10/12/2017

Estudante conta como foi produzir documentário sobre mercado das flores em Holambra

Amanda Sisti idealizou o projeto para TCC de universidade

Da redação 

Em um município relativamente pequeno como Holambra, qualquer iniciativa de se registrar os acontecimentos mais pertinentes da cidade deve ser motivo de atenção. Recentemente, um documentário produzido por uma estudante de jornalismo de Holambra vem ganhando destaque nas redes sociais por retratar o mercado das flores no município, servindo como um importante registro histórico para os moradores atuais e futuros holambrenses.

Amanda Sisti teve a ideia de produzir o conteúdo como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em sua universidade. Confira a entrevista onde Amanda explica o processo de criação do documentário “Caminho das Flores”:

De onde surgiu a ideia de produzir um vídeo documentário? Na Universidade Paulista é obrigatório que para o trabalho de conclusão de curso em Jornalismo seja feito um documentário, livro-reportagem, livro-fotográfico ou monografia e como escolhi falar sobre flores decidi fazer um doc, para mostrar de forma visual a beleza do produto e todo o trabalho envolvido.

Foi a primeira vez que você realizou este tipo de projeto? Sim. Foi a primeira vez e espero que não a última.

Como foi o processo de escolha do tema? Eu sempre quis falar sobre Holambra, sou apaixonada por esse município. Primeiro pensei em fazer um documentário sobre a história do município, mais depois vi que já haviam dois com esse tema expostos no museu da cidade, então em conversa com meu coordenador de curso e orientador do projeto, Roni Muraoka, ele me deu a ideia de falar sobre o mercado de flores e plantas em Holambra, mostrar para as pessoas que não conhecem de onde vem a flor que chega nas floriculturas. Outro aspecto que também pesou bastante na escolha do tema foi minha vó Thereza Alves, ela é uma das moradoras mais antigas da cidade, minha vó tem 81 anos e 73 de Holambra.

Nos conte sobre o processo de produção. Como foi? Antes de iniciar o processo de produção do documentário foi preciso realizar o projeto escrito, então comecei a pesquisar no final do ano passado a história de Holambra, as primeiras plantações, imigração, história do Veiling Holambra e começar a transcrever, foram mais ou menos 6 meses da parte escrita. Depois disso, comecei o contato com as fontes, visitei o Veiling e o pessoal do Marketing, em especial a Thamara D’Angieri, me ajudou muito com as entrevistas. Fiz contato com o Terra Viva, e o Tiago Passarelli e a Beatriz Montrezol também foram essenciais, eles me indicaram os dois trabalhadores rurais do meu documentário. Outra pessoa importante, que me entregou diversos relatórios com dados relevantes e ainda aceitou aparecer no meu vídeo foi o Kees Schoenmaker, presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura, o Ibraflor. Entre os meses de março e setembro realizei as gravações e decupagens. No final de setembro eu e meu orientador começamos a produzir o roteiro e depois a empresa Agência M+, do meu amigo Maik Fantin começou o processo de edição. Em outubro finalizei e projeto e o lançamento foi no dia 27 de novembro, no auditório da universidade.

Quais os principais desafios encontrados durante a produção? Quanto tempo levou? A princípio o maior desafio foi encontrar as fontes, mas graças à Deus as pessoas e empresas foram bem receptivas nessa parte, todos me ajudaram muito, eu não levei nem um não (risos). Outro desafio foi a questão financeira, não é fácil produzir um documentário, são gastos como cinegrafistas, equipamentos, edição, transporte, entre outros.

Qual a visão que você tinha de Holambra e do mercado das flores antes do documentário? E depois? Como qualquer outra pessoa, eu nunca havia pensado no longo processo que o produto passa até chegar nas floriculturas. Holambra é responsável hoje por cerca de 40% de toda a comercialização nacional e isso devido a um sistema cooperativista trazido por holandeses após a Segunda Guerra Mundial. Meu pai trabalha com flores, é cliente do Veiling há mais de 15 anos, eu até conhecia o processo, mas não detalhadamente e não conhecia a logística por trás das flores. Agora consigo entender e dar ainda mais valor em cada detalhe, em cada parte da flor e principalmente, em cada trabalhador. Meu objetivo foi mostrar para os consumidores e turistas que Holambra é muito mais do que uma cidade bonita. Holambra é exemplo de superação, cooperação e trabalho, uma simples flor passa por um longo processo até chegar nas floriculturas e isso precisa ser pensado e mostrado. Temos que nos orgulhar da cidade em que vivemos e entender a importância desse produto que todos os anos movimenta bilhões de reais em todo o país.

Você pretende continuar a estudar o mercado das flores em Holambra? Com toda a certeza, eu tenho muito material, no vídeo para a faculdade eu tinha limite de tempo e não consegui abordar tudo o que eu queria. Mas pretendo agora no próximo ano transformá-lo em um institucional que possa ser usado pelas empresas do setor para explicar o processo de produção desse produto tão amado por todos.

 Você pretende produzir outros documentários ao longo da carreira?  Sim e vários. Gostei da experiência, me fez crescer como profissional e como ser humano, daqui para frente espero poder contribuir ainda mais para levar o nome de Holambra aos quatro cantos do país. O documentário “Caminho das Flores” teve mais de 6.5 mil visualizações nas primeiras 48 horas, números relevantes por se tratar de uma cidade de apenas 14 mil habitantes. Gostaria muito de agradecer ao Ibraflor, Prefeitura Municipal de Holambra, Veiling, Ecoflora, Jan de Wit, Terra Viva e Garcia Flores por todo o suporte e entrevistas, sem eles nada teria sido possível. E aos meus professores, familiares e amigos, pela ajuda e paciência no último ano.

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