27/10/2022

Holambra 31 anos: da destruição da Europa à nova colônia brasileira

Invasão alemã nos Países Baixos deixou rastro de destruição; imigrantes tiveram auxílio para que no Brasil reconstruíssem suas vidas

Henrique Oliveira

A história da cidade de Holambra, confunde-se a história da Europa nos anos de 1940. Auge do nazismo no velho continente, inserida de forma abrupta na Segunda Guerra Mundial, o governo da Holanda deu a sua população formas de se imigrarem para muitos países, um deles foi o Brasil.

Os Países Baixos, comumente nomeado de Holanda, foi um dos países que mais sofreram com a invasão nazista na Europa. Em 1940, após tentativas de neutralidade de seu governo perante à Segunda Guerra, Roterdam, uma das mais importantes cidades holandesas (graças ao seu porto – um dos maiores da Europa) foi bombardeada por aviões nazistas. Seu centro histórico e residencial foi totalmente destruído. Mais de mil civis morreram no bombardeio alemão que despejou mais de 97 toneladas de bombas.

Com a ofensiva alemã, o ultimato de Adolf Hitler (ditador alemão e líder do partido Nazista), foi que outras grandes cidades, como Amsterdam, poderiam ter o mesmo fim de Roterdam. Com isso, a Holanda assinou o acordo de rendição e foi tomada pelos nazistas.

A Holanda teve o maior número de mortes de judeus na Segunda Guerra Mundial. Cerca de 100 mil judeus holandeses morreram, perante aos 180 mil que moravam no país antes da invasão nazista que durou 4 anos. Muitos holandeses aderiram ao lado dos aliados (Estados Unidos, União Soviética e Inglaterra) estando dentro da Força Aérea Britânica e da Marinha Real Britânica.

A libertação da Holanda, das mãos dos Nazistas, se deu apenas em 5 de maio de 1944, com o avanço das tropas aliadas, a invasão da Normandia (França) pelas tropas do Exército dos Estados Unidos.

Chegada ao Brasil

Com a destruição do país pelas forças bélicas alemãs, em 1948 muitos holandeses saíram de sua terra natal para chegar ao Brasil. As primeiras famílias de agricultores vieram para o Brasil por meio de uma associação que auxiliava a instalação destas famílias por estas terras.
Chamada de Fazenda Ribeirão, o local pertencia à um frigorífico.
Jorge Latour, que era ministro de assuntos sobre colonização do governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, comprou os 5 mil hectares do frigorífico Armour. A negociação se deu na sede da empresa, em Chicago (EUA).

Toda a terra foi comprada graças à incentivos do governo brasileiro, que em uma parceria com o governo holandês, auxiliou por meio de empréstimos a compra de propriedades para os recém chegados imigrantes.

Assim como muitas cidades da região – que receberam inúmeros imigrantes europeus – a adaptação ao clima e ao solo foi difícil. Muitos colonos deixaram as terras paulistas, e seguiram para o sul do Brasil em busca de um clima mais parecido com o da Holanda. Alguns outros, retornaram ao seu país de origem.

Mas os que por aqui permaneceram, buscaram fundar – além da colônia – meios de subsistência já que a cultura do gado originário da Holanda, que foi uma das primeiras fontes de renda do local, foi afetada por doenças; a economia do pequeno vilarejo, que pertencia acidades como Artur Nogueira, Jaguariúna, Cosmópolis e Santo Antônio de Posse. A ideia, a princípio, era da cultura de laticínios provenientes destes gados.

A cultura não vingou. Partindo estes imigrantes ao cultivo de plantas ornamentais no início dos anos de 1950. Timidamente a cultura foi crescendo. A então cooperativa, fundada pelos moradores do vilarejo, ajudava ao local se desenvolver. A pavimentação de ruas, a distribuição de água, era tudo financiado pela então cooperativa.
De 1958 a 1965 a cultura de flores e plantas ornamentais começou a crescer de forma vertiginosa. Com este crescimento, em 1972 inaugurou-se o departamento de flores e plantas da cooperativa, e a pequena vila dava sinais de que seria referência na produção destes.

Por pertencer à outras cidades, aquele pequeno vilarejo, que vinha se desenvolvendo, viu-se na emancipação uma forma de melhorar suas condições. Os impostos pagos pelos moradores de Holambra não eram revertidos em melhorias e benefícios para eles. Foi assim, que uma comissão de moradores da vila, decidiram – por meio de plebiscito – a emancipação político-administrativa das demais cidades. Em 27 de outubro de 1991, Holambra se tornava cidade, uma das caçulas do Estado de São Paulo.

Em janeiro de 1992, Celso Capato se tornou o primeiro prefeito da cidade. Ele tomou posse neste mês e entrou para a história da cidade.

 

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