Inspiração, não autoajuda

Indomável. Olhando a definição de tal palavra em um dicionário constataremos que se trata de um adjetivo, uma palavra que confere uma característica àquilo que não é fácil de amansar, que não pode ser dominado ou, ainda melhor, o que não pode ser vencido!

E por que o livro escrito por Nick Vujicic não é, na minha opinião, um livro de autoajuda? Porque há muitas pessoas que, erroneamente, pensam que só por se tratar de um livro motivacional e fazer a mensagem transmitida inspirar alguém e mostrar possibilidades de acreditar que tudo pode e está ao alcance, bastando ter determinação, é então, por todos os motivos listados anteriormente, uma obra de autoajuda.

É fácil provar que não se trata de um livro de autoajuda; traz a história verídica do sorridente e otimista Nick Vujicic, que já publicou, anos atrás, o livro ‘Uma Vida sem Limites’. A história de superação no livro ‘Indomável’ vem acompanhada de incríveis aventuras que Nick teve o prazer de desfrutar, mesmo sendo portador de uma deficiência física.

A vida está sempre nos convidando em experimentar algo novo e nem sempre aceitamos esse convite – por medo, por falta de tempo, por falta de inspiração. Mas Nick Vujicic teria muitos outros motivos para não conseguir aproveitar e desfrutar de momentos únicos, como, por exemplo, surfar! Uma história de superação, uma superação diária. Não apenas das dificuldades da deficiência, mas também por perceber que com um pouco de fé não havia empecilhos para ele tentar fazer o que quisesse.

Acima de qualquer coisa, Nick Vujicic deixa claro em seus relatos que a fé tem espaço primordial em sua vida e em tudo o que ele pretende fazer. A fé dele o ajudou de maneira extraordinária, assim como sua força de vontade.

É vontade de vencer, de não se deixar amansar diante das atribulações, que o autor oferece ao leitor sua motivação e ideais de como lidar com os problemas e alcançar o equilíbrio. De fato, livros de autoajuda não adquirem tantas críticas positivas. Muito se perdeu da essência, mas é importante perceber que nem sempre a preocupação deve ser rotular o que é ou não uma ajuda. Devemos aceitar de bom grado palavras incentivadoras, já que nem sempre estamos dispostos em acreditar na nossa coragem e capacidade. Portanto, uma palavra de ânimo sempre cai bem.

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Verônica Lazzeroni Del Cet é estudante de Letras na Unicamp