11/09/2016

Conheça a arquiteta de Holambra responsável pela mostra de paisagismo na Expoflora

Karina Taccola fala sobre a proposta intimista que o evento trouxe na mostra de paisagismo.

Leonardo Saimon

A arquiteta Karina Taccola transpira arte, elegância e mostra ter propriedade no que faz. Carioca de berço, a Karina reside em Holambra há oito anos e hoje já se considera uma holambrense. Formada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), a arquiteta recebeu o convite para coordenar a mostra de paisagismo e jardinagem da Expoflora 2016. Fala repetidas vezes e com veemência que, este ano, a proposta de decoração trouxe o visitante para mais perto dos ambientes na mostra.

Fala sem titubear que não há futilidades na proposta do paisagismo e contesta quem pensa que precisa gastar muito para ter esse tipo de decoração. Pelo contrário, destaca os benefícios deste tipo de ambiente na residência e dos reflexos positivos que o paisagismo agrega no indivíduo. Durante entrevista, ela explica do carinho que sente pela cidade e do papel que Holambra desempenha no mercado do paisagismo.

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Qual é a proposta da decoração voltada ao paisagismo? O paisagismo é basicamente o uso das plantas na rotina e no dia-a-dia. A maior intenção do paisagismo aqui é mostrar para o visitante que ele pode ter um paisagismo na casa dele. E que não precisa ser um paisagismo muito caro ou oneroso a ponto de ele não conseguir levar para a casa dele. A gente entende que o paisagismo visa incentivar o cultivo de plantas.

O brasileiro tem o hábito de trabalhar o paisagismo em casa? O que a gente percebe, é que o brasileiro tem muita vontade de se aproximar da vegetação e das plantas. Só que a nossa rotina de vida atrapalha muito isso porque a planta precisa se regada ou necessita de alguma manutenção.

Como é feito o processo de escolha dos temas e cada edição? A organização da mostra da Expoflora já começa quando termina uma. Quando a edição termina nós já começamos a pensar quais devem ser os temas do próximo ano. Mas isso ainda fica em um plano mais mental, fica somente nas ideias. A gente começa realmente a trabalha a partir de fevereiro. A gente senta junto com a equipe da Expoflora para nós montarmos e desenvolvermos temas e organizar o plano de ação para o desenvolvimento da mostra de paisagismo.

Quantos profissionais estão envolvidos na mostra? São 19 profissionais. Nós temos 19 ambientes aqui e cada ambiente ficou com um profissional e esses profissionais são de diversas áreas, todas ligadas ao paisagismo e a decoração. Então, nós temos paisagistas, arquitetos e designers. São muitos profissionais envolvidos aqui.

Qual é o principal objetivo da mostra de paisagismo desta edição? O principal objetivo do paisagismo é trazer uma leitura mais próxima e mais íntima do visitante. Nós trouxemos ambientes de uma casa para facilitar esta relação. Ele se identifica mais. No momento em que ele visita a mostra e vê o ambiente de um banheiro, uma cozinha ou um espaço Gourmet ele pode repetir este ambiente na casa dele. Além de aproximar o ambientes do visitante, nós também queríamos aproximar o cultivo das plantas para a realidade desta visitante. Por isso nós usamos plantas de fácil manutenção e que pudessem ser reproduzidas na casa deles.

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Os custos para reproduzir esses ambientes em casa são altos? Aqui a gente tem várias opções de produtos reutilizáveis. A hora que o visitante andar pelos espaços ele vai perceber que existem um monte de opções que são econômicas.  Um produto que foi reutilizado e tem uma nova leitura. Isso é bacana porque ele pode reproduzir na casa dele. Renovar algum material, usar de um espaço e colocar em outro espaço, dar um novo uso para aquele objeto e isso ele vai poder conferir também.

Quais foram os espaços que você reproduziu na mostra? O primeiro espaço que eu criei aqui foi o jardim de inverno, que onde estamos agora. Esse jardim de inverno seria o núcleo da vegetação dentro da casa. A parti deste ponto é que eu fui criando os espaços dentro deste jardim. Eu criei uma vegetação com manutenção bem baixa, os móveis foram escolhidos de madeira, material rústico pra que a gente possa ter esse contato imediato com a natureza e criei um espaço, dentro do jardim, para que fosse uma área de encontro: tem um sofá, uma grande mesa, para que as possam possa ficar ao redor e se encontrar neste espaço. É um espaço também para que a pessoa possa se refugiar quando ela quiser está um pouquinho mais quieta. Para isso foi colocado um cantinho com uma rede onde ela pode ver toda a vegetação. Este espaço aqui, eu fiz em parceria com o Joacir Alves, um paisagista aqui da cidade e mais outros dois espaços que eu fiz sozinha.

Existem várias mostras de paisagismo e decoração pelo Brasil. Qual o diferencial do que é feito durante a Expoflora? Nós somos a única mostra de paisagismo no Brasil. Nós vemos outras mostras que são de decoração e de interiores, mas não tem o foco específico no paisagismo. Este é um dos nortes para os profissionais. A partir do momento que eles aceitam trabalhar aqui com a gente eles sabem que o paisagismo é o número um dos elementos que precisa se ter nos espaços. Quando você anda pelos espaços, você percebe a presença de muita vegetação nessas áreas.

Todos os profissionais que atuam na mostra são de Holambra? Não, não. Eles são de diversas regiões. A gente tem paisagistas que são de São Paulo, de Campinas, de Socorro e tem de Jaguariúna.

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De que forma Holambra pode inspirar os paisagistas para uma decoração diferenciada? Eu acho que Holambra, só pelo reconhecimento que ela tem de Cidade das Flores, ela já carrega uma carga muito grande do paisagismo. Então, ela vem a estimular. Quando a pessoa sai da casa dela e vem para Holambra presenciar um evento desta magnitude e ver a mostras de paisagismo, ela se sente mais motivada e animada para levar isso pra casa dela.  Acho que este é o papel de Holambra.

Quais foram suas inspirações ao criar os ambientes que você desenvolveu? Acho que minhas inspirações vêm sempre das emoções, do sentimento e isso para todos os meus projetos. O momento em que você vai pensar no projeto e olha para o seus sentimentos, vai brotando o projeto e ele vai se concretizando.

O que Holambra representa para você? Eu adoro a cidade de Holambra. E eu me identifico muito com a cidade e com o ritmo da cidade. Por ser uma cidade pequena, próxima aos grandes centros e a tranquilidade da cidade. Eu acho que a cordialidade que tem no espírito de Holambra me faz muito bem. Eu adoro morar em Holambra.


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