21/11/2016

O lugar ao qual pertencemos

Longa-metragem apresenta de forma humorada a dificuldade de encontrar o lugar ao qual pertencemos e os desafios de se encaixar em determinados grupos sociais

Se tem uma coisa boa é quando você acerta o filme que vai assistir, ainda mais quando apenas pela sinopse você já se interessa e cria o desejo em conferir se o filme é tudo aquilo mesmo que leu ou se as avaliações positivas fazem jus à produção cinematográfica.

Com o filme ‘Epa! Cadê o Noé? ’, o acerto foi 100%, porque é um daqueles filmes que mesmo depois de terminar você vai ficar com um ‘gostinho de quero mais’. É divertido, muito bem produzido e a narrativa é repleta de ações que capturam a atenção do telespectador. Não há nenhum momento que você sente que o filme diminuiu o ritmo, pelo contrário, é extremamente frenético e repleto de personagens que ajudam o longa-metragem ficar mais interessante à medida que a história vai sendo contada.

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O dilúvio se aproxima e o rei dos animais, um leão muito vaidoso com sua juba, fica responsável por reunir todos os animais que existem na Terra. Convocados para uma reunião, os carnívoros, herbívoros e animais que não se encaixam em nenhuma dessas categorias comparecem e acabam recebendo a terrível notícia do dilúvio, porém, logo são tranquilizados, pois um bondoso homem, chamado Noé, preparou uma arca para os animais permanecerem durante quarenta dias e quarenta noites.

Em seguida, diversas espécies precisam saber se estão na lista dos escolhidos e quais não estão. Alguns não conseguem entrar na arca, como é o caso de nossos dois personagens principais. Conhecidos por nestrians, Dave e Finny não se encaixam em nenhuma categoria de animais que havia sido mencionada no filme até então. Sentem que ainda não encontraram o lugar ideal para morarem, além de perceberem que são diferentes dos outros e que por esse motivo não são aceitos por muitos.

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São criaturas engraçadinhas e que quando sentem medo, soltam um gás azul muito forte como também brilham no escuro. Mais do que a busca incansável de um pai e filho para encontrarem o lugar ideal para serem com total liberdade dois nestrians, o longa-metragem conta a não aceitação e dificuldade que outros personagens enfrentam, levando em conta suas características; às vezes grandes e lentos ou outros que são considerados parasitas.

Por esse motivo é possível enxergar em ‘Epa, cadê o Noé? ’, uma ótima chance de discutir com as crianças como pode demorar ou ser complicado encontrarmos um lugar em que se sintam ‘encaixados’, ou ainda que pode ser muito difícil para alguns serem aceitos, sendo necessária a compreensão das diferenças e peculiaridades de cada um.

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No filme, o adorável Finny, um nestrian laranja com detalhes azuis, mesmo não sabendo qual lugar deve habitar ou se algum dia conseguirá isso, ele ajuda o próximo a superar medos, acreditar que será possível concretizar uma longa caminhada ou ajuda oferecendo um simples gesto de carinho, afinal, como dito no filme, o abraço de um nestrian pode surpreender!

Que essa seja a mensagem principal; o abraço de quem é diferente pode surpreender, as aparências enganam muito e que todos, um dia, encontrarão o lugar ideal para serem aquilo que estão predestinados a ser.

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Verônica Lazzeroni Del Cet é estudante de Letras na Unicamp


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