15/09/2017

Médico de Holambra ressalta seriedade da depressão

Mais de 11 milhões de pessoas sofrem com a doença apenas no Brasil

Da redação

Tristeza persistente, falta de ânimo e motivação, choro desmotivado, insônia e falta de apetite. Muitos não sabem, mas esses são alguns dos sintomas da depressão, doença que atinge mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades por todo o mundo. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), responsável há dois anos pela realização do movimento “Setembro Amarelo” – uma campanha de prevenção e conscientização sobre o suicídio. No Brasil, o número de pessoas que sofrem dessa doença chega a 11,5 milhões, cerca de 5,8% da população.

O médico especialista em psiquiatria da Policlínica Municipal de Holambra, doutor Luís Zambon, explica que a depressão é, objetivamente, um estado persistente de tristeza que se arrasta por período superior a 14 dias. “Existe um protocolo para o diagnóstico da doença, mas de uma maneira muito resumida, a principal maneira de identificar o problema são essas duas semanas com esse sentimento de forma contínua e ininterrupta”, afirma.

Doenças psicológicas como a depressão atingem indivíduos de todas as idades, podendo começar já na infância e na adolescência a partir de fatores sociais, econômicos e genéticos. Não é um mal que acomete adultos exclusivamente. “Hoje, com a correria do dia a dia, muitas vezes a família não percebe o comportamento diferente e o isolamento. Muitas vezes a falta de um horizonte, amparo e auxílio podem levar um portador da doença a tomar medidas desesperadas, como o suicídio”, comenta.

Um relatório de 2014 da OMS aponta que a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo – e que o Brasil é o 8º país com a maior número de casos. Esses dados, segundo o especialista, comprovam e reforçam que depressão é um assunto sério e que precisa ser abordado abertamente.

“A depressão é uma doença sem cura, mas tem controle. É essencial que as famílias prestem atenção e valorizem os sintomas, não fiquem achando que não é nada e investiguem a fundo para evitar a marginalização dessa pessoa, que pode piorar ainda mais”, explica o médico.

Para o tratamento, segundo Zambon, existem mais de 30 diferentes substâncias prescritas de acordo com o quadro apresentado pelo paciente. A depressão pode ser acompanhada por ansiedade, transtornos de humor e tudo isso deve ser levado em conta.

“A escolha da substância correta depende da comorbidade, ou dos sintomas que o paciente apresenta. Ou seja, outras doenças, sintomas associados à depressão”, explica.

O apoio de amigos e familiares também é fundamental para o tratamento. Para o psiquiatra, a indiferença, em casos de depressão, é uma grande inimiga da saúde e do bem-estar do doente. “Tomar atitude, procurar um médico e dar apoio é a melhor solução”.

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