01/01/2017

Dr. Fernando fala sobre projetos para 2017, explica corte na Saúde e pondera resultado das eleições

Prefeito afirma que Educação será a marca deste novo mandato

Texto: Leonardo Saimon/ Fotos: Michael Harteman

Reeleito por mais quatro anos, Dr. Fernando Fiori de Godoy concede entrevista ao Portal Holambrense para conversar sobre perspectiva neste próximo mandato. Além disso, o prefeito comenta sobre o resultado das eleições e decisões como corte de verbas na Saúde. Ele também fala a respeito de projetos de saneamento para atender a comunidade do Camanducaia.

Após ser diplomado em Mogi Mirim no dia 19 de novembro, o prefeito reeleito anunciou as prioridades na continuidade da gestão. Segundo Fiori, Educação será a marca deste novo mandato e falou ainda que os holambrenses devem esperar “muito trabalho” do governo Fiori.

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Dr. Fernando, o senhor foi eleito com uma margem expressiva de votos nas últimas eleições. Que tipo de resposta o holambrense deu ao senhor nas urnas? Holambra não quer voltar ao passado. Nós tivemos quatro anos, anteriores ao meu primeiro mandato, muito difíceis e o holambrense quer andar e olhar para o futuro. E com o nosso trabalho, nós mostramos que isso foi possível. Então, eu acredito que essa foi a resposta, não voltar a um passado sombrio.

Um dos vereadores reeleito disse em entrevista ao Portal Holambrense que apesar de sair com sua coligação, ele não apoiou sua candidatura e fará oposição na Câmara. Você acredita que essa decisão deve impactar, em certa medida, seu próximo mandato? Eu li essa entrevista em que ele disse que não teve apoio nenhum da administração. Na verdade, a administração pública não pode apoiar político. Então, a administração pública não apoiou nenhuma candidatura. Da onde ele teve apoio, e teve, está nas contas públicas, foi da nossa coligação, dos nossos partidos. O que nós fizemos para ele e fizemos para todos também foram os materiais de campanha. E isso está nas prestações de contas que podem ser vistas porque tínhamos que deixar esclarecido essa parte. Ele recebeu apoio igual a todos da campanha e foi beneficiado. Os votos que a coligação recebeu também o elegeu. Teve o apoio total integral nosso tanto eu quanto o Fernando [Capato] que ajudamos como pessoas físicas e isso pode ser consultado na prestação de contas. Resumindo, essa situação não me afeta em nada.


“Holambra não quer voltar ao passado”


Ele disse que o senhor sabia que ele não apoiava sua candidatura. Para mim, diretamente, ele nunca falou.

Sua gestão foi considerada efetiva em 2015 pelo Tribunal de Contas, a taxa de mortalidade infantil foi zerada neste mesmo ano, Holambra desponta no cenário turístico para 2017. De que forma o senhor analisa essas conquistas? Quando nós assumimos, nós focamos na base: no esgoto, na água, em melhorar o serviço público na Saúde na Educação, deixar a cidade do jeito que ela precisa ser, limpa e organizada. Fomos muito efetivo na utilização do dinheiro do Dade. Na gestão passada, a cidade ficou dois anos sem receber este recurso por não haver projetos. O estado contingenciou esse recurso para os municípios turísticos porque ele era maior. Então nós fizemos mais com menos recursos que tínhamos a disposição do que na gestão anterior a minha. Eu considero que foi uma somatória de coisas. Eu tive uma equipe boa que contribuiu para que a cidade avançasse, a parceria público-privada, os produtores que embelezaram a cidade.

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O senhor imaginava esse resultado? Quando você coloca seu nome para ser votado, você tem um plano de trabalho, você tem um compromisso com a população e precisa persistir com esse plano, persistir com esse trabalho. O meu jeito é o de buscar porque o “não” para mim não é a resposta definitiva. Quando a gente investe e corre atrás dos recursos a gente gera resultado. Eu fiz um trabalho confiante de que Holambra iria virar o jogo.

Este foi um ano delicado para a economia do país, como Holambra enfrentou esse cenário? Se você pegar todos os municípios da região, do estado de São Paulo e do Brasil, estamos bem. Holambra não parou em meio à crise. Nós conseguimos pagar o salário em dia, conseguimos pagar o décimo terceiro. Nós temos atrasos com fornecedor como toda a cidade tem. Atrasos que são negociáveis. Não interrompemos nenhum projeto nem na Educação, nem na Saúde, nem no serviço público. Fazer mais com menos, isso pautou a nossa administração.


“Eu fiz um trabalho confiante de que Holambra iria virar o jogo”


E como o senhor vê o ano de 2017 para a economia do município? Eu acredito que com essas mudanças que o governo federal aprovou com a PEC do teto dos gastos e hoje vem se falando em ajustes na previdência, a partir do segundo semestre, o Brasil começa a ter perspectiva de crescimento. Se isso não acontecer, eu acredito que será um ano mais difícil do que 2016 porque a cada R$ 100 arrecadado no município R$ 70 vem dos governos estaduais e federais.

