Em zonas rurais de Holambra escolas sofrem com falta de infraestrutura
Dados do IBGE avaliados pelo OMI apontam que em alguns locais não há água filtrada, biblioteca ou quadras para esporte.
Holambra possui 18 escolas, cinco delas na zona rural. Embora para o número de habitantes a quantidade seja confortável, a qualidade da infraestrutura nos espaços rurais está longe de ser adequada para a formação de estudantes. Falta de bibliotecas, computadores e laboratórios ainda limitam o ensino e dão a esses locais uma avaliação negativa diante de dados nacionais. Diretoria de ensino diz que dados estão equivocados.
Segundo um levantamento feito pelo Observatório Metropolitano de Índices (OMI) a partir de dados do Censo Escolar 2014 – elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e extraídos do Portal QEdu –, Holambra possuía em 2014 3.654 alunos, desses 430 eram matriculados em escolas do interior divididos em 117 nas creches, 96 em pré-escolas e 217 nos anos iniciais.
Porém, o espaço para receber esses alunos é comprometido pela falta de alguns serviços estruturais.
De acordo com os dados, nem todas as escolas da zona rural possuem salas especificas para a diretoria e professores fazerem reuniões, além de não constarem equipamentos básicos como máquinas copiadoras (apenas três possuem), retroprojetor (1) e televisão (4).
Mas o que chama a atenção diante do levantamento é que segundo os dados nenhuma das instituições possui biblioteca, quadra de esportes, sala para leitura, laboratório de ciências e outras ainda carecem de água filtrada e energia via rede pública.
Urbana Rural
Total de escolas 13 5
Escolas que fornecem alimentação 10 4
Escolas que fornecem água filtrada 13 5
Água via rede pública 12 1
Energia via rede pública 13 5
Esgoto via rede pública 13 0
Coleta de lixo periódica 13 5
Biblioteca 13 0
Cozinha 13 5
Laboratório de informática 5 1
Laboratório de ciências 2 0
Quadra de Esportes 7 0
Sala para leitura 6 0
Sala para diretoria 11 2
Sala para professores 11 3
Sala para atendimento especial 1 0
Sanitário dentro do prédio da escola 12 4
Sanitário fora do prédio da escola 0 0
Aparelho de DVD 12 4
Impressora 12 5
Antena parabólica 3 0
Máquina copiadora 10 3
Retroprojetor 5 1
Televisão 12 4
Internet 13 3
Banda Larga 11 2
Computadores para uso dos alunos 78 7
Computadores para uso administrativo 44 5
Fonte: IBGE
Segundo a diretora de Educação Fabiana Alves Camilo os dados apresentam equívocos em relação a algumas escolas.
De acordo com ela, Holambra conta com duas escolas e duas creches públicas nos bairros Fundão e Palmeiras e que ambas as escolas possuem salas de professores e diretoria, porém confirma a inexistência de biblioteca. “As unidades da zona rural atendem exclusivamente a educação infantil e fundamental nível I. Apesar de não terem bibliotecas, todas dispõem de livros adequados para a faixa etária atendida. Esses títulos são utilizados para o desenvolvimento de atividades em sala e do projeto Leitura”, destacou, frisando que o município possui uma biblioteca municipal com material disponível a interessados.
Já em relação ao espaço para prática de esporte, Fabiana apontou que a escola Novo Florescer, no Fundão, conta com um espaço de recreação e campo de futebol em área anexa, mas que no Palmeiras um local ainda deve ser construído. “Um Ginásio Poliesportivo está sendo construído, integrado à escola Recanto das Palmeiras, que também dispõe de espaço externo para atividades recreativas”.
Analfabetismo
Um outro levantamento feito pelo OMI também mostrou que a taxa de analfabetismo nas escolas rurais de Holambra é maior. Resultado direto ou não da precariedade de ensino, os dados que avaliam os anos 2000 e 2010 apontam uma queda no índice, mesmo assim as populações rurais aparecem mais defasadas.
O índice elaborado com base nos dados do Instituto Brasil de Geografia e Estatística (IBGE) calculou a taxa de analfabetismo de pessoas com idade igual ou maior a 15 anos no período. Cruzando o dado com a quantidade de pessoas nas áreas urbanas e rurais foi possível chegar as porcentagens denunciativas.
Nos anos 2000 em toda a cidade de Holambra existiam 576 analfabetos (8,05% da população) ou um analfabeto para cada 12 pessoas letradas. Entre a população urbana e rural o número se apertava, já que na época a população era bem dividida entre o campo e a cidade. Mesmo assim, havia um analfabeto para cada 16,6 letrados nos espaços urbanos, e um analfabeto para cada 10 letrados nas aéreas rurais.
Em 2010 o índice total que tinha 8,05 da população analfabeta passou para 5,42%. Embora a representatividade tenha caído (um analfabeto para cada 20 letrados) em números limpos não houve grande alteração e as zonas rurais continuaram afetadas. Se em 2000 havia um analfabeto para cada 10 letrados fora dos centros urbanos, em 2010 o índice passou de um pra 14,2. Enquanto que nos espaços urbanos o índice chegou a ter um para 24,9.
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