11/01/2017

Taxa de abandono escolar em Holambra é três vezes superior à média estadual

Problemas na educação básica podem contribuir para crescimento deste fenômeno, frisa especialista

Leonardo Saimon

A taxa de abandono escolar em Holambra em 2015 foi três vezes superior à média estadual. Esta porcentagem é a maior em quatro anos. As informações da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp) foram cruzadas a partir de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). No ano passado, a Escola Ibrantina Cardona também teve um desempenho negativo no ranking do Inep, que aponta o desempenho dos alunos de todo o Brasil no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Desde 2012, o município tem índices que ficaram acima dos que foram vistos em todo o estado de São Paulo. Cerca de 10,4% dos alunos matriculados no ensino público estadual em Holambra desistiram dos estudos no ano de 2015. No mesmo período, a porcentagem no território paulista foi de 3,8%. Além disso, o Inep também apontou que a maior taxa de desistência se deu no primeiro ano do Ensino Médio. Dos 52 alunos que deixaram as carteiras escolares, 33 desistiram somente no primeiro ano, 12 no segundo e oito no terceiro.

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A taxa de reprovação da rede também sofreu aumento em 2015. No ano passado, 12,7% dos alunos reprovaram. Segundo o Inep, as maiores taxas de reprovação se deram no primeiro ano (19%), seguido do segundo ano (12,2%). Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), o número de reprovados no Ensino Médio atingiu 7%.

Para o professor e mestre em Educação Socio-Comunitária Ivan Bueno, este resultado é reflexo de uma série de fatores atrelados à cultura brasileira. “Pelo que tenho visto, este abandono é um fenômeno social. Algumas vezes o jovem abandona os estudos na tentativa de trabalho, mas acaba sem emprego por falta de qualificação”, afirma Bueno.

Outro fator que tem elevado significativamente o número de alunos que deixam de estudar, na concepção do educador, é a falta de incentivo no âmbito familiar e dentro do ambiente escolar, principalmente nos anos iniciais, como na Educação Básica. Como alternativa a estes problemas em Holambra, Bueno propõe que o município invista em ensino técnico e incentive os jovens a atuarem nos segmentos fortes da cidade, como agricultura e turismo.


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