31/08/2016

Comerciantes criam promoções para incentivar uso de moedas em Holambra

Café Pioneiro dá pães para os clientes que pagarem compras com moedas.

Leonardo Saimon

Os comerciantes de Holambra têm enfrentado um problema recorrente: a falta de moedas. Para contornar a situação, os comércios buscam várias alternativas, seja por meio de descontos, balas como forma de troco ou apelo para trocas de moedas por cédulas, o que nem sempre resolve o problema. Uma das principais causas para o ‘sumiço’ desse tipo de dinheiro, segundo os comerciantes, se concentram em um fator: a retenção da moeda na casa dos clientes. Quer seja para juntar em um cofre ou para colecionar as moedas olímpicas que foram lançadas pela Casa da Moeda, no Rio de Janeiro.

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A comerciante do Café Pioneiro, Helenice Graat, sabe muito bem o que é isso. Neste mês ela lançou uma promoção a fim de arrecadar moedas para a loja de Conveniência, localizada no Centro de Holambra. Todo o cliente que fizer R$ 30 em compras e pagar o valor em moedas, leva três pães franceses de brinde. “Nós já fomos aos bancos, mas eles dizem que também não têm moedas. Então, o jeito é fazer essa promoção. Com o início da Expoflora, nós precisamos de troco porque a demanda de clientes aumenta”, revela a comerciante.

Helenice explica que esta é a segunda vez, só neste ano, que o estabelecimento promove este tipo de iniciativa. Mas que, mesmo quando não há promoção, os atendentes incentivam os holambrenses a comprar com moedas. A administradora Vanda Gonzaga, que também trabalha no Café Pioneiro, diz que o estabelecimento já recebeu ligações de pessoas atrás das moedas olímpicas. “Esses clientes colecionam esse tipo de moeda, o que também dificulta a circulação”, comenta.

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Helenice: “Nós já fomos aos bancos, mas eles também dizem que estão sem moedas”

Fundada no período colonial, mais especificamente no ano de 1694, a Casa da Moeda é a instituição responsável por este tipo de produção. Segundo o órgão, em 2015, a Casa produziu 897 milhões de moedas, número bem inferior à 2013 quando foram produzidas 2,3 bilhões. No entanto, a emissão de cédulas ou moedas, segundo o órgão, se dá apenas por solicitação do Banco Central.

Já o Banco Central do Brasil (BCB) explica que existem hoje em circulação 24,16 bilhões de unidades de moedas, que correspondem a uma disponibilidade per capita de R$ 29,5 em moedas e 117 moedas por habitante.

“Embora a produção de numerário, desde 2014, tenha sido impactada por necessidade de redução da despesa pública no âmbito federal, a área técnica do BCB tem envidado esforços para administrar os estoques disponíveis com a finalidade de atender de forma mais equânime possível às demandas em âmbito nacional”, declara o BCB.

Além disso, o Banco Central também reforçou que “não é a única fonte de moedas metálicas, uma vez que os bancos e o comércio também podem captar depósitos em moedas junto aos seus clientes, que poderão então ser disponibilizadas para recirculação.”


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