08/03/2017

Conheça a história da holambrense que venceu o câncer e se tornou enfermeira

Luciana Aparecida relembra trajetória árdua, mas diz que dificuldades lhe ensinaram a viver

Leonardo Saimon

O dia é das mulheres e Luciana Aparecida Alves Aquino se sente agraciada porque uma filha nasceu neste dia. Não teve nenhum menino e tem muito a comemorar já que suas duas filhas já estão grandes. Ela relembra as lutas que enfrentou após um dos partos e diz ter conhecido a criança somente 13 dias após o nascimento. O que Luciana não imaginava era que sua vida seria regada de superação. Esta era apenas uma delas.

Nascida e criada em Holambra, a técnica de enfermagem morou por muitos anos em Santo Antônio de Posse (SP). Após longa peregrinação em terras alheias, Luciana decidiu voltar. Oito anos após seu regresso, a holambrense perde o pai e precisa enfrentar uma depressão, que durou cerca de um ano. Setembro de 2009 parece ter dado fim ao resto do ano. “Eu ainda estava com depressão quando descobri que estava com câncer de mama”, conta Luciana. Ela olha para a filha, que acompanha a entrevista, enquanto lembra dos acontecimentos ainda recentes.

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Fazia uns três anos que ela não fazia os exames e quando eles saíram ainda levou uma vida para entregar ao médico. As alterações, no entanto, não a abalaram, pelo contrário, contribuiu para que pudesse viver mais do que já tinha vivido em qualquer outra época. As memórias não saem da mente porque a luta foi intensa. Mas ainda era o princípio das dores. Após sessões de punção mamária e quimioterapia, Luciana finalmente se viu livre do câncer e pode respirar aliviada, por pouco tempo.

Em 2014, a moradora descobriu que tinha seis miomas uterinos benignos e um estava tão grande que tinha o tamanho de um abacate. “Eu tive uma hemorragia fortíssima. A minha barriga começou a crescer e parecia a de uma gestante de sete ou oito meses”, lembra. Ela precisou retirar 2,8 quilos de útero – tamanho de uma menina recém-nascida –. O cólon e as trompas também foram retirados. Apenas o ovário foi resguardado. Foram necessárias três sessões de quimioterapia para que não restasse vestígios do problema.

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Este foi um dos momentos mais difíceis da vida dela. Só que foram vencidos graças ao suporte das filhas e do marido. A assistência da família amenizou a dor que sentira naquele momento.

Mas, o que Luciana não sabia é que o nódulo sebáceo no ombro, que crescera ao longo do tempo, lhe custaria mais seis sessões de quimioterapia. O resultado foi visível e os cabelos de Luciana começaram a cair.

Superação

Enquanto lidava com os problemas de saúde, Luciana resolveu voltar a estudar. Após se inscrever no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) como técnica de enfermagem, ela começou a viver uma nova fase de sua vida, mesmo debilitada. O apoio dos amigos e a compreensão dos professores foram essenciais. Luciana não deixou de estudar e correu atrás do tempo perdido. Resolveu viver. Não como vinha vivendo, entretanto da forma mais plena possível., já que esta foi uma das maiores lições que tirou de toda o descrito mar de tribulações. “Ficar triste para quê? Sabe o que a gente leva dessa vida? As amizades das pessoas. Não adianta a gente ficar com o nariz empinado que não vai dar em nada”, aconselha a moradora.

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Hoje, o maior prazer de Luciana está em servir. Como cuidadora de idosos, a técnica de enfermagem não mede esforços para ajudar o próximo. Trabalhar com idosos é uma de suas paixões, por isso, atua com gosto. Mas, quando lembra de tudo que passou, sabe que foi guerreira e vê que muitas mulheres passam por situações semelhantes. Vendo isso ela admoesta: “levante a cabeça! Não tenha medo de se olhar no espelho. Não importa a situação que esteja passando, não tenha vergonha”.

Luciana Aparecida vive, hoje, mais do que em qualquer outro tempo. Vive porque a vida lhe ensinou a viver. Encontrou o sentido da vida nas coisas simples do dia-a-dia, e reconhece que servir o outro é uma das formas mais plenas de se viver. E sabe que – ainda – tem muito a lutar. Contudo não tem medo do porvir, pois, no fim, o que importa não é quanto tempo se vive, mas sim como se viveu.

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