‘Ida’ aborda laços afetivos e marcas deixadas pelo nazismo na Europa
Filme polonês quebra expectativas e trata indiretamente sobre fatos da época nazista
Ida é um filme polonês e, portanto, diferente – bem diferente – de filmes americanos com todos os efeitos, finais felizes prováveis e muito melodrama. Um dos detalhes que mais despertam atenção no decorrer do longa-metragem é ser um filme em preto e branco.
Não somos muito acostumados com filmes nesse estilo, mas que são produções aparentemente mais capazes de fornecer uma narrativa regada de altos e baixos, que conseguem chamar a nossa atenção por outros elementos, como a trilha sonora, ou o silêncio em excesso e pouco diálogo entre as personagens. Desta forma, se percebe quão diferente é de todos os filmes com os quais estamos habituados, quebrando expectativas de qualquer espectador, mas conseguindo captar a essência primordial da história.
A narrativa tem como protagonista a jovem noviça Anna, que vive desde muito pequena em um convento. A única parente que tem é uma tia materna. Seus pais morreram quando era bebê e ela nunca conheceu direito a causa da morte deles. O que ela menos esperava, era que o motivo por trás do falecimento deles é bem mais sombrio do que ela imaginava. Calada, simples e muito bonita, a jovem vai visitar a tia depois de muita insistência da Madre Superiora.
Sua tia, chamada Wanda, é uma mulher cínica, triste e com sentimento de culpa pela morte de sua única irmã. Leva uma vida boêmia, desregrada, muito diferente do que Anna está acostumada.
Por insistência de sua tia, as duas saem em busca da verdadeira causa da morte dos pais da jovem e o local onde foram enterrados. Com essa insistência e busca desenfreada, as duas passam a lidar com momentos de questionamentos sobre o rumo da vida que cada uma tem, além de questionamentos sobre a real história do falecimento dos pais de Anna.
Um ponto merecedor de destaque na história toda, é conseguir, indiretamente, abordar a respeito de fatos sobre a época nazista. Mesmo sendo um filme com o qual não estamos habituados, é interessante por uma história que tem algo a contar, a relatar, sejam acontecimentos do período nazista, seja simplesmente sobre laços afetivos.
Direção: Pawel Pawlikowski
Gênero: Drama
Elenco: Agata Kulesza, Agata Trzebuchowska, Halina Skoczynska
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Verônica Lazzeroni Del Cet é estudante de Letras na Unicamp
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