Alunos passam mal e pais reclamam de merenda escolar em Holambra

Da redação 

A filha de Jhenifer* tem cinco anos e estuda na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Jardim das Primaveras, no Centro de Holambra. Segundo o relato da mãe, todos os dias, quando chega da escola, a criança desce do ônibus já dizendo a mesma frase repetidamente: “mãe, estou passando mal de novo”. O “de novo” significa que todos os dias essa mesma cena se repete. “Ela estuda a tarde e eu não sei o que estão dando para ela. Sei que já mandei um recado, mas, até agora, ninguém da escola me respondeu”, conta.

Já Regina tem dois filhos. Uma menina de oito anos e um menino mais novo, de apenas quatro. Ambos são alunos de escolas municipais de Holambra. “Eles já desistiram de comer o que oferecem na escola, passam o dia todo sem comer. Quando comem, passam mal. É certeiro.” Ela explica que a situação se repete desde o ano passado. “Fico com muita dó e não sei o que fazer, pois eles precisam comer. Não sei o que é pior”.

A filha de Amanda, de seis anos, estuda na EMEB Jardim Flamboyant e passa pela mesma situação. Segundo ela, o problema é ainda mais antigo do que o de outros alunos. “Isso já vem de três anos. Dor de barriga todos os dias e não tem escovação dos dentes na escola”. Todos estes problemas levaram Simone Helena, outra mãe que enfrenta a mesma situação, a relatar o caso nas redes sociais, gerando grande repercussão. Na publicação, Simone explica que, além dos problemas dos filhos com dores de barriga, faltam colchonetes para as crianças dormirem. Alguns pais, inclusive, estariam levando colchões de casa para serem utilizados pelos pequenos.

De acordo com Simone, