08/05/2016

Maritha Domhof fala sobre experiências com Grupo para Gestantes de Holambra

Enfermeira há 37 anos, Maritha Domhof participa do grupo que desde a fundação já atendeu mais de 2,5 mil mulheres.

A enfermeira Maritha Domhof joga por alto e calcula que em 37 anos teve 2,5 mil filhas, mulheres que atendeu no Grupo para Gestantes, em Holambra. Desde 1979 nesse projeto, ela auxilia mulheres que serão mães com uma equipe de voluntários na sede da APB.

Maritha, que também é mãe, encontrou nesse trabalho uma forma de auxiliar pessoas em um momento tão importante da vida. “Ser mãe é gerar um filho e ter a guarda temporária sobre um ser humano que ainda não é independente. Sendo assim temos a oportunidade de dar muito amor, cuidar, ensinar e compartilhar as primeiras experiência de vida deste ser pequeno juntamente com o pai e a família”, fala sobre a maternidade e as atividades desempenhada no grupo.

Com duas turmas anuais, o grupo recebe mães de todas as faixas etárias, não cobra nada por isso e as prepara para que a chegada do bebê seja uma festa.

Conte como começou o projeto Curso de Gestantes Holambra.  Na época sentaram-se Inês Meirelles Kors, Gerda Kramer de Wit, Andir Leite Sanches e Vera Lia Teixeira. Nós sentíamos falta de poder ajudar as gestantes com orientação e apoio.

Desde sua criação até hoje, acredita que quantas mulheres passaram pelo curso? Acredito que tenham passado em torno de 2,3 mil gestantes. Nestas edição tem algumas que já passaram duas ou três vezes. A gestante mais nova que tivemos tinha 12 anos e a mais velha tinha 56 anos. Mas a maioria é na faixa de 22 a 40 anos.

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Desse período há alguma experiência, ou relacionamento com uma mãe, que lhe marcou? Normalmente as gestantes com mais dificuldades marcam mais. Tivemos algumas gestantes especiais com deficiências físicas e algumas com deficiências mentais. Isso é muito difícil para a família e para elas mesmas.  Em um curso tivemos uma mãe com as duas filhas fazendo o curso ao mesmo tempo. As três estavam grávidas. Foi muito interessante e elas eram ótimas entre elas e com as voluntárias.  Também já tivemos gestantes que nos ajudaram muito. Elas nos ensinavam novos pontos de bordar ou de crochê ou ainda compartilhando experiências.

 O curso é voltado para novas mães. O que uma mulher gestante precisa saber para ter seu filho ou filha em condições saudáveis? O curso é voltado para todas as gestantes. Independente da idade gestacional ou se é mãe pela primeira vez ou já mãe de mais filhos. Normalmente, gestantes que já fizeram o curso são muito participativas e colaboram muito com as experiências anteriores para as novas mães.

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Após o nascimento vem os cuidados com o bebê, o que inclui a amamentação. Na cidade de SP há uma lei que cobra multa de estabelecimentos que proibirem mulheres de amamentarem em público. Essa hostilização às mulheres tem a ver com o corpo feminino que fica à mostra. Você, enquanto mãe, já foi hostilizada por amamentar em público? E por que leis como essa, de SP, são necessárias? Eu pessoalmente nunca fui hostilizada por isso. Amamentei meus filhos até os oito meses. Independente do lugar onde eu estava. Normalmente eu procurava um lugar tranquilo por causa do bebê mas não porque era hostilizada.

Sente que de certa forma se torna um pouco mãe de todas essas mães pelos ensinamentos passados? Com certeza. Eu adoro as gestantes e também os filhos que nascem. Já tivemos várias mãe que são filhos de mães que fizeram o curso conosco. Isso é muito bom. Dá segurança para elas e muita honra para nós.

E o que é ser mãe? É gerar um filho e ter a guarda temporária sobre um ser humano que ainda não é independente. Sendo assim temos a oportunidade de dar muito amor, cuidar, ensinar e compartilhar as primeiras experiência de vida deste ser pequeno juntamente com o pai e a família.

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Hoje se fala muito em parto humanizado. Quão importante é levar adiante esse debate para segurança das mulheres? Eu pessoalmente acho fundamental. Não acho que devemos ser radicais demais neste assunto. Todo o processo deve ser viável estruturalmente e financeiramente. Mas acho que é muito importante trabalhar este assunto, principalmente com a equipe de saúde da obstetrícia.

Qual a sua opinião sobre aborto?  Na verdade não tenho uma opinião definida sobre isto. Cada ser humano vive numa situação diferente e tem opiniões e culturas diferentes. Acho que cada caso é um caso.

Para uma mãe participar do curso, o que ela deve fazer? Ela deve morar em Holambra e se inscrever no curso. O curso é gratuito. Funciona com voluntários e o local, que é a APB também é cedido gratuitamente. A Promoção Social da Prefeitura nos apoia com o material para os trabalho manuais e o enxoval que confeccionamos.

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