29/05/2016

Conheça o jovem de Holambra que está nas finais do campeonato nacional de basquete

Leonardo Joanes Eltink fala sobre como entrou no mundo do basquete, relembra momentos vividos na cidade natal e do desempenho que o Bauru Paschoalotto tem tido na competição.

Ele tem apenas 21 anos, mas já acumula grandes responsabilidades. O holambrense Leonardo Joanes Eltink joga como ala-pivô no time de basquete Paschoalotto/Bauru, que tem se destacado no campeonato nacional do Novo Basquete Brasil (NBB). Desde criança, viu em um projeto social a oportunidade de mergulhar no mundo dos esportes e ser um atleta. A escolha exigiu sacríficos e um deles foi mudar de cidade com apenas 14 anos e ficar longe da família que sempre o apoiou.

Fora das quadras, ele também precisa tirar tempo para os estudos. Leonardo cursa Educação Física em Bauru, cidade onde mora atualmente.  A vida de atleta exige de Leonardo uma rotina de disciplina que envolve treinos diários de aproximadamente seis horas. Em entrevista ao Portal Holambrense ele conta sobre sua trajetória, sonhos e aspirações, e também sobre o desempenho que o Paschoalotto/Bauru tem demonstrado nos últimos jogos.

O atleta também relembra os momentos em que morava em Holambra e comenta que, devido ao campeonato, as idas a cidade tem sido menos frequentes. “É difícil conciliar com o calendário de jogos e competições. Mas sempre que eu tenho alguma folga eu volto”, afirma o jogador.

Quais as lembranças que você guarda de Holambra? Que locais você costumava visitar e do que você sente falta na cidade?  Eu costumava visitar o ginásio municipal, foi lá que eu comecei a treinar. Quando era criança, lembro de ir com meus pais, e depois com meus amigos no bar Casa Bela, que fica no Centro da cidade.

Como foi o seu primeiro contato com o basquete?  Meu contato com o basquete foi com projeto Carina, da prefeitura de Holambra. Com 12 anos eu tive a oportunidade de começar nesse projeto municipal. Meu irmão jogava futebol, então eu tive esse incentivo esportivo em casa. Nesse projeto, eu treinava duas vezes por semana no ginásio municipal. Eu e meus amigos ficávamos na expectativa pelo lanche que vinha depois dos treinos (risos).

Quando você decidiu que deveria se dedicar profissionalmente ao esporte? Precisou abrir mão de algum outro sonho ou você sempre quis ser atleta?  Sai de casa com 14 anos. Fui para São Paulo, para o Palmeiras, então abri mão de tudo: de família, amigos e de estar perto da namorada. Era muito novo e voltava pouco, então ficava com saudade e foi uma transição muito difícil. Você se abdicar do ambiente familiar, dos amigos, da sua cidade natal para buscar um sonho de se tornar atleta profissional foi uma decisão muito difícil que eu tive que tomar muito jovem e minha família sempre me apoiou.

Quais times você jogou e como chegou no Bauru? Qual a posição que você joga? Jogo de ala-pivô. Já joguei no Jundiaí, com 13 anos, Palmeiras dos 14 aos 18 anos, e em Bauru eu cheguei com 18 estou até agora.

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Vocês já foram vice com o Bauru no NBB. Quais as expectativas para conquistar a vitória este ano?  Estamos mais concentrados. No ano passado a final era em melhor de três partidas, agora é em melhor de cinco jogos e isso muda muito, pois playoff é jogo a jogo e você tem ter mais partidas para corrigir erros e também para buscar o título é melhor. No ano passado, nosso time estava numa carga muito grande. Jogamos 82 partidas na temporada passada contra 50 do Flamengo. Já esse ano, chegamos com outra postura. Viemos com menos jogos na temporada, nosso time está numa crescente e temos tudo para fechar de maneira diferente do ano passado.

Como você avalia o desempenho do time nesta competição?  Excelente. Conseguimos todos os nossos objetivos que eram chegar a todas as finais dos campeonatos que disputamos. Entre eles conseguimos o vice-campeonato mundial, vencendo uma partida em cima do Real Madrid, tido na época como um dos melhores times de basquete fora da NBA. Na Liga das Américas, tivemos algumas baixas e mesmo assim fizemos uma final incrível contra o Guaros de Lara, da Venezuela, a vitória não veio, mas o time jogou muito firme. Agora vamos em busca do título inédito do NBB para consagrar a temporada.

Quais competições você participou? E qual você acredita ter sido a mais difícil de encarar? Por que? Este é meu terceiro NBB. Já participei do Campeonato Paulista, da Liga Sul-Americana, da Liga das Américas e do Mundial Interclubes. Todos eles são difíceis. Acredito que a Liga das Américas coloca lado a lado as melhores equipes das Américas do Sul e Central e são várias escolas de basquete em um campeonato de tiro curto. Isso é muito difícil, pois você não pode vacilar. O NBB também é muito difícil, pois é um campeonato longo, você tem que manter o equilíbrio por oito a dez meses de campeonato, e isso é bem difícil.

Quais são os seus maiores desafios enquanto atleta profissional? Chegar ao mais alto nível do basquete seja na Europa ou até mesmo na NBA, quem sabe.

Quando vence seu contrato com o Bauru? Pretende renovar? Quais são os planos para o futuro? Meu contrato com o Bauru vai até a final do campeonato paulista da próxima temporada (outubro 2016). Pretendo renovar sim. É uma equipe que me acolheu muito bem e aqui divido quadra com jogadores muito renomados, não só da minha posição. Então aprendo muito aqui e tento ao máximo aproveitar as chances que eu tenho nos jogos. Conseguir mais tempo de quadra para poder pegar mais experiência e buscar melhorar meu nível sempre. No NBB meu principal objetivo hoje é ser titular, sei que é difícil, mas eu trabalho muito para isso.

Quem foram as pessoas essenciais na sua trajetória profissional? Com certeza meus treinadores. O Humberto Ferrari de Jundiaí e o professor Felipe “Filet”, por que ele me ajudou bastante quando eu cheguei ao Palmeiras. Além dos treinamentos ele (Felipe) me ajudava muito fora das quadras, pegava no meu pé em relação aos estudos e foi meio que um irmão mais velho nessa fase de transição do interior para a cidade grande, a capital.

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Quem são suas referências no mundo do basquete? O primeiro de todos é o astro da NBA Kobe Bryant. Quando eu comecei a acompanhar basquete, Kobe estava no auge, era o centro das atenções no mundo do basquete e ele jogava demais, inspirava mesmo. No Brasil, o cara que mais me motivou é o Alex Garcia, sempre via notícia dele, de prêmios, títulos, passagem pela NBA e hoje tenho a oportunidade de atuar ao lado dele.

Holambra tem um time de basquete, os Black Horses, que mensagem você deixa de incentivo a esses atletas? A melhor possível. Sei que é muito difícil, pois todos trabalham, têm empregos e dividem tempo entre treinos e vida pessoal. Mas quero que eles acreditem sempre nesse projeto, nesse sonho que um dia se realiza. A gente começa pequeno e vai crescendo. Um exemplo é hoje eu atuar ao lado de Alex, um cara que sempre admirei. Então minha mensagem ao Black Horses é que se dediquem sempre, cada vez mais e acreditem no projeto que é muito bonito e levará o nome da cidade na modalidade.

Você acredita que Holambra tem potencial para consolidar um time de basquete profissional? Sim, com certeza. Acredito que a cidade tem a capacidade e potencial formar um time estruturado. Basta ter o incentivo para as crianças se espelharem e verem na modalidade uma profissão.


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