O essencial é invisível aos olhos
Em 2015, O Pequeno Príncipe foi o livro mais lido no Brasil, e é fácil entender o porquê
“O Essencial é invisível aos olhos”. Essa frase é, talvez, uma das mais reproduzidas por quem já ouviu a respeito do livro ‘O Pequeno Príncipe’. Não é difícil se apaixonar pela história ou pela delicadeza com que o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry conduz o pequeno menino de cabelo amarelo por diversos momentos e questionamentos – e, o que é mais surpreendente, por questionamentos nada infantis.
Além de um escritor, Antoine de Saint-Exupéry foi ilustrador e aviador. Produziu diversas obras dedicadas ao público jovial, sendo que a maioria delas teve grande influência da sua percepção sobre a importância das relações humanas, e é essa importância que o autor do livro adere no debate que faz sobre os sentimentos de amor, amizade, solidão ou perda, quando um jovem príncipe cai no planeta Terra e passa a vivenciar aventuras inusitadas.
A partir de memórias que o escritor tinha sobre suas excursões como aviador pelo deserto do Saara, a história levanta questionamentos delicados e que não são nem um pouco simples ou joviais. Na realidade, ‘O Pequeno Príncipe’ deveria ser lido muito mais pelos adultos do que pelo público jovem. O essencial pode ser invisível aos olhos, mas outras questões também podem, como por exemplo a imaginação, a confiança, a paciência, a esperança por mudanças, ainda mais por quem já tem maturidade suficiente para perceber que viver pelo que sentimos nem sempre é visto positivamente pela nossa sociedade mecanizada.
Esta porção de sentimentos complicados de lidar, complicados de debater, são demonstrados de diversos modos ao longo da história, instigando reflexões em quem, às vezes e por certas razões, não percebe mais como é importante falar sobre o que é realmente essencial. Claro que ao ler o livro todas as respostas não estarão “na ponta da língua”, nem mesmo haverá solução para todas as dúvidas que nós, ao longo da vida, temos, porém, a sua leitura vale muito a pena do ponto de vista que te faz parar para enxergar a simplicidade de pequenas relações, como também a necessidade de ter o coração ou a mente sempre jovial, sempre dispostos em arriscar e buscar pelo melhor que podemos ser ou fazer pelos outros.
Acima de qualquer tentativa de explicar, com todas as minhas opiniões e pontos de vistas, é muito mais aconselhável, assim como o livro também acha, experimentar a leitura, provar de algo que pode não te acrescentar muito, mas que, com certeza, não irá te prejudicar também, visto que não é a inteligência que conduz o mundo, mas sim o espírito, as relações humanas.
E se a história te cativar, não se preocupe, ‘O Pequeno Príncipe’ pode ser lido quantas vezes seu coração precisar, quantas vezes mais você precisar para notar que “Só se vê bem com o coração”.
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Verônica Lazzeroni Del Cet é estudante de Letras na Unicamp
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