10/06/2016

Jovem de Holambra participa de criação de aplicativo contra violência doméstica

Projeto universitário desenvolvido por alunas de uma faculdade da região deu início a app que pretende informar e coibir violência de gênero.

Da Redação

A holambrense Renata Oliveira, de 28 anos, e outras duas amigas criaram um aplicativo que pretende conscientizar moradores sobre questões ligadas à violência doméstica. O projeto surgiu a partir de um trabalho da faculdade e reúne informações e depoimentos de autoridades da região a fim de coibir esse tipo de crime. Somente no primeiro trimestre deste ano, Holambra registrou um aumento de 50% nos índices de violência contra mulher.

Um projeto desenvolvido por alunas de uma faculdade da região deu início a um aplicativo que busca informar e coibir a violência de gênero contra as mulheres, o Dona Penha. A estudante holambrense junto com as duas amigas Joyce Cardoso de Jaguariúna e Priscila Pereira de Amparo, precisavam criar algum mecanismo de abordasse o tema para a comunidade. “No começo, nós não tínhamos muita ideia do que fazer, mas eu queria criar algo diferente”, comenta a jovem.

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Depois de algum tempo, Renata explica que, de forma súbita, pensou na ideia de um aplicativo que pudesse tratar do assunto a partir da ótica de especialistas e pessoas que passaram por essas experiências. “O aplicativo é algo que está acessível à pessoa. E o brasileiro tende a procurar sobre os seus direitos quando precisa de informação”, reforça. Ela pontua que até pesquisou aplicativos semelhantes, mas que os que tinham, apenas falavam de leis e não de depoimentos.

O aplicativo coletou argumentos de autoridades do Judiciário de Jaguariúna à respeito de dúvidas que são mais frequentes entre as mulheres. Mas, segundo Renata, ela ainda pretende acrescentar o depoimento da delegada de Holambra, Juliana Menardo.

Com intuito de humanizar ainda mais o app, as jovens tiveram a ideia de criar um chat, para que os usuários possam conversar sobre esse tipo de violência e relatar experiências.  “Se a pessoa não quiser se identificar ela tem essa opção”, indica. Durante duas semanas, Renata e as amigas se dedicaram na concepção e conclusão do aplicativo. Por enquanto, o App só está disponível para o sistema operacional Android, contudo, as estudantes trabalham para disponibilizar em outros sistemas. “A proposta delas era de disseminar conhecimento, e um dos fatores que pode coibir esse tipo de violência é por meio da educação”, corrobora a professora de direito penal, Camila Oliveira, responsável pela atividade.

Em Holambra, o assunto tem ganhado notoriedade desde o início do ano. Somente no primeiro trimestre de 2016, o município registrou um aumento de 50% nos índices de violência contra mulher. Nove casos de violência doméstica foram registrados, contra seis no mesmo período do ano passado.

Workshop

Durante a noite de quarta-feira (08) às 19 horas, Renata e os demais alunos fizeram um workshop em Jaguariúna onde apresentaram as propostas do aplicativo. “A atividade é para que eles levassem a informação para a comunidade. E que essas pessoas pudessem ter acesso ao conhecimento da Lei na linguagem delas”, explica Camila. Os alunos tiveram dois meses para pensar no que iriam desenvolver, além disso, a professora explica que deu autonomia aos alunos para que eles pudessem criar.

“Acho que essa liberdade ajudou eles a inovarem”. O tema foi escolhido porque este ano, a Lei Maria da Penha completa 10 anos. Cerca de 200 pessoas compareceram ao evento, e em uma das apresentações, a proposta do aplicativo Dona Penha foi apresentado e causou surpresa aos participantes. Para ela, os dados tem mostrado que a violência ainda é uma forte realidade brasileira, mas que isso é resultado da coragem que as mulheres têm adquirido para denunciar.

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