12/07/2020

Moinho de Holambra completa 12 anos

Ex-prefeito Celso Capato relembra idealização e construção do monumento

Mariana Avanzzi

O Moinho de Holambra, um dos principais símbolos da história da trajetória dos holandeses no Brasil, completa 12 anos de existência nesta domingo (12). A bela estrutura se tornou o principal cartão postal da região. Inaugurado em julho de 2008, o Moinho Povos Unidos foi inaugurado na comemoração dos 60 anos da imigração holandesa.

Muito almejado entre os moradores de Holambra, o projeto hoje responsável por receber amostras culturais, exposições e ser sede para eventos, saiu do papel em 2008 e foi idealizado pelo então prefeito Celso Capato.

O ex-prefeito relembra que a ideia surgiu durante um Zeskamp (Olimpíadas das Colônias Holandesas no Brasil) que aconteceu em uma colônia holandesa chamada Castrolanda, no estado do Paraná.

“Tinha um moinho construído lá, e por sinal, muito bonito. Procurei saber quem tinha feito o projeto. Com a ajuda do então presidente da Cooperativa Leo Rietjens, e também do Tony Hulshof, que depois montaram uma Comissão de Construção, a Prefeitura conseguiu chegar até o arquiteto holandês Jan Heijdra (in memorian)”, conta Capato.

Ele ainda record que desde quando viu o Moinho de Castrolanda (PR) ficou imaginando onde poderia ser o local do Moinho em Holambra. “Imaginei esse momento não só como uma justa homenagem aos colonizadores holandeses, mas também, um marco para o turismo de Holambra, da nossa região, do Estado e até do País. Eu tinha certeza que todos que já conheciam Holambra por sua beleza, das flores e das construções, quando soubessem da construção do Moinho, que é o maior da América Latina, e que foi noticiado por toda imprensa, as pessoas visitariam mais Holambra para conhecer”, contou.

Pois é, e sabemos que não ficou só na imaginação do ex-prefeito, pois o arquiteto holandês veio até o Brasil e aceitou elaborar o projeto. Apesar dos seus 83 anos de idade na época, ele veio não só acompanhar como ajudou a equipe montada pela Prefeitura e a Comissão formada para construção do moinho, a executar a obra. “O amigo Jan trabalhava arduamente de sol a sol, e tinha o carinho e apoio de todos os operários”, relembra Capato.

Celso Capato e o arquiteto holandês Jan Heijdra

Claro que antes de toda conquista, existiu muito trabalho e desafios ao longo da execução. Para o ex-prefeito, uma das principais dificuldades, depois de conseguir achar o arquiteto holandês, foi conseguir dinheiro para poder realizar a construção. Na época, o arquiteto temia que tivesse uma parte do dinheiro da obra para construção e outra parte, ou demorasse ou não saísse, e a obra ficasse parada no meio do caminho, como se tem notícias de obras abandonadas pelo Brasil afora.

Então, o combinado foi de que Jan Heijdra só viria para o Brasil se tivesse todo o montante para execução da estrutura. “Consegui uma audiência diretamente com o governador à época, o amigo Cláudio Lembo, e me lembro que fui acompanhado de meus filhos Fernando Capato e Camila. Expliquei ao governador a importância dessa obra para a cidade, e que já tínhamos conseguido gratuitamente o projeto e o responsável pelo acompanhamento e ajuda na construção. O governador, sensibilizado, imediatamente autorizou a elaboração do convênio, e a transferência total dos recursos para a Prefeitura”, explicou Capato.

Mas o trabalho não parou por ai. Encontrar as madeiras no qual o arquiteto e a obra exigiam foi outro desafio. Tony Hulshof, e José Luiz Duzzi (Zé Pintado – In memória) foram até o estado do Pará acompanhar o corte legal e o transporte da madeira. “Quero observar que foram plantadas árvores em compensação daquelas que foram cortadas legalmente para a construção do Moinho”, destaca o ex-prefeito.

Depois de muito trabalho em equipe, o monumento foi erguido e denominado Moinho Povos Unidos em razão da união de brasileiros e holandeses em Holambra. Hoje, o local é motivo de orgulho e ficou para a história da Cidade das Flores.

Imagem que representa o nome do ‘Moinho Povos Unidos’.

Celso Capato comemora poder fazer parte da história de Holambra e tem orgulho dos 12 anos do Moinho Povos Unidos.

“Com certeza, a minha mensagem e de todos que contribuíram e trabalharam para essa obra seria, primeiramente, uma justa homenagem aos Imigrantes Holandesas, que transformaram esta terra, que era improdutiva, e hoje é a cidade de Holambra, em um dos metros quadrados mais produtivos do país, e ainda, em uma das mais belas Estâncias Turísticas do Brasil”.

“Também, tenham a certeza que cada holambrense, ou seja, aquele que nasceu aqui ou aquele que escolheu esta terra para poder criar seus filhos e seus netos, tenha orgulho desse monumento que é histórico e, sem sombra de dúvida, ajuda a cidade a ser mais conhecida ainda por todo país. Eu tenho orgulho de poder ter idealizado e participado desta história”, finaliza Capato.

Celso Capato durante construção do Moinho

 

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