19/03/2017

“Independente do que acontecer serei candidato a prefeito”, declara Cido Urso

Aparecido Lopes da Silva Lima (PTB) fala sobre atual situação de Holambra e qual setor entende precisar de atenção

Leonardo Saimon/ Michael Harteman

Aparecido Lopes da Silva Lima foi o vereador mais votado de Holambra na última eleição pelo Partido Brasileiro Trabalhista (PTB). Ele até que tentou a presidência da Câmara pela terceira vez, mas sem o apoio do Executivo – decisão que o surpreendeu – não conseguiu. Cido Urso (PTB), no entanto, quer ir além; e se tornar Chefe do Executivo é o limite.

“Sou o vereador do povo”, declara o petebista, que saiu pela base de Dr. Fernando. Só que nesta nova Legislatura tem tomado uma postura bem mais crítica, muito embora negue que seja oposição.

Recentemente, o parlamentar foi um dos vereadores que se opôs, fortemente, ao aumento da taxa de lixo e à criação de uma taxa de limpeza pública. Durante entrevista ao Portal Holambrense, ele declara que esta luta não acabou.

Além disso, Cido (PTB) tem se colocado veementemente contra qualquer projeto que onere os servidores públicos do município mesmo que seja uma medida a fim de conter gastos na cidade. Sobre esses e outros temas, Cido Urso (PTB) comenta abaixo.

Cido Urso 3-1487946708

Cido, você foi o vereador mais votado da última eleição. A que se deve este resultado expressivo? Eu acredito ser devido a um trabalho que venho desenvolvendo. Porque há nove anos que cumpro somente a função de vereador, sempre na Câmara. Procurando atender as pessoas, em casos urgentes, levando as pessoas até o Executivo. Acredito que é devido a este trabalho corpo-a-corpo diariamente. Além de fazer um trabalho com as pessoas no dia-a-dia, procuro fazer um trabalho muito forte também na Câmara. Em oito anos, foram 36 Projetos de Lei aprovados, projetos que afetam diretamente a vida das pessoas. E foram mais de 90 indicações atendidas em duas administrações, tanto do Dr. Fernando quanto da Margareti. Em Holambra, são cerca de nove vereadores e tenho certeza de que, se todos os vereadores se dedicassem em tempo integral, muita coisa seria resolvida e desafogaria muito o Executivo. Então, eu imagino que seja isso.

Atualmente, você é da base do Dr.Fernando, certo? Eu sou da base. Mas percebo que, naturalmente, tem-se visto a possibilidade de eu ser pré-candidato a prefeito em 2020. Só que, quem o atual prefeito apoiará na próxima candidatura? O vice dele! Então, cria-se uma certa resistência.

O que você acha dos projetos dois projetos do Executivo sobre o banco de horas dos servidores e o corte dos benefícios? Ele [Executivo] está querendo colocar essas disciplinas, mas são dois projetos polêmicos.  Porque há o interesse em disciplinar o funcionário, mas se não tem ponto eletrônico como que vai saber o horário que o funcionário chegou. Eu posso ser seu encarregado e não gostar de você e alegar que você chegou atrasado. Ele precisa colocar o cartão digital ou um ponto eletrônico em todos os departamentos. Eu questiono o projeto nesse sentido. Temos médicos no nosso Pronto Socorro que a consulta está marcada para às 7 horas e ele chega às sete e meia, oito horas e aí?  Esse projeto vai valer para os médicos também? Ou só para o gari, para as pessoas que varrem rua, para cozinheira? Ele justifica os projetos em cima da crise pela qual a Prefeitura está passando. Só que o funcionário público, também está passando por crise. Eu estou na crise, você está na crise. A compra que fazia há dois meses orçada em R$ 350, hoje custa mais de R$ 550. A energia vinha R$ 180, esse mês veio R$ 250. Eles estão visualizado muito a Prefeitura, mas eles têm que olhar os dois lados.


“Em oito anos, foram 36 Projetos de Lei aprovados”


Qual setor de Holambra que você acredite precisar de atenção?  Olha, toda político foca na Saúde e na Educação. Eu vejo que a nossa Educação peca por falta de vagas em creches. Porque a nossa população vem crescendo e precisa aumentar o número de vagas nas creches, ampliar a estrutura das creches do nosso município. Quanto a Saúde, se a gente comparar a cidade com outros municípios a gente ainda está bem. Lógico que precisa melhorar. Sempre tem que melhorar. O papel do vereador é de cobrar. Porque se a gente disser que está bom, a gente fecha os olhos. Por exemplo, esses dias a gente recebeu uma denúncia de que falta mais de dez tipos de remédios na farmácia municipal. Então, foi o Mauro Sérgio (SD) e eu e junto com o nosso assessor de imprensa para que pudéssemos apurar o caso. Quando chegamos lá, realmente estava em falta. Conversamos com o diretor da Saúde que nos informou que o prefeito já havia assinado e que esses remédios chegaram entre 15 a 20 dias. Depois voltei lá e muitos já tinham chegado. Mas o serviço que mais me preocupa hoje no município é a Moradia. Você pega, tranquilamente, cerca de mil famílias em Holambra que pagam aluguel hoje. E com isso, o mercado imobiliário acabou virando um tipo de negócio muito forte na cidade. Quem tem terreno na cidade e constrói, constrói pensando em alugar. Se tem uma área hoje que Executivo precisa olhar com carinho é a da Habitação.

