21/03/2017

Holambrense com Down supera limitações e conta sobre paixão pela Arte

Em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, o Portal Holambrense conta a história de Natalie Wagemaker

Leonardo Saimon/Diego Faria

A Síndrome de Down ocorre quando há uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par. No caso das pessoas com a síndrome, “3” exemplares aparecem, é a chama trissomia do par 21. Sendo assim, o dia 21/3 foi escolhido intencionalmente para comemorar, à nível internacional, o dia da pessoa com Down.  Natalie Wagemaker, não fazia ideia, mas nos bastidores foi escolhida para representar os holambrenses com Down. Ao aceitar conversar com o Portal Holambrense, ela conta sua história que celebra, neste dia, a realidade de outras dezenas.

A rotina dela é agitada e surpreende. Ela tem Síndrome de Down, entretanto esse fator não é sinônimo de limitações, muito pelo contrário. A holambrense, de 32 anos, tem aula de teclado, violão e sonha até em gravar CD – “Eu tenho muita vontade de ser uma cantora profissional”, revela Natalie enquanto olha para a mãe Yvonne Wagemaker, que acompanha a entrevista.

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Suas atividades não param por aí. Por trás do óculos, seus olhos brilham enquanto lembra da rotina. O sorriso confirma a serenidade de Natalie ao falar sobre seu amor à Arte. Fora a música, ela também faz parte do grupo de Dança Folclórica que se apresenta anualmente na Expoflora. Ela passou a ir acompanhada do irmão e não saiu mais. Pelo professor da Dança Folclórica, Wendel, ela guarda grande carinho.

Durante às manhãs de segunda à sexta-feira, Natalie trabalha no Núcleo de Atenção e Orientação Terapêutica ao Trabalho (NAOTT). Depois que sai de lá, cada dia é um compromisso. Ela tem pilates, mas também cavalga no clube de Atrelagem. “A gente gosta muito de incentivá-la a fazer atividades para que ela sempre mantenha o aprendizado”, conta a mãe.

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E se ela fica cansada? Na verdade, ela ainda pode fazer mais. Às terças, tem consulta com a psicopedagoga e ainda tem tempo para pintar. Em um dos quartos, alguns quadros pintados por Natalie mostram que ela também tem o dom pra coisa. Agora em maio, a holambrense volta a ter aula de Danças Folclóricas.

Suas coisas são, milimetricamente, organizadas. Cada gibi da coleção da Turma da Mônica Jovem são acomodados de maneira impecável em sua estante ao lado dos CDs e DVDs. É apaixonada por novelas, principalmente, as com teor musical. E servem de inspiração nas aulas com os instrumentos. “A atitude depende também dos pais porque é muito fácil deixar dentro de casa. E ela, a gente sempre estimulou em tudo e com isso ela foi super bem aceita”, diz a mãe.

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Preconceito

Ainda existem barreiras que precisam ser enfrentadas. Dentre elas, o de sociabilização. Suas amizades se resumem a poucas pessoas. Mas a Yvonne já vê avanços e diz que a filha nunca passou por preconceitos expressivos, mas pontuais e insignificantes.

Natalie reconhece seu esforço e se diz sonhadora. Não vê limitações porque, na verdade, a maior limitação que existe está no preconceito. A família e a vida de Natalie é um presente e ela sabe disso. Regada de afeto, ela usa o que tem de mais especial para torna-la ainda mais singular.

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