30/01/2018

Holambra fecha parceria inédita no país para melhorar modelo de gestão

Projeto desenvolvido junto com a Fundação Dom Cabral é aberto a toda a população

Desenvolver um modelo de gestão que permita a ampliação da eficiência dos serviços, a preservação dos avanços alcançados e que incentive um envolvimento mais efetivo da sociedade na administração pública. É esse o objetivo por trás de parceria inédita anunciada no último sábado (27) pela Prefeitura de Holambra e a Fundação Dom Cabral (FDC) – uma das principais e mais reconhecidas escolas de negócios do país.

O projeto, intitulado CEO’s Legacy, foi apresentado oficialmente a cerca de 90 pessoas, representantes de diversos setores da comunidade, em um primeiro encontro de trabalho no Salão da Terceira Idade. Ele contará com a tutoria de seis executivos de grandes empresas nacionais e multinacionais, além de profissionais ligados à FDC.

De acordo com o prefeito Fernando Fiori de Godoy (PTB), a intenção do grupo é construir em Holambra uma iniciativa modelo que possa ser replicada em outras cidades do estado e do Brasil. “Queremos aperfeiçoar os métodos de governança e fazer com que a sociedade se aproprie dos bons resultados. Dessa forma, a manutenção de indicadores positivos e das melhorias que virão pela frente será permanentemente exigida pelos moradores”, explicou.

O plano de trabalho do projeto está dividido em cinco etapas – a primeira delas voltada à mobilização e de conscientização dos moradores interessados em participar e contribuir com a iniciativa.  Os agentes envolvidos – Prefeitura, FDC, executivos e representantes da sociedade civil – se reunirão por setores, trimestralmente, para discutir e avaliar o desempenho das ações.

“A parte da participação da sociedade é o ponto principal. Na verdade, quando a gente definiu o projeto, elegemos isso como o fator crítico do sucesso. Esse não é um projeto do prefeito, dos executivos ou da Fundação. Nós estamos tentando viabilizar esse sonho juntos, mas o projeto, de fato, é da comunidade”, ressalta Cristina Palmaka, executiva da empresa de tecnologia SAP. “A sociedade precisa entender o que vai tirar de proveito de ter uma cidade melhor, com melhor educação, com melhor saneamento. Então a comunidade tem que participar e ser crítica. E não somente crítica, criticando, mas participando, fazendo a sua parte”.

O presidente da Bayer, Theo van der Loo, integra também o grupo de trabalho. Ele explica que as empresas podem fazer uma grande diferença e precisam exercer seu papel no desenvolvimento das cidades. “Se formos olhar décadas atrás, nós, nas empresas, estávamos muito focados nos resultados. Na venda, rentabilidade. Esse laço com a sociedade não era tão forte”, conta. “Eu acredito que o Brasil chegou em um ponto em que a população, os empregados das empresas e até os próprios executivos e investidores querem uma empresa mais presente na sociedade. Não deixar tudo nas mãos do Estado e cobrar só do Estado, mas também participar desse processo”.

Nessa mesma linha, Ricardo Lima, vice-presidente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), reforça a importância da soma de esforços em benefício do bem coletivo. “Você junta um grupo de pessoas, com expertises diferentes, com conhecimentos diferentes. Nós vamos nos complementando e vendo que disso sai um trabalho interessante”, comenta.

Importância do envolvimento

Representando a Fundação Dom Cabral na apresentação do último sábado (27), Renata Maria Paes de Vilhena afirma que o projeto que será desenvolvido em Holambra tem potencial para proteger a comunidade e preservar as conquistas diante de mudanças que ocorrem nas mais diferentes esferas de governo. “Esse é um sonho da fundação e meu, muito em particular, que trabalho com a área pública há mais de 30 anos: que a gente não seja refém das mudanças que ocorrem na área pública”, explica. “E nós sabemos que a única forma de assegurar que haja perenidade em indicadores positivos, em sustentabilidade para que a gente possa manter os avanços, é através da participação da sociedade”.

Questionada sobre o motivo da escolha de Holambra para o projeto, Renata conta que fez essa mesma pergunta aos executivos quando foi convidada para participar do trabalho. “Porque Holambra tem um índice de desenvolvimento humano quase próximo do melhor do país. A educação, que é o grande desafio no Brasil, já está acima da meta imposta pelo Ministério. Por que?”, disse. “Justamente por isso. A gente não quer perder o que já existe. Não quer que haja retrocesso”.

Para Heitor Coutinho, também da FDC, a intenção é que Holambra seja o piloto de uma iniciativa “que pode contribuir para o progresso do país”. “Nós estamos falando de algo que tem uma oportunidade muito grande de ser aplicado em outros municípios. E conversando aqui mesmo, a reação foi muito boa, achei muito positiva. Você já vê que o engajamento existe, então isso é sensacional”.

Como participar?

Os interessados em participar voluntariamente dos grupos de trabalho poderão preencher a partir dessa terça-feira (3) um cadastro disponível no site da Prefeitura, em www.holambra.sp.gov.br.

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