Cido Urso 4-1487946734

Você se candidatou a presidência da Câmara, mas não ganhou. Por que você acha que isso aconteceu? Sim, eu me candidatei por três vezes. A primeira eu perdi porque me ganhei a eleição pela oposição ao lado de três vereadores. Mas o Executivo conseguiu puxar os três para a base menos eu. Com isso, eu tive para presidência somente o meu voto. Na segunda, tive a chance de ser o presidente e já tinha quatro votos. Só dependia do vereador que foi eleito do mesmo partido que eu. Só que na hora ele votou contra. Essa última, eu tinha um acordo com o prefeito de sair da sigla do Solidariedade e ir para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). E ao longo desses quatros anos, eu vim apoiando os projetos do Executivo. Só que começaram a comentar que eu me lançaria como pré-candidato em 2020. Então pensaram: “Se ele vai sair pré-candidato em 2020, ele não pode ser presidente”. Isso porque quando o Dr. Fernando (PTB) e o Fernandinho (PSD) se lançaram como pré-candidato eu também me lancei como pré-candidato. Só que parte da população me apoiou e outra parte não. Argumentaram que não era o momento porque como eu era da base, passei quatro anos defendendo ele, como que eu iria querer me candidatar? Querendo ou não estavam certos. Recebi a proposta de ser vice do Dr. Fernando e do Fernandinho, mas a base não aceitou. Então, esses comentários ficaram de que eu iria me candidatar em 2020.

Qual a avaliação que você faz do seu mandato anterior? Acho que ficou faltando alguma coisa. Eu gostaria de fazer algo que estivesse ao meu alcance para que liberassem esses loteamentos. Na minha opinião como político, não é que não pode liberar loteamento fechado, claro que pode. Mas já que liberaram condomínios tinham que liberar um loteamento para a população mais simples. O que o prefeito fez? Ele liberou seis condomínios fechados, mas para a população mais simples não foi feito nada.


“O serviço que mais me preocupa hoje no município é a Moradia”


A redução da taxa de lixo foi uma de suas conquistas. No Código Tributária prevê a taxa de lixo, mas não a de limpeza pública. Mas o que foi que o advogado da Prefeitura fez, criou essa taxa de limpeza pública e adicionou à taxa de lixo num valor só para a população pagar. Quando eu peguei o decreto, pensei: “Como eles erraram feio!”. Eu sou base, mas não posso fechar olhos para um erro desse, um erro gravíssimo. Então, a gente começou um movimento de abaixo-assinado. E daí veio a discussão na Câmara, junto ao Executivo, teve reunião com o promotor. Quando perguntamos ao promotor, se era possível cobrar taxa de limpeza pública sem passar um projeto desse nível pela Câmara, e ele disse que não, eu conversei com a Naiara e disse que iria entrar com um documento para derrubar esse decreto. Porque estava errado. Agora, o que eu vou brigar e já comprei essa briga é que haja o peso do lixo domiciliar. Porque, atualmente, o morador paga o mesmo valor que os restaurantes. Além disso, não é levado em consideração o que se produz de lixo com a Expoflora ou em outros eventos da cidade. A gente paga o lixo do turista.

Cido Urso 2-1487946751

Você teve quatro requerimentos aprovados na Câmara somente este ano. Isso significa que você tem ganhado força dentro da Casa também?  Até o ano passado, eu tinha esse acesso ao Prefeito. Como eu não tenho mais todo esse acesso a ele, o jeito é ser por meio de requerimento. Mas tem que saber trabalhar o requerimento porque, se a Câmara não aprovar, fica um requerimento vazio. A força do requerimento é que nesse caso o Prefeito ou os diretores são obrigados a responder.

Por que a sua relação com o prefeito mudou? A situação ficou difícil depois que ele passou a rasteira na presidência. Porque querendo ou não, eu fui fiel a ele nos últimos quatro anos. Só que muitas coisas eu não posso reclamar porque eu pedia em favor da população e ele atendia. O prefeito como pessoa e até como político, eu admiro porque ele tem muita facilidade de se relacionar com governador, deputados.  Eu trabalhei quatro anos com a Margareti e vi o jeito que ela trabalhava. Ela tinha uma sensibilidade com o povão. Mas por outro lado, ela se perdeu no Turismo, na preservação da cidade. Em Holambra, o prefeito precisa olhar todos os lados, não esquecer que é uma cidade turística, mas também não esquecer a população. Então, eu tive uma visão com a Margareti e tive outra com o Dr. Fernando. Aprendi bastante com o prefeito, assim como aprendi muito com a Margareti. Pode ter certeza que, se um dia eu for Prefeito de Holambra, eu saberei trabalhar os dois lados porque tive essas experiências com ambos prefeitos. Também vou saber como trabalhar com a Câmara porque trabalhei muitos anos na Casa.


“A gente paga o lixo do turista”


Então, você pretende ser candidato a prefeito em 2020? Independentemente do que acontecer, em 2020 eu serei candidato. Eu sou pré-candidato em 2020. Se eu não ganhar em 2020 em 2024 eu ganho.

Cido Urso 5-1487946825

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