10/09/2017

Policial Militar de Holambra fala dos desafios das mulheres na Segurança Pública

Andi Mastromonico faz balanço dos três meses que atua na ‘Cidade das Flores’

Da redação

Trabalhar na Segurança Pública no Brasil é, por unanimidade, um desafio. Os fatores para chegar a esta conclusão são diversos. Alto índice de violência, salários baixos, sucateamento de equipamentos, etc. Ou seja, quando se encontra um policial que, mesmo em meio a situações tão adversas, consegue se destacar e exercer a função de proteger a população com maestria, é necessário que as atenções se voltem a este profissional. No caso desta entrevista, o personagem desta semana tem mais um motivo para se orgulhar: atua com eficácia em uma função que muitas vezes é considerada (erroneamente ao extremo) inadequada para mulheres.

Nascida em São Paulo (SP), Andi Mastromonico tem 45 anos e já dedicou 20 à Polícia Militar. Tímida, a oficial conta que já sofreu com o machismo nos primeiros anos de profissão, mas se mostra otimista com o cenário atual e afirma que, na luta em prol da igualdade entre homens e mulheres, a mídia pode ser grande aliada.

Confira detalhes da carreira da policial militar Andi Mastromonico:

Sempre desejou trabalhar na segurança pública? Antes de ingressar na Polícia Militar, trabalhei na área administrativa. Sou formada em Matemática desde de 1993, mas, ao ingressar na PM, em 1996, logo percebi que tinha vocação.

Como foi o início da carreira na Polícia Militar? Ingressei em novembro de 1996, cursando Escola de Formação de Soldado em São Paulo. Após a formatura, minha primeira unidade foi o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), na mesma cidade, no período de 1997 a 2003. Após 2003, passei a trabalhar no 29º BPM/M (zona leste da cidade de São Paulo), onde trabalhei até 2014 no patrulhamento motorizado. No ano de 2013, fui cursar o curso do Proerd, me dedicando, a partir de então, a dar aulas para crianças e adolescentes na prevenção do uso/consequências das drogas e violência. Servi na Polícia Ambiental e, por fim, no 26º BPM/I na cidade de Holambra, onde, com satisfação, faço parte do patrulhamento ostensivo e Proerd, para manter nossas crianças longe das drogas.

Você sofreu preconceito na polícia por ser mulher? Sinceramente, não. Quando ingressei na Polícia Militar era mais difícil, pois as vagas eram limitadas. Hoje em dia as vagas são disputadas igualmente entre homens e mulheres.

Quais os principais desafios que a Polícia Militar enfrenta em Holambra e região? O nosso maior desafio em Holambra, juntamente com a Polícia Civil e Guarda Municipal, é combater as drogas, diminuindo assim os índices criminais.

Holambra apresenta números consideravelmente mais baixos, no que diz respeito a violência e criminalidade, em comparação com cidades vizinhas, como Engenheiro Coelho (SP) e Artur Nogueira (SP). A que você atribui este fato? A educação do povo holambrense, a renda per capita e o baixo índice de desemprego, com certeza ajudam a manter estes números.

Que balanço você faz sobre o período em que está atuando em Holambra? Estou aqui há três meses e, pelo que vejo, é uma cidade tranquila, com bom relacionamento entre as policias Civil/Militar e a Guarda Municipal, facilitando assim a segurança pública.

Como você projetaria Holambra, no aspecto da segurança pública, nos próximos anos? A qualidade de vida da cidade é muito boa em relação aos grandes centros, o que nos leva a crer que permanecerá assim, podendo a população desfrutar desta tranquilidade.

O que achou da decisão de fechar a Delegacia de Polícia Civil durante a noite, finais de semana e feriados?  Isso já vem acontecendo há algum tempo na cidade de São Paulo, é uma decisão da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para centralizar em uma só delegacia os “plantões de flagrantes”, tendo em vista a baixa procura desses serviços durante a noite e finais de semanas, otimizando assim os recursos existentes.

Você julga a sociedade no Brasil preparada para ver mulheres ocupando cargos de destaque como o seu? Acredito que vivemos em uma sociedade ainda machista e preconceituosa, mas, dentro da Polícia Militar, não há distinção entre homens e mulheres. Por meio dos veículos de comunicação a sociedade vem entendendo que devemos aceitar as diferenças. Pode ser que num futuro próximo as coisas mudem em relação ao preconceito contra as mulheres, mas ainda estamos engatinhando.

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