Diretor de Segurança de Holambra fala sobre índice de criminalidade e ações preventivas

No dia 24 de maio, Holambra recebeu uma operação especial do comando regional da Polícia Militar (PM). Na ocasião, o major do 26° batalhão da PM, Ricardo Augusto de Mello Araújo, revelou que o município é considerado um dos mais seguros do país. Como resposta a este resultado, o prefeito Fernando Fiori de Godoy destacou a atuação conjunta das forças de segurança da cidade e lembrou de investimentos importantes que têm sido feitos ao longo dos últimos três anos para garantir mais autonomia e qualidade ao apoio oferecido pela Guarda Municipal (GM)

Atualmente a cidade conta com Claudenir Chichem de 38 anos na direção do departamento de Segurança, Trânsito e Defesa Civil. Com 10 anos dedicados à área, o diretor que mora no bairro Palmeiras comenta quais os projetos que tem sido implantados durante um ano de gestão.  Em entrevista ao Portal Holambrense Chichem falou sobre o baixo índice de criminalidade e ações preventivas no município e também assuntos polêmicos como violência doméstica e desmilitarização da PM.

Ele revela que parte das câmeras de monitoramento já estão funcionando em pontos estratégicos da cidade para identificar veículos roubados. Para reforçar a segurança no município a cidade contará com 21 novas câmeras. As imagens serão repassadas a um software que irá localizar os dados do veículo e repassar a uma sede que enviará as informações à viatura mais próxima, agilizando assim, a tática de combate ao roubo de forma integrada às demais cidades da RMC.  Todo projeto custou aos cofres da Secretaria de Estado de Economia e Planejamento da RMC (Agemcamp) cerca de R$ 1,2 milhões. Desse valor, R$ 700 mil foram destinados à equipamentos de instalação e câmeras de segurança.

Além disso, há cerca de uma semana, uma loja foi assaltada por três suspeitos. Os indivíduos invadiram a loja no início da tarde de sábado (4) e anunciaram o assalto. Duas mulheres estavam no local e foram ameaçadas por diversas vezes. Um dos ladrões estava munido com uma arma de fogo. Durante a entrevista, o diretor explica como se deu a ação da guarda que resultou na prisão dos jovens. Chichem reforça que a interação dos agentes com a comunidade é fundamental para que os crimes continuem a diminuir e o trabalho seja cada vez mais ágil.

Conte um pouco da sua carreira até o seu atual cargo de diretor de Segurança. Trabalhei como motorista de caminhão e entregador de supermercado antes de prestar concurso para Guarda Municipal. Em 2013 me tornei comandante da GM e, no início de 2015, fui convidado pelo prefeito Dr. Fernando para assumir a direção da pasta.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o principal crime cometido em Holambra é o furto. Qual trabalho preventivo seria essencial para coibir este tipo de delito? São muitos os fatores que podem contribuir no sentido de coibir casos de furto. Um deles é o engajamento da comunidade por meio da prática da Vizinhança Solidária, que consiste na interação entre grupos de vizinhos e as forças policiais da cidade na atenção a situações estranhas que possam acontecer nas imediações de casa ou do trabalho. A denúncia é muito importante para o trabalho dos agentes de segurança.
O sistema de monitoramento por vídeo, que está em fase final de instalação, e a atuação conjunta da Guarda e das polícias no patrulhamento preventivo também são armas fortes contra esse tipo de delito.

Recentemente, a guarda prendeu três homens por assalto a uma loja. Como foi a ação que resultou na apreensão destes suspeitos? Recebemos um chamado, coletamos informações com testemunhas e iniciamos imediatamente o trabalho de patrulha para identificar e apreender os suspeitos. Foi um trabalho bastante ágil e coletivo, resultante do empenho dos nossos guardas, da contribuição da comunidade e da colaboração de comandos próximos, como os de Jaguariúna e Mogi Mirim. Essa integração é imprescindível para que a segurança pública aconteça.

