31/01/2018

Rosas viajam mais de 6.000 km para serem leiloadas em Holambra

Produzidas no Ceará, flores seguirão ao Nordeste para serem ofertadas a Iemanjá

Grande parte dos devotos de Iemanjá e de Nossa Senhora dos Navegantes nem imagina que as rosas ofertadas para a Rainha do Mar enfrentam uma dura jornada antes de serem lançadas ao mar como oferendas em todo o litoral brasileiro. As rosas, consideradas as “Rainhas das Flores” e preferidas para as homenagens ao orixá africano e à santa católica – que acontecem na próxima sexta-feira, 2 de fevereiro, – já foram colhidas na semana passada pelos produtores e estão sendo transportas em caminhões refrigerados para que cheguem ainda lindas em todo o litoral brasileiro até a véspera do evento, na quinta-feira (1º).

Um dos principais produtores de rosas do Brasil – o Grupo Swart, de Holambra – mantém suas estufas em Andradas (Minas Gerais) e na Serra de Ibiapaba, no Norte do Ceará. Como o grupo é associado à Cooperativa Veiling Holambra, localizada no interior de São Paulo, elas percorrem 2.868 km desde a cidade cearense para serem vendidas em um leilão diário. E, depois, muitas delas fazem a viagem de volta para o Nordeste.

Longa viagem

Somando a viagem de ida e volta, as rosas percorrem 5.867 km para serem entregues às floriculturas de Fortaleza e 4.860 km para chegarem aos consumidores finais de Salvador, onde está a maior demanda pelas flores no Dia de Iemanjá.

As preferidas ainda são as rosas brancas, mas as amarelas – cor associada ao Sol e que remete a alegria, felicidade, energia e esperança -, parece que estão conquistando este ano os devotos de Iemanjá. O Grupo Swart, de Holambra, viu aumentar em 30% suas vendas da variedade “Déjà Vu” (rosa de cor amarela) em comparação a 2017.

“Até 2015, o foco da produção para o final de um ano e Iemanjá era nas rosas brancas. Com a procura pelas flores de cor amarela, já em 2016, introduzimos a variedade “Déjà Vu” em nossa produção. Apostamos certo”, comemora Henrika Swart, diretora do grupo.

Rosas sendo preparadas no Ceará

No sítio que fica em Ubajara (CE), Nordeste do Brasil, o produtor Theodoro Swart plantou 1,3 hectares dessa variedade “Déjà Vu” e os disponibilizou ao mercado a partir de julho de 2017. Em novembro, teve que aumentar a escala e deve atingir 2.000.000 de hastes de rosas amarelas.

“Os brasileiros gostam muito de simbologias. Talvez seja o desejo de prosperidade para esse novo ano que os faça buscar outras cores, além da tradicional branca, não só para a decoração das festas de Réveillon, mas para carregar durante o ano”, arrisca. Pode ser só um palpite. Mas um palpite certeiro em 2017.

Leilão de rosas em Holambra

Nas três últimas semanas, somente o Grupo Swart comercializou 181.260 botões de rosas, sendo 139.440 da variedade Avalanche (brancas, cultivadas em Andradas, MG) e 41.820 da “Déjà Vu” (amarelas, produzidas no Ceará). Ou seja, as amarelas já são quase ¼ da demanda (23,07%). O Grupo Swart produz 16 milhões de hastes de rosas por ano, dos quais 10 milhões em Andradas (MG) e 6 milhões no sítio em Ubajara (CE).

Mercado floricultor

O Ibraflor – Instituto Brasileiro de Floricultura – comemora os resultados de 2017.  O comércio brasileiro de flores e plantas ornamentais encerrou o ano com crescimento de 10% – na contramão da crise econômica que afeta o país – e um faturamento superior a R$ 7,2 bilhões.

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