“Me tornar pai foi um dos acontecimentos mais transformadores que já vivi”, afirma morador de Holambra
Mario Romero dos Santos driblou todas as dificuldades ao ser um pai solo e hoje comemora o relacionamento feliz e de amizade que tem com sua filha
Priscila Vasconcelos
Criar filhos, apensar de não ser fácil, é uma grande dádiva. No instante em que o casal descobre que serão pais, começam os grandes sonhos. Compram as roupinhas, montam o enxoval, conversam por horas sobre o nome do bebê, e preparam o estoque de fraldas – de todos os tamanhos possíveis.
Para Mario Romero dos Santos, morador de Holambra, não foi diferente. Toda a expectativa que tinha quando se imaginou pai tornou-se realidade ao nascer a pequena Naomi. Sua vida, que sempre foi sua única responsabilidade, mudou com a chegada da filha. O sentimento de criar outro ser humano foi transformador. Mas que ele não sabia era que sua trajetória como pai seria um pouco diferente da esperada.
Nascido em Campo Grande (MS), Mario mudou-se com seu pai para o estado de São Paulo após a morte da mãe. Aos 22 anos, resolveu morar sozinho e construir sua vida. Nesta mesma época conheceria a mãe de sua filha, por quem iria se apaixonar e mais tarde se casaria. Mas infelizmente, o relacionamento do casal teve seu fim quando Naomi tinha apenas 1 ano e meio de idade.
Após a separação, a filha permaneceu morando com a mãe por algum tempo. Porém, Mario não conseguiu imaginar-se sem a filha, a falta era muito grande. Ainda morando com a mãe, o pai entrou com o pedido de guarda da Naomi, pois acreditava que poderia proporcionar uma vida melhor e ela. O pedido foi concedido e a partir deste momento sua vida mudou completamente.
Muito distante de todos seus familiares, e de uma hora para outra, o novo papai encontrou-se sozinho criando a filha. Na época Mario trabalhava como garçom no período noturno, o que permitiu que durante todo o dia estivesse livre para cuidar de Naomi. No entanto, precisou encontrar alguém de confiança que pudesse cuidar dela enquanto fazia seu turno.
Por meio de indicações de conhecidos e amigos, conheceu Dona Antônia e Sr. Francisco. O casal de senhores que o ajudaria a cuidar da filha até os 5 anos de idade. “Esta época foi muito difícil. Tinha conciliar minha tarefas como pai e trabalhar, eu não estava acostumado. Fazer isso sozinho foi um desafio. Queria proporcionar tudo que houvesse de melhor para minha filha. Graças a Deus tive a benção de encontrar a Dona Antônia e o Sr. Francisco. Foram dois anjos na nossa vida”, conta Mario com profunda gratidão.
Passado algum tempo os gastos aumentaram, Mario precisou adaptar sua rotina e seu orçamento à nova fase que estava vivendo. Além do trabalho noturno, passou a ser autônomo, trabalhando principalmente como representante de vendas.
Com o sucesso na carreira de autônomo, o emprego noturno não se tornou mais necessário. Ao mesmo tempo, Naomi alcançou a idade em que poderia frequentar a escolinha. Matriculando a filha na creche durante o dia, a rotina de Mario tornou-se um pouco menos difícil. Passou a ter mais tempo para dedicar-se ao trabalho.Mas para quem pensa que isso o faria se afastar do convívio próximo à filha, se engana.
Mario sempre foi muito ativo em todos os eventos escolares, até no Dia das Mães, e em aniversários que ele mesmo organizava. “Sempre participei de todos os eventos que a escola promovia. Não importando qual fosse, sempre quis estar lá, apoiando o crescimento da minha filha e vendo de perto sua evolução”, conta Mario. “Fazia questão de comemorar o aniversário dela na creche. Conversava com as professoras, preparava a melhor festa que eu podia proporcionar, e convidava todos os coleguinhas para participarem da celebração. A felicidade dela sempre foi minha prioridade.”
Hoje aos 43 anos, Mario se emociona ao tentar expressar o que é ser pai. “É um sentimento maravilhoso que me mudou por dentro, quase não consigo explicar. É um amor muito profundo que mudou toda a maneira que eu via e vivia minha vida. Tornar-me pai me mostrou o verdadeiro sentido do amor”.
Naomi faz 13 anos neste mês de agosto e mantêm com seu pai clima de amor, amizade e companheirismo. “Sempre quis pra nós uma relação de respeito e amizade, pra que ela visse em mim não só um pai, mas também um amigo, que ela pudesse confiar em tudo na sua vida”, conclui Mario.
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