14/08/2016

Conheça a história de superação de um pai holambrense mais que especial

José Hudson conta da alegria de ser pai após enfrentar uma grave doença.

Leonardo Saimon

Em homenagem ao Dia dos Pais, o Portal Holambrense entrevista neste domingo um pai mais do que especial em Holambra. José Hudson Rodrigues levava uma vida normal até que, aos 22 anos, descobriu um tumor que o deixou com problemas na coordenação motora. Quando tudo parecia perdido, ele decidiu formar uma família e, no passado, quando completou 32 anos de idade, ficou pai da pequena Amanda. Ao lado da esposa Juliane Vieira ele dá um exemplo de superação, amor e paternidade. “Ser pai foi a melhor coisa que me aconteceu na vida”, declara com um largo sorriso.

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início

As lembranças do casal holambrense Hudson e Juliane  se voltam a outubro de 2014 quando a seca ameaçava a cidade naquele ano. Apesar disso, a preocupação de Juliane era outra. A holambrense passara mal há alguns dias e isso a preocupou. Finalmente Juliane resolveu ir ao médico junto com a tia. “Você está grávida. E de um mês”, disse o médico para a futura mãe. “Como assim doutor? Eu? Grávida?”, replicou. Dessa vez não era alarme falso como antes, ela realmente estava grávida da pequena Amanda.

Do outro lado da cidade, Hudson nem ao menos desconfiava da paternidade. Mas foi ao anoitecer enquanto ele estava no computador que Juliane se viu obrigada a contar a novidade para o cônjuge, mesmo sem se achar preparada. Daquele dia em diante, Hudson agora tinha um novo propósito de vida e um outro desafio, ser pai de primeira viagem. Ele sempre quis uma menina quando era criança, Hudson dizia a mãe: “Eu vou lhe dar uma neta”, lembra. Quando Amanda nasceu o sonho se concretizou.

“É uma alegria muito grande. Sou muito feliz por isso”, afirma o holambrense sem titubear ao lado da esposa Juliane com quem vive junto há um ano. A declaração dele vem em resposta ao sentimento paterno e do carinho que tem por Amanda, de apenas um ano. Hudson é o filho mais novo em uma família de quatro irmãos. Ele nunca conheceu o pai biológico, embora tivesse vontade e quando nasceu logo ficou órfão de mãe, que morreu durante o parto. Por cauda disso, foi criado pelo irmão de sua vó. José Hudson é natural de Águas de Lindóia e por muitos anos residiu em Campinas.  Mas há treze anos escolheu Holambra para ser sua nova casa, cidade que acompanhou parte de suas lutas e alguma de suas vitórias.

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A tragédia

Hudson tinha 22 anos e almejava cursar Engenharia da Computação. Mas devido as circunstâncias ele precisou trabalhar como vendedor. O sonho no entanto precisou ser adiado porque na época ele começou a sentir tonturas fora do normal, sintomas semelhantes aos causados pela labirintite. Por incentivo de familiares, Hudson foi a um médico de confiança que lhe recomendou um especialista. Preocupados, eles descobriram o inimaginável: um tumor na cabeça.

O resultado só apareceu depois do sétimo diagnóstico. Sua mãe adotiva, Dona Aparecida, chorava copiosamente com a condição aparentemente ingrata na qual viu seu filho ainda tão novo. As forças dela vinham do próprio Hudson que apesar de ser o protagonista de uma situação tão delicada, procurava não se desesperar. “O que tiver de ser, será”, dizia ele a mãe.

A única alternativa era uma cirurgia que precisava ser feita urgentemente. Ao entrar naquela sala fria de hospital que exalava odores de medicamento, Hudson não imaginava que ao acordar ele não andaria mais. Situação ainda mais trágica para que dona Aparecida pudesse enfrentar. “No começo foi mais difícil, mas depois fui me acostumando”, explica ele. Enquanto fala, Hudson olha, vez ou outra, para Amanda, sua filha.  Ela parece fazê-lo esquecer qualquer dificuldade que já enfrentou um dia. A primogênita foi a coisa mais certa que já lhe aconteceu.

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 Desafios da paternidade

Depois de passar por muitos tratamentos, Hudson hoje é aluno do Núcleo de Atenção e Orientação Terapêutica ao Trabalho (Naott) em Holambra. De segunda à sexta, ele trabalha com atividades que ajudam a desenvolver a sua coordenação motora e aos fins de semana gosta de passear com a mulher e a filha. Atualmente, a família mora no Bairro Groot. “Cada um faz alguma coisa em casa, as tarefas são divididas”, diz ele.”As vezes eu fico em pé escorado na parede enquanto ela corre em minha direção para eu carregá-la”, revela. Por conta das limitações, o holambrense é aposentado, mas apesar das circunstâncias não vê a vida com muitas dificuldades. Sonha pela família, sonha por si mesmo e pela sua filha. Sonha agora bem mais do que antes, sonha como homem, sonha como um pai.

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