26/02/2017

Organizador fala das novidades para o Carnaval de rua em Holambra

Thomas Peeters Kors integra comissão responsável pela festividade no município

Leonardo Saimon

A folia em Holambra já começou, mas só termina com o tradicional desfile de rua na próxima terça-feira (28). O Carnaflores – celebrado anualmente com shows ao vivo, blocos e muita folia – garante a moradores e turistas uma opção diferenciada de Carnaval de rua, com ambiente e diversão voltados para a família. Além dos bailes, um criativo e inusitado desfile é realizado tradicionalmente e percorre quase toda a extensão da Alameda Maurício de Nassau.

Diferente das festividades de outros municípios, em Holambra os foliões formam blocos, constroem carros alegóricos em cima de carretas de tratores e saem às ruas para se divertir, conscientizar o público e satirizar temas polêmicos que envolvem política e sociedade.

Para que tudo isso aconteça, o integrante do Grupo dos 11 Thomas Peeters Kors explica como funciona os bastidores de uma das festas mais aguardadas pelos holambrenses e pelos turistas da região. O evento é organizado por esta tradicional equipe aos moldes de como é visto no sul da Holanda.

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Há quanto tempo você está à frente do Carnaval em Holambra? Esse ano, faz cinco anos que eu participo da organização. Fui convidado, a primeira vez, em 2012. Eu estava na faculdade e não morava em Holambra neste período. Um dos outros organizadores, é meu tio e como sabiam que eu gostava de organizar eventos e as vezes fazia isso, eles me convidaram.

Hoje vocês estão em quanto? Hoje, participando na organização mais ativamente, somos em nove. Mas esta quantidade varia de ano a ano. Como o grupo que organiza é chamado de Grupo dos Onze, a gente tenta manter o mais próximo deste número porque é o suficiente para delegar as funções. Fora que essa quantidade permite variedade de ideias. Tiveram anos com bem poucas pessoas e outros com bastante gente.

O que é o Grupo dos Onze? É uma tradição que veio da Holanda. Em holandês se fala Raad Van Elf. E essa tradição acontece em várias cidades no sul da Holanda. Existe uma comissão de voluntários que ficam responsáveis pelas coisas do Carnaval. Um do grupo vai atrás do patrocínio, outro organiza o desfile. As festividades lá são até parecidas com as daqui. A gente pega o modelo deles e implementa aqui. Mas onze pessoas é uma quantidade suficiente para gerenciar as coisas.

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Vocês começam a organizar o Carnaval de rua desde quando? A gente sempre começa a pensar no Carnaval pelo menos dois meses antes, para conseguir ter tempo, mesmo, de planejar tudo. O startline (o ponto de partida) é sempre depois do réveillon.  Porque antes disso ninguém tá pensando em carnaval. Querendo ou não, a gente começa a organizar na primeira semana de janeiro.


“Esse evento atrai pessoas para o município, fermenta o turismo e aquece a economia local”


Como que é definida a proposta do tema do Carnaval? Normalmente, isso é decidido nas primeiras reuniões. A gente vê o que tá em alta este ano, quais foram os temas debatidos desde o último Carnaval. Fazendo uma retrospectiva, em 2014 tivemos o tema Carnaval dos Sonhos, em 2015 foi o Carnaval das Águas, exatamente por conta daquele contexto de que haveria uma crise hídrica. Em 2016, foi o Carnaval da Virada devido a todas aquelas coisas loucas – para não dizer outra coisa – que aconteceram no Brasil. Então, a gente seleciona um tema que seja interessante, que mobilize as pessoas e que ajude também na hora de produzir as fantasias e carros alegóricos. Pensando em tudo isso, este ano a gente propôs o Carnaval da União. Imaginando que apesar de tudo que aconteceu no nosso país nos últimos anos, a gente precisa tocar a bola pra frente e pensar num futuro cada vez melhor.

Onde é revestido o dinheiro que vocês arrecadam junto aos patrocinadores? O dinheiro serve para custear a banda que vai tocar nos bailes. Vale lembrar, que o baile da terceira idade e a matinê infantil não são cobrados. Então, esses eventos são custeados, digamos assim, pelos nossos patrocinadores. Esse dinheiro custeia os eventos, o baile de sábado à noite, em parte, é custeado também pelos patrocinadores. O que é bastante custoso é fazer as nossas carretas com o rei Momo, que vai participar do desfile. Querendo ou não, para fazer algo bonito a gente precisa pagar decorador, precisa pagar acessórios que serão colocados nos carros alegóricos, a banda que fica tocando depois do desfile também é pago com esse dinheiro. Organizar um evento desse tamanho é um tanto custoso. Normalmente, os comerciantes correspondem positivamente. A gente tem alguns que todos os anos contribuem, as vezes mais outras vezes menos, mas fazem questão de doar. Desde que eu entrei lá, nestes últimos cinco anos, há uma média de 30 a 40 comércio que sempre colaboram. A gente tenta criar essa consciência entre os comerciantes de ajudar o Carnaval porque esse evento atrai pessoas para o município, fermenta o turismo e aquece a economia local. Fazer parte disso, além de nos ajudar, movimentar a cidade.

Quantos carros alegóricos vocês esperam este ano? A gente tem uma média histórica nos últimos anos de 15 a 20 carros. Mas eu acredito que nós vamos passar disso este ano porque este ano a gente trouxe uma novidade.

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Qual que é a novidade deste ano? A gente sempre focou na participação popular. Mas no ano passado, alguns organizadores foram no October Fest aí surgiram ideias novos para o modelo do desfile. Nós vimos que lá há uma participação muito grande das empresas locais, participando dos desfiles. E a gente quer colocar esse modelo de desfile em Holambra também. Esse ano, entramos em contato com as empresas da cidade, incentivando a participação delas no desfile.


“Alguns organizadores foram no October Fest aí surgiram ideias novos para o modelo do desfile”


As inscrições podem ser feitas quando? Na hora. As inscrições são feitas na hora e totalmente gratuitas. Nunca ninguém pagou para desfilar.

E como vocês fazem para organizar o desfila sem o número exato de carretas? Todo ano é uma surpresa. Mas no dia a gente conversa com os grupos e previamente a gente tem uma noção daqueles que sempre participam. Nós temos uma ideia de 50% dos participantes.

Qual o diferencial do Carnaval de Holambra? De acordo com a experiência que eu tive com carnavais, já fui em vários carnavais de outras cidades como em Serra Negra (SP), Monte Alegre (SP), já fui diversas vezes para Artur Nogueira (SP), Jaguariúna (SP) a até mesmo em Campinas (SP). E o que a gente percebe é que em outras cidades há uma proporção de pessoas muito maior e uma presença muito grande do poder público. Nem todas as cidade têm desfiles, o que percebo é que há mais shows. Já em Holambra, a gente foca em um Carnaval em que a família possa participar. Não é algo excludente, tipo uma festa de madrugada ou algo assim. Não! Embora a gente tenha eventos direcionados, nosso foco é que haja participação das famílias.


“Em Holambra, a gente foca em um Carnaval em que a família possa participar”


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