Crise faz empreendedorismo alavancar em Holambra
Especialistas chamam atenção ao número de falências entre os microempreendedores
Leonardo Saimon
A crise parece não ter intimidado os holambrenses, muito pelo contrário. O município tem visto nos últimos anos um aumento no número de microempreendedores. Contudo, em 2016, a cidade registrou este acréscimo de maneira mais acentuada do que nos demais anos. Os dados são do Portal do Empreendedor e também divulgados pela Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp) por meio do Observatório Metropolitano de Indicadores (OMI).
Segundo o Portal, “microempreendedor individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário”. Contudo, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. No final do ano passado, a cidade contava com 375 microemprendedores. Em 2015, este número era de 276. O crescimento é de 35%. Se considerar a variação ocorrida entre os anos de 2014 a 2015, o aumento foi de 20%.
A Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp) por meio do Observatório Metropolitano de Indicadores, com índices traçados pelo Portal do Empreendedor, observou o perfil desses administradores. A pesquisa mostrou que adultos entre 31 a 40 são maioria entre os empreendedores. Homens respondem por 53% do mercado e as mulheres 47%.
A gerente da Associação Comercial de Holambra (ACE) Suzi Celegatti elenca dois fatores primários que podem ser considerados ao tratar deste aumento: declínio da economia e facilidades na formalização do negócio. “O aumento dos microempreendedores mostra que os profissionais que perderam seus postos de trabalho buscaram outras oportunidades, empreendendo por conta própria. Outro dado importante é que, no período, a figura jurídica do MEI também se consolidou, tornando-se mais popular entre pessoas que tinham suas atividades profissionais informais”, frisa a gerente.
O professor e mestre em Administração e Negócio Wellington Roberto Schmidt também acrescente mais três fatores: educação empreendedora, disponibilidade financeira imprevista – como herança – e poupança visando abrir um negócio. Mas ele faz um alerta.“O empresário brasileiro enfrenta imensas dificuldades para obter capital para o seu negócio, paga um volume significativo de encargos e impostos e na maioria das vezes não conhece bem o ramo em que sua empresa. Aproximadamente 80% de todos os negócios abertos no Brasil fecham até o final do quinto ano de existência da empresa” comenta Schmidt. O resultado disso, segundo ele, é o número de falências maior do que de aberturas de empresas.
Para evitar estas perdas, a gerente da ACE de Holambra Suzi Celegatti orienta um planejamento e estudo junto ao Sebrae para minimizar estas perdas. “Todo empreendedor, seja ele um microempresário ou microempreendedor, precisa conhecer o mercado em que vai atuar assim como definir o público que deseja atingir. Também é necessário estruturar a empresa do ponto de vista administrativo-financeiro e elaborar o planejamento dos negócios”, orienta.
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