18/01/2018

Prefeitura de Holambra pede mais doses de vacina de febre amarela ao Estado

Requerimento foi feito após município passar a integrar área de risco da doença

Da redação 

Até então considerada uma área de pouca incidência do vírus da febre amarela, Holambra passou, na última terça-feira (16), a integrar o mapa de risco da doença. Isso porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado que inclui todo o Estado de São Paulo na área onde a chance de se contrair o vírus é maior. Isso fez com o que a Prefeitura protocolasse, na última quarta-feira (17), um ofício junto ao setor de Vigilância Epidemiológica da DRS VII, solicitando o aumento no número de doses destinadas regularmente à cidade.

Holambra recebe do Estado, semanalmente, 30 doses da vacina. Elas são disponibilizadas para imunização sempre às sextas-feiras, das 8 horas ao meio dia, por ordem de chegada. Apesar do comunicado feito pela Organização Mundial da Saúde, não houve, até o momento, alteração na quantidade de doses destinadas ao município por parte da Secretaria de Saúde do Governo do Estado.

A recomendação da OMS tem como objetivo alertar viajantes internacionais sobre a necessidade de tomar a vacina contra a febre amarela 10 dias antes de viajar para São Paulo. A organização justifica o novo posicionamento devido ao aumento no número de casos e de mortes. Até então, apenas parte do Estado era considerada área de risco de transmissão.

Atualmente, ainda segundo a OMS, a vacina para viajantes internacionais é recomendada também para os estados das regiões Centro-Oeste e Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Maranhão, além de partes dos estados do Sul, Bahia e Piauí.

Holambra

Na ‘Cidade das Flores’, mesmo antes desta integrar a área de risco, a vacina contra o vírus da febre amarela está disponibilizada em todas as sextas-feiras, a partir das 8 horas, na Policlínica Municipal. Segundo a Prefeitura, 30 doses são disponibilizadas semanalmente no local. De acordo com a Prefeitura, “A medida adotada pela OMS frente ao crescente número de casos registrados é um alerta necessário no sentido de reforçar a conscientização e acelerar ações preventivas. Holambra segue as orientações do Departamento Regional de Saúde VII (Campinas). Até o momento nenhuma nova diretiva foi apresentada”, explicou a assessoria do Executivo.

Apesar do novo mapeamento divulgado pela OMS, nenhuma morte por febre amarela foi registrada em Holambra, onde 65 moradores já foram imunizados somente em dezembro de 2017. Já no Estado de São Paulo, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, 69 casos da doença foram confirmados desde janeiro de 2017, resultando em 27 mortos – 11 apenas neste ano.

Sintomas

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, a febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias.

A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.

Transmissão

A febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países da África e é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença está apenas nos transmissores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue).

A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.

Conhecido por transmitir a dengue, Aedes Aegypti também transmite vírus da febre amarela

Prevenção

Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação. Os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente como caixas d’água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos.

Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados. Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida através do “fumacê”. Além disso, devem ser tomadas medidas de proteção individual, como a vacinação contra a febre amarela, especialmente para aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios da doença. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.

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