24/03/2017

Variação de imposto arrecadado em Holambra é 10 vezes superior à média brasileira  

Desempenho do município também está acima da região e do estado de São Paulo

Leonardo Saimon

Em 2015, Holambra arrecadou cerca de R$ 11,6 milhões em impostos, um ano depois este valor subiu para R$ 12,3 milhões, o que representa uma variação positiva de 6,15%. Nem a variação brasileira atingiu tal índice. A arrecadação tributária nacional cresceu de forma modesta, e fechou o ano com aumento 0,59%. Ou seja, Holambra variou, em porcentagem, 10 vez mais que o Brasil.

Dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) apontam ainda que em 2017, a cidade deve seguir em ritmo satisfatória e crescer mais do que no ano passado. Contudo, não houve crescimento real do município uma vez que a cidade cresceu abaixo da inflação.

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Imagem: HJ Fly – Imagens Aéreas.

Se somarmos todo o imposto arrecadado na Região Metropolitana de Campinas (RMC) neste mesmo período de tempo, veremos que a região apresentou um aumento de 2,94%, já o estado de São Paulo apresentou queda na arrecadação de -0,63%. O desempenho de Holambra também está acima destas duas esferas. Vale lembrar, que estes dados só contabilizam o que foi arrecadado dentro do município e não leva em consideração o montante, mas sua variação.

A cidade também demonstrou porcentagens superiores frente a grandes municípios da região. Campinas (SP), por exemplo, apresentou variação de 3%. Na contramão de Holambra, Jaguariúna (SP) teve desempenho negativo de – 5,53% e Paulínia (SP) patinou com apenas – 0,02%

Dinheiro aplicado

De acordo com a associação, com este valor seria possível construir 146 casas populares, contratar 5.973 professores do Ensino Fundamental e implantar 45 quilômetros de rede de esgoto.

Já se fosse possível canalizar todo esse dinheiro para um setor apenas, os impostos conseguiriam construir 146 casas populares – de 75,85 m² –, cada uma custando em média R$ 85 mil. Na Educação, o recurso poderia contratar 5.973 professores de Ensino Fundamental, com salário médio de R$ 1,9 mil e carga horária de 40 horas semanais. Porém se estes impostos fossem destinados unicamente para a compra de ambulâncias, por exemplo, seria viável adquirir 455 unidades móveis de emergência, cada uma orçada no valor de R$ 27,3 mil.

Esse dinheiro também ajudaria os moradores do Camanducaia a formalizarem a situação de esgoto no local. Com custo médio de R$ 280 mil, o montante arrecadado em 2016 providenciaria 45 quilômetros de rede coletora de esgoto e pavimentaria quatro quilômetros de estradas simples.

Crescimento estável

O crescimento de Holambra é estável, analisa o economista, Ricardo Buso. Porém, ele diz que é preciso se levar em consideração a correção inflacionária do período que foi de 6,3%. Sob esta perspectiva, o município teve desempenho negativo. “De qualquer maneira, aplicando esse mesmo raciocínio para todos os municípios e região, Holambra continua como destaque na região e a RMC também exibe resultado bem melhor que o país e o estado”, atesta o economista.

Ele acredita que a situação de Holambra é tranquila, diante do cenário econômico regente, mas diz que é necessário estudar as causas deste desempenho, uma vez que elas podem ou não causar estabilidade no município.

“Se decorrente do crescimento econômico, a arrecadação já é reflexo de uma melhoria na atividade local e confere maior estabilidade e sustentabilidade aos gastos públicos. Mas se o crescimento resultou de aumento de carga tributária, o benefício tende a ser apenas temporário e pode prejudicar o crescimento econômico”, entende Buso.

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