Empresa de Holambra vence licitação para restaurar nascentes do município

Leonardo Saimon

Na última segunda-feira (11), uma empresa de Holambra venceu o processo de licitação que concede a instituição licenciada autorização para implantar a terceira etapa do Nascentes de Holambra. A execução do projeto deve começar nas próximas semanas quando serão realizadas ações de conservação de solo e recuperação dos reservatórios em todas as nascentes do município. Holambra é pioneira neste tipo de iniciativa e deve servir de modelo para as demais cidades do estado.

Responsável pela criação do projeto no município a empresa holambrense HC2 venceu a licitação e agora espera os últimos acertos para dar início a última etapa do projeto Nascentes de Holambra. Todas as 171 nascentes identificadas na segunda etapa serão restauradas e conservadas, contudo, o trabalho deve começar pela bacia do Córrego Borda da Mata, principal curso d’água que abastece o Lago do Holandês, de onde Holambra retira a água que consome. O projeto foi desenvolvido em parceria com a ONG Suprema.

O especialista em recursos hídricos da Agência Nacional das Águas (ANA), Flávio Carvalho, explica que esta também é uma alternativa a possíveis crises hídricas que possam afetar a cidade no futuro. “É uma forma de se abordar o problema sim. O que geralmente a gente pensa que pode resolver são obras de engenharia que nos atende a curto prazo, mas o tipo de intervenção que nós estamos fazendo são obras a longo prazo”.

Atualmente parte dos abastecimentos do rio Camanducaia e Jaguari vem do sistema Cantareira em São Paulo, um dos mais afetados pela seca em 2014. O projeto deve começar nas próximas semanas depois da formalização contratual tanto da parte do governo do estado quanto da HC2. “A importância do projeto não é apenas ecológica, mas é também de garantir o abastecimento da cidade”, pontua Geraldo Eysink empresário responsável pela HC2.

Cidade pioneira

Holambra é uma das cidades pioneiras no projeto que deve servir de modelo para os demais municípios do estado. “Holambra foi escolhida porque quando o governador procurou cidades que pudessem implantar a iniciativa ele viu que a cidade tinha um projeto pronto”, revela Eysink. Além disso, o empresário também explica que a prefeitura teve um papel importante na conquista para trazer e implantar o projeto na cidade. Porém, o especialista da ANA explica que a questão técnica também foi levada em consideração. “Isso foi um acordo que a gente fez com a Secretaria de Agricultura; eles tinham algumas áreas mapeadas. Uma mistura de decisão política com decisão técnica. Certamente existem políticas para escolherem Holambra, mas também existem áreas prioritárias que precisam ser conservada”, afirma Carvalho.

No entanto, Holambra visa ir mais longe. Além das três etapas que já foram financiadas, Eysink fala de planos de continuidade e acompanhamento desses projetos. “Eu estou trabalhando em um projeto que avalie a qualidade da água que emana das nascentes. Porque é preciso não só disponibilizar a água, como avaliar a qualidade dela”, destaca.

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