiz o contato com Paula T. Fernandes que me acolheu carinhosamente no grupo. No primeiro dia conheci Marina Vidal que era a psicóloga do Ponte Preta. Na época, nos tornamos amigos e, posteriormente, conheci no mesmo grupo Poliana Batista, Pedagoga do clube. Tempos depois comecei a participar do grupo de estudos da FLOW e realizar supervisão com Yan Cintra e Marta Minopolli que contribuíram muito para minha construção como profissional. Alguns meses depois Marina Vidal saiu da função e Ricardo Rosalino, que trabalha no clube no departamento médico e foi meu professor na graduação, pediu uma recomendação a coordenadora do curso no qual me formei. Vanessa Cabrelon me ligou solicitando meu curriculum e assim fiz um processo seletivo.

Qual será sua função trabalhando no clube? Meu trabalho é com as categorias de base Sub-14, Sub-15, Sub-17 no Recanto da Macaca em Jaguariúna e o Sub-20 no estádio Moisés Lucarelli. São aproximadamente 120 atletas.

Qual a importância de esportistas, principalmente os mais jovens, terem suporte de um profissional da Psicologia? Antes de atletas, são seres humanos, seres humanos adolescentes que estão construindo sua identidade. Esses mesmo seres humanos possuem uma vida fora do campo e lidam com dificuldades, frustrações, dificuldades, etc. O psicólogo realiza o trabalho para cuidar da sua saúde mental, proporcionando acolhimento e apoio a esse atleta para lidar com sofrimentos relacionados ao futebol ou extracampo (Saudades de casa, escola, etc). O psicólogo também realiza intervenções voltadas ao ambiente, promovendo ações para aperfeiçoamento do Centro de Treinamento.

Quais seus planos profissionais daqui para frente? Me sinto muito realizado hoje no Ponte Preta, meu maior plano profissional é poder ver os meninos na qual trabalho se tornarem grandes jogadores. Como psicólogo tenho o objetivo de minha equipe ganhar títulos e um dia atuar em uma equipe profissional. Meu sonho é um dia é atuar na seleção Brasileira independente da modalidade e meu atleta ganhar um título. Também agradeço aos meus pais. O apoio deles foi fundamental para eu chegar onde cheguei.

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