Associação Arca de Holambra pede ajuda para continuar atuando

Da redação

Muitos a conhecem pessoalmente, outros apenas de “vista”, mas com certeza, a maioria dos moradores da cidade de Holambra sabem de sua história de vida. Nelly Albertje Maaike van Schagen, ou simplesmente dona Nell, uma imigrante holandesa que tem orgulho de ter construído sua história na Cidade das Flores. Moradora de Holambra há 36 anos, há aproximadamente 10 anos ela começou sua luta pela causa animal.

No início, Nell se dedicava aos seus próprios animais, todos vítimas de abandono e maus tratos e, que muitas vezes, eram abandonados no Centro da cidade, local onde ela sempre passava e se sensibilizava com a cena daqueles pequenos abandonados. Com o passar do tempo – e não estamos falando de anos, mas sim de meses – esse número rapidamente pulou de 3 pra 10 e, de 10 pra 15 animais, todos em uma casa de apenas 60 metros quadrados. Com o aumento dos animais, automaticamente, aumentaram também as despesas com alimento, remédios e tratamentos.

Aos poucos, a vontade de dona Nell em ajudar os animais cresceu e se tornou a ‘Associação de Reabilitação e Controle Animal (Arca) de Holambra’, fundada, gerenciada, administrada e mantida por dona Nell. Mas, agora, essa causa precisa da ajuda de todos. Nell já buscou a colaboração de moradores e do comércio local, pois as suas economias e os pequenos aluguéis que ela recebe de quartos que loca no formato de pensão já não são mais suficientes.

Conhecida na cidade como a “mulher dos cachorros”, esse apelido fazia com que as pessoas passassem a lhe despejar os problemas com animais. O termo “despejar” apenas simplifica os inúmeros casos de animais abandonados na porta da casa de Nell, seja em caixas perto do carro dela, amarrados no portão da casa e, ainda, os incontáveis contatos que faziam solicitando que ela fosse retirar “aquele animal que o dono não cuida direito” e “aquele outro que ficou bravo e não podia mais ficar no quintal”.

Tem também o que “puxava roupas do varal”, aquele que “estava doente e não podia mais ser cuidado”, ou as desculpas mais chocantes como, “é que compramos um cão de raça e não podemos ficar com esse vira-lata”, sem esquecer ainda daqueles casos de animais atropelados na cidade e nas rodovias de acesso que ela tinha “o dever de recolher já que era da associação”. Associação essa que nunca existiu, tudo sempre foi feito, simplesmente por ela, com ajuda de muitos que se sensibilizavam com a situação.

Nesses 10 anos que ela luta pelos animais, Nell já resgatou mais de 200 animais, tratou, cuidou, vacinou, castrou e alimentou. Muitos tiveram sorte e ganharam lares onde, finalmente, recebem amor e carinho, porém, têm muitos que ainda não conseguiram achar uma família e, para não ficarem desamparados, ainda contam com a ajuda de Nell.
A voluntária muitas vezes tem deixado de se alimentar para continuar dando o mínimo de condição de vida para os animais acolhidos. Com o corpo cansado, seus 66 anos de vida já exigem que ela se cuide mais, porém como ela mesma diz, “de que jeito? Se eu não fizer, ninguém faz. Se eu não ajudar, ninguém ajuda”, afirma Nell.

Atualmente, dona Nell se mudou de casa graças à ajuda que ainda recebe. Conseguiu se fixar numa área maior, onde, aos poucos, está conseguindo construir uma estrutura melhor. Entretanto, os custos ainda são bem altos. Só de alimentação ela precisa, em média, de uma tonelada de ração por mês, fora os custos com remédios, vacinas e castrações. Assim, com um coração que sempre tem espaço para mais um, ela chegou no limite, limite físico, emocional e financeiro. Muitos a ajudam, caso contrário, essa batalha já teria sido perdida. Mas nem sempre a ajuda financeira é frequente e a mão de obra é cada vez mais escassa.

Patrícia Passos é uma das pessoas que colaboram de forma direta para que dona Nell continue com o trabalho desenvolvido. Ela considera a ação da Arca genuína e de extrema importância para Holambra. “Eu e outras pessoas temos percebido a dificuldade que a dona Nell está passando para manter a Arca, então, decidimos ajudá-la a arrecadar fundos para continuar com o projeto e quitar as dívidas existentes. Ela faz um trabalho que beneficia toda a população, pois se todos os animais que ela cuida – que são 120, continuassem nas ruas, eles dariam crias e esse número seria muito maior. Geraria problemas muito grandes, como doenças, entre outros fatores”, relata Patrícia.

A Arca de Holambra e a dona Nell contam com a ajuda de todos para continuar com esse projeto de acolhimento aos animais carentes de Holambra. Com muito pouco já é possível colaborar, caixinhas serão deixadas nos comércios locais a fim de serem arrecadados fundos, entre os locais está o pet shop Villa dos Bichos, situado na Rua Solidagos, n°403, no Jardim Morada das Flores. Quem desejar se tornar um padrinho mensal da Arca de Holambra, ou contribuir de alguma forma com o projeto, basta entrar em contato pelos telefones (19) 9.9666-6884 (Nell) ou (19) 9.8833-8224 (Patrícia).

(Texto publicado por Patrícia Passos em rede social e adaptado pelo Portal Holambrense)

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