O senhor falou em uma equipe que contribuiu para as conquistas que Holambra alcançou. Para este próximo mandato, haverá mudanças significativas da direção dos departamentos? Nós vamos manter a maioria dos diretores e vamos ter algumas mudanças. Estamos enxugando e alguns departamentos vamos unir. E o nosso lema de trabalho, falando em gestão de pessoa, será eficiência. Segundo os economistas, o próximo ano será tão difícil quanto este ano. Então, nós vamos trabalhar com muita eficiência, com muita austeridade pra que a gente não tenha nenhum prejuízo no serviço público. Toda a equipe que nos trouxe até aqui será mantida e fará parte da administração a não ser que não queira. Mas todos serão cobrados para que se tenha mais eficiência como a população espera.

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Dr. Fernando, o Projeto de Lei que prevê orçamento para 2017 apontou que a Saúde terá cerca de R$ 800 mil a menos do que se estimou para este ano. Por que? Nós estamos buscando fazer um orçamento, um planejamento mais real, mais pé no chão. Sempre a expectativa de arrecadação, nestes três anos, não condisse com o arrecadado. Fizemos um orçamento mais pé no chão, mas não quer dizer que ele não alterado, havendo a necessidade na Saúde e na Educação que para mim são os dois setores essenciais. Nos adequamos o orçamento prevendo o que se teria de arrecadação. Mas além disso, há diversos fatores que implicam e precisam ser levados em consideração. Por exemplo, nós temos menos R$ 800 mil previstos, mas temos um convênio orçado no valor de R$ 3 milhões do governo do estado que não foi contabilizado no orçamento. Então, existe todas essas questões, todas essas variáveis.


“Tive uma equipe boa que contribuiu para que a cidade avançasse”


Outro setor que deve receber menos investimento, segundo o Projeto de Lei Orçamentária, é o da Administração Pública. Isso deve impactar de alguma forma os servidores? Não. Porque o ajuste da folha já está previsto neste orçamente inclusive a reposição inflacionária dos servidores públicos. Tanto é que nós temos deixado de pagar custos da Prefeitura para pagar os funcionários. Porque a gente sabe da importância dos funcionários. São eles que prestam e fazem o serviço para a cidade. A questão do funcionário, para nós, é prioridade.

Dr. Fernando, Holambra tem visto muitos investimentos no setor Ambiental e em 2017 há previsões ainda maiores aplicação de recursos. Pretende-se, inclusive, implantar dois parque ecológicos na cidade. Por que o senhor acredita que este setor deve ser uma das prioridades do município? Holambra vai cada vez mais se transformar, se projetar pela qualidade de vida. Nós temos uma cultura muito forte aqui dos holandeses/europeus de cuidar do meio ambiente, o que eles fazem muito bem dentro de suas propriedades. Desde que Holambra se tornou cidade, vejo que ela precisa trabalhar com essa lógica de que ela tem que ser modelo em todos os sentidos no agro, no turismo e no bem-estar. Nós conseguimos dois projetos pelo           Fundo de Interesses Difusos (FID) um é referente ao Lago do Holandês que inclusive fiquei esperando o documento para a liberação da segunda parcela para terminar o desassoreamento e embelezar os chalés, tudo isso dá cerca de R$ 2,5 milhões do FID que é o dinheiro arrecadado das multas ambientais. Ai vem a segunda etapa que é desassorear a mini praia e fazer o embelezamento em torno da mini praia, captação de água da cidade, aumentar a preservação e ao mesmo tempo embelezar o turismo. Com essa mesma lógica, a gente idealizou um projeto para que até março a gente apresente para apreciação do FID. Com esses recursos investindo na preservação de água. Um projeto próximo ao condomínio De Witt. Esta localidade veio para a Prefeitura e mede cerca de 10 mil m², então será 10 mil m² de área verde. A gente quer montar uma barragem lá para preservação de água e um parque para a cidade. E o outro no Mário Bonano que a gente quer captar água até para evitar possíveis incidências de secas para o futuro. Mas quando a gente fala em apresentar projeto, ele precisa ser aprovado, a gente faz ele bem feito, mas é necessário que órgão aprove. A questão ambiental sempre será prioridade.

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Dr. Fernando, os moradores do Camanducaia cobram investimento na área de Saneamento Básico. Há projetos que contemplem aquela localidade? Hoje, o saneamento do Camanducaia está dentro da concessão. Quem vai fazer o saneamento é a concessionária. Acompanhando o TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – eles tem a obrigação primordial que era diminuir a perda por meio de várias ações. Nós estamos cobrando para que eles passem, mais rápido, a olhar para o Camanducaia. Nós fomos até lá junto com o pessoal da concessão porque temos essas fossas biodigestoras para ver se a gente não conseguia instalar individualmente para amenizar o problema até que se fosse construída uma estação que eles estão projetando. Mas essa é uma situação que nós queremos dar um olhar muito forte agora para 2017.

Então, os moradores do Camanducaia podem esperar projetos de saneamento para 2017? Podem, tanto para saneamento como na pavimentação. Já conversamos várias vezes com os moradores para eles formarem uma associação para que a gente pudesse conversar melhor sobre esses pontos.


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