24/07/2016

Organizador de mostra de veículos antigos em Holambra fala sobre o evento no município

Amante dos ‘clássicos’, Joseph Gerardus Maria Eltink e mais sete amigos se juntaram por um gosto em comum: antigomobilismo.

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Leonardo Saimon

Holambra recebe neste domingo (24) a 6° Mostra de veículos antigos onde mais de 200 carros devem estar em exposição na ‘rua coberta’ a partir das 8 horas. A entrada é gratuita e a organização do evento estima que em sete horas de evento pelo menos três mil pessoas devam visitar a mostra. Doze barracas serão postas no local onde serão comercializadas peças de veículos antigos. Os expositores poderão participar de um sorteio com vários brindes e para dar um toque mais nostálgico, a exposição também contará com shows de rock n’ roll.

Do outro lado da cidade, enquanto conversa com a equipe do Portal Holambrense em um sítio no Imigrantes, o produtor Joseph Gerardus Maria Eltink relembra as origens desta exposição. Durante conversas informais com seu amigo Marcos, ambos expressaram o gosto pelo antigomobilismo. “Foi há seis anos, quando eu sugeri a um colega que fizéssemos uma exposição para ver quem mais tinha esse tipo de veículo em Holambra”, relembra o holandês. De lá para cá, esta simples ideias tomou grandes proporções, já que no primeiro evento cerca de 30 carros estavam em exposição por participantes de Holambra e de outras cidades.

 Na edição passada, o número de veículos na mostra foi quase seis vezes superior do que na primeira edição. Atualmente, a Old Car Society conta com oito organizadores. Os números acima refletem a proporção que a exposição tem ganhado com o passar dos anos.

A Old Car Society é a entidade responsável pela exposição certo? Conte um pouco sobre esta sociedade…  A gente nunca optou por um clube, nós tivemos convite para se tornar um clube, mas clube é uma empresa que precisa de CNPJ, com presidente e tesoureiro. A gente não queria essa formalidade, era um hobby apenas. Nós temos a seguinte opinião, sempre que envolve dinheiro em um negócio, facilmente se dissolve por conta de desentendimentos. A gente também é amigo de outros grupos que também não gostam dessas formalidade. Para gente é como se fosse uma espécie de hobby, um hobby que dá pra fazer amizade com outras pessoas facilmente. Este ano entrou um novo membro que tem um Landau. Hoje nós somos em oito: o Marcos, eu, Geraldo, Michael, o Amauri, Rafael, Roberto e o Arnaldo.

Vocês são convidados para outras exposições? Sim, nós vamos em muitos encontros na região. A gente vai em muitas cidade, já fomos em Araras, em Leme, em Posso de Caldas, Rio Claro, Limeira, Cosmópolis, nesse último fim de semana fomos em Jaguariúna.

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Como surgiu a ideia de fazer o evento? Bom, foi há seis anos, eu estava em uma festa com um amigo quando eu sugeri: “vamos ver se a gente consegue juntar [os carros] em um domingo aqui em Holambra” a gente sabia que tinham vários em na cidade, mas não aparecem né? Não saem da garagem quase. Então a gente divulgou muito dentro de Holambra e não tanto fora. Fizemos os panfletos, deixamos em vários comércios. A gente sempre queria melhorar, de ano a ano nós aprimoramos. Fizemos por três anos na praça dos pioneiros. Era menor, mas já tinha uns trinta e poucos carros da primeira vez.

Todos os expositores desta edição foram de Holambra? Não. Porque a gente também distribuiu em cidades próximas como Artur Nogueira, Mogi Mirim, Cosmópolis cidades bem próximas mesmo. A gente foi espalhando porque a gente sabia que existiam pessoas nessas cidades que tinham esse tipo de carros.

Vocês têm algum tipo de custo com o evento? No começo nós tínhamos. Era preciso desembolsar do nosso próprio dinheiro para fazer isso por que a gente gosta mesmo. E agora a gente já tem ajuda dos patrocinadores.

Ainda assim, vocês não cobram a entrada… Não a gente não cobra, este ano a gente ainda vai conseguir fazer sem cobrar, mas todas as cidades já estão cobrando. Por conta de problemas financeiras dos municípios.

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Com quanto tempo de antecedência vocês planejam a exposição?  A gente faz reunião principalmente nos últimos três, quatro meses. Em janeiro, a gente já começa a conversar sobre o assunto e quanto mais perto, a gente aumenta a frequência de encontros. Essa semana mesmo nós tivemos uma. Porque a gente fala com a prefeitura, para fazer fechamento de rua, e pedir ajuda deles também. A gente sempre faz uma vez por ano nesta época.

Na edição deste ano, o que vai ter além da exposição? Vão ter shows, e para o expositor vai ter brindes de camisetas, troféu e certificado. Vão ter pulgueiros que são barracas que mexem e vendem peças, acessórios de carros antigos.

Quantos veículos fazem parte da mostra desta edição? A gente não tem um número exato porque não existem inscrição, mas acredito que mais de 200 veículos. No ano passado, nós contabilizamos 170 automóveis antigos.

Quais as exigências para que o veículo faça parte da exposição? O carro tem que ter mais de trinta anos. Esse é um dos requisitos porque carro com 20 anos ou 15 anos não dá. O intuito é que eles sejam antigos, esses não são antigos. Os automóveis precisam estar bem conservados, funcionando e ter boa aparência. Existem outras modalidade que são de carros enferrujados, eles são ótimos de mecânicas, mas não a nossa.

Quais os tipos de carros que o visitante encontra nesta mostra?  Opalas, algumas caminhonetes Picapes Fords, Fuscas, Impala, Oldsmobile e Belair.

Qual o tipo de público que expõe? Todo mundo. Até mesmo jovens, muitas vezes os carros deles nem são tão originais, as vezes são carros mais mexidos, com outro motor, com as rodas diferentes, eles incrementam. Só a casca é do antigo.  O antigomobilismo nos últimos 10, 15 anos ‘pegou fogo’. E movimenta muito a economia.

E você, também é um expositor? Conte um pouco sobre a história do seu carro… Sim, eu tenho um Aero Willis. A história é até interessante. No ano de 1965 meu pai comprou um Aero Willis 1964, com um ano de uso, então era um carro igualzinho a este que tenho, mas o dele era verde.  Isso também é uma das razões por eu ter este modelo, porque esse aqui é muito raro. Foram fabricados poucos, logo saiu o Aero Willis Itamaraty. O ministério lá em Brasília usava bastante Aero Willis. Mas com uns anos parou de fabricar, mas este aqui é de 1964, com três marchas. É o primeiro modelo fabricado totalmente no Brasil. Era até chamado ‘rabo de peixe’.

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