Em entrevista concedida ao Portal Holambrense, o prefeito Fernando Fiory de Godoy (PTB) afirmou que este mês Holambra contará com 21 câmeras de monitoramento. Como esses equipamentos poderão contribuir para o trabalho da Segurança municipal? As câmeras de monitoramento são ferramentas eficientes e parcerias muito importantes para o serviço de segurança pública. Com elas teremos condições de vigiar as principais vias e acessos de Holambra, identificar pessoas e veículos com histórico, monitorar possíveis rotas de fuga e de responder com mais prontidão a eventuais ocorrências. Além do trabalho local, nossas câmeras serão interligadas com o sistema de monitoramento das cidades da Região Metropolitana de Campinas, permitindo a prevenção e a investigação de crimes praticados por quadrilhas de fora e que atuam em outras cidades.

Quando as câmeras de segurança devem entrar em funcionamento no município? Parte delas já está operando. A expectativa é que o sistema de monitoramento esteja em pleno funcionamento até o final desse mês.

O diretor comentou que parte das câmeras já estão em funcionamento, quantas exatamente estão operando e desde quando? O processo de instalação das câmeras está em andamento. Até o momento, sete já estão em funcionamento. A instalação dos aparelhos de vigilância começou há cerca duas semanas.

O Dr. Fernando afirmou também que as câmeras serão implantadas nas saídas e entradas da cidade. Quais outros pontos de Holambra devem receber o equipamento? Mapeamos pontos estratégicos que garantem ampla cobertura do serviço de monitoramento. Entre eles, vias de entrada e saída da cidade e de acesso aos bairros das zonas urbana e rural.

Porte de entorpecentes é um problema para Holambra também? Como a Guarda Municipal atua nestes casos? As drogas estão presentes e representam um problema em todo lugar. A Guarda Municipal de Holambra trabalha por meio de denúncias e abordagens de rotina. Em caso de confirmação de porte de entorpecentes, o indivíduo é encaminhado para a delegacia de Polícia Civil, que toma as providências necessárias.

Em evento realizado pela Polícia Militar em Holambra o major Ricardo Augusto de Mello afirmou que Holambra é uma das cidades mais seguras do país. Ao que você atribui este resultado? Tivemos avanços muito importantes nos últimos anos. Estabelecemos um trabalho conjunto com as polícias Civil e Militar, que é muito importante. Ao mesmo tempo, a Prefeitura investiu muito para garantir melhores condições de trabalho à Guarda Municipal. O efetivo foi dobrado em 2013, novas viaturas foram disponibilizadas, os equipamentos foram renovados, passamos a ter sistema de rádio digital e tivemos a oportunidade de participar de diversos cursos de reciclagem e capacitação para situações limite. A partir do início de julho, passaremos a contar com o serviço de monitoramento e dois novos veículos deverão ser comprados ainda esse ano. Também em 2013, Holambra passou a contar com uma delegada titular na Polícia Civil. A parceria e as conquistas acumuladas certamente ajudaram a tornar a cidade mais segura.

Existem novos projetos para a área de Segurança no município? Estamos concluindo a instalação das câmeras de monitoramento e projetando, ainda em fase inicial, um trabalho voltado à educação de trânsito nas escolas.

Existem, atualmente, movimentos que reivindicam a desmilitarização da polícia militar e muitos agentes se colocaram a favor desta reivindicação. Como você vê essa pauta? Acredito, acima de tudo, na importância do investimento na capacitação dos agentes de segurança para atuar com responsabilidade diante da grande diversidade de situações que se apresentam diariamente.

Hoje o departamento de segurança conta com qual efetivo para segurança no município? Contamos hoje com um efetivo de 33 guardas, 30 deles em atividade. Em janeiro de 2013 eram apenas 17 atuando regularmente.

Qual a situação da cidade em relação aos crimes de violência doméstica?Os crimes enquadrados na Lei Maria da Penha são o segundo em número de ocorrências e sabemos que nem todos os casos são devidamente denunciados e registrados junto à polícia. Por esse motivo, iniciamos recentemente um trabalho de conscientização a respeito da importância da queixa, que é fundamental para a redução de casos dessa natureza. Sem denúncia, o trabalho é prejudicado e a solução infelizmente acaba ficando mais distante.