30/11/2017

Júri Simulado da UniFAJ reúne mais de 100 alunos

Estudantes simularam julgamento de um caso real de homicídio ocorrido em Jaguariúna (SP)

Da redação

Cento e onze alunos do curso de direito do Centro Universitário de Jaguariúna – UniFAJ realizaram, na noite da sexta-feira, 24, no Teatro Municipal de Jaguariúna, mais uma edição do tradicional Júri Simulado. Para reproduzir o Júri, os alunos distribuíram entre si as funções de acordo com o perfil de cada um para exercer o papel de promotor, advogado, testemunha de defesa e acusação. Após meses de preparação, todo o ritual e os procedimentos obrigatórios de um tribunal foram fielmente seguidos pelos estudantes na execução da atividade prática que é um dos pontos altos do curso de direito da UniFAJ.

Os estudantes simularam o julgamento de um caso real de homicídio ocorrido em Jaguariúna (SP) em 2009, quando um homem foi acusado homicídio de condenado a cinco anos de prisão pela morte da ex-companheira. Durante aproximadamente 2 horas, os participantes promoveram discussões, interpelações, argumentações até chegarem a um veredicto, exatamente como ocorreria em um julgamento real. Na simulação dos alunos, o veredicto foi uma pena de 14 anos de prisão.

“Essa atividade da UniFAJ foi espetacular, porque o aluno consegue conciliar a teoria com a prática. Ele consegue perceber que a teoria não é nada sem a prática e a prática também não é nada sem a teoria. E hoje os alunos foram brilhantes, estudaram muito o processo e foram ótimos na oratória”, elogiou ao final da apresentação o juiz de direito Marcelo Forli Fortuna, que participou da simulado exatamente na sua função de ofício.

“A teoria é fundamental. No direito você construir um conhecimento teórico é importantíssimo. Mas a prática é que mostra efetivamente como a justiça é feita. Então, essa orientação é para que o aluno que tem um conhecimento teórico bom não chegue no dia a dia achando que vai fazer um show no julgamento e acabe prejudicando o próprio cliente ou a própria acusação. Porque ele vem, começa a fazer um monte de pergunta e o juiz indefere aquelas perguntas porque são impertinentes, ele acaba criando uma antipatia dos jurados. A gente vê no dia a dia muitos advogados novos fazendo esse tipo de pergunta e isso prejudica exatamente a atuação dele”, ponderou o juiz.

Para o coordenador do curso de direito da UniFAJ, Fabrízio Rosa, professor de Processo Penal e que também participou da atividade, o Júri Simulado representa a consagração de toda a teoria passada ao longo de dois anos na disciplina de Processo Penal, no qual o aluno pode vivenciar a aplicação de todos os conceitos teóricos.

 “O nosso lema é aqui se faz a prática, portanto a gente procura pelo menos cumprir com 50% das aulas práticas. De modo que o Júri Simulado talvez seja a maior consagração, maior realização que um estudante na área do direito penal e processo penal possa ter”, explica.

Oportunidade

Em geral os alunos viram na atividade uma oportunidade de ter contato com o que os espera no mercado de trabalho, principalmente para o que pretendem atuar em direito penal. “É muito bom para poder colocar realmente o futuro na prática que é o lema da UniFAJ. Isso agrega muito conhecimento porque vemos toda matéria de como é feito o júri desde o início, toda a parte processual, e chega na hora da prática mesmo do dia a dia que a gente vai ver futuramente, aí a gente já viu boa parte de como tudo acontece”, comentou Marcela Rosário, 21 anos, de Mogi Guaçu, que atuou na recepção e organização.

Para Amanda Dalarme, 21 anos, de Pedreira (SP), que exerceu funções na locução, tesouraria e organização, o trabalho é muito importante para a disciplina de Processo Penal do curso de direito da UniFAJ porque reúne a teoria e a prática de uma forma que se possa ver o processo real e utiliza-lo, guardando os devidos dados, no Júri que é um procedimento importante do direito penal. “Esse júri só foi realizado porque conseguimos apoio cultural, patrocinadores aqui da região, os nossos professores e coordenadores (Dr. Fabrízio, Dr. Marcelo, Dr. Sérgio) que se dispuseram a estar aqui com a gente trabalhando pra isso, também os professores que estão aqui assistindo e os nossos colegas que se uniram por algo maior”, disse.

Daniel Rodrigues, 37 anos, de Jaguariúna, que trabalhou na organização e recepção, afirmou que a UniFAJ propõe aos alunos essa oportunidade de colocar em prática o que estudaram durante os semestres. “E é importante porque é a parte prática e também o contato físico com o próprio processo em si. Isso tem uma consequência de uma prática que a gente só teria depois de formado ou no estágio. Ele (Júri) contempla e antecede essas informações que teríamos só depois de formados. É uma oportunidade de demonstrar juntamente com professores e o juiz que participam junto com a gente”, falou.

“Esse trabalho com o júri simulado nos aproxima da realidade. É fundamental esse tipo de prática porque daqui a um ano nós estaremos advogando e realmente vai ter um júri de verdade. Esse trabalho que a UniFAJ faz é fundamental para qualificar, para moldar seu alunos de direito. Eu estou muito feliz porque hoje foi a minha primeira experiência com o Júri, e tenho muito  aprender e a UniFAJ muita a me ensinar”, pontuou Marcelo Rodrigo Ferrari, 30 anos, de Pedreira, que atuou como advogado de defesa.

Ana Luisa Guitierres, 25 anos, de Amparo (SP), que fez parte da promotoria, disse que os alunos têm sempre a oportunidade de trabalhar no meio, pois a faculdade incentiva muito. “A gente está muito honrado com essa oportunidade porque a gente se esforçou demais. Meus colegas de equipe são sensacionais, são pessoas que confio muito, que acreditei muito na competência. A gente está se sentindo emocionado e realizado de estar conseguindo essa conquista. Portanto, é só agradecer a oportunidade da UniFAJ e o privilégio de estar aqui hoje”, declarou.

Até mesmo quem foi apenas assistir à apresentação se impressionou com a atuação dos estudantes. “Eu achei muito interessante, é algo diferente do que estamos acostumados, porque nossas referências são os tribunais dos Estados Unidos. E os dois lados (grupos de alunos de defesa e acusação) trabalham muito bem. Foi uma prática muito legal, bem próxima à realidade. Os alunos são muito bem preparados, tanto da promotoria quanto os da defesa. Estão prontos e estão sentindo na pele como vai ser o trabalho deles depois que se formarem”, elogiou a jornalista Mauren Ribeiro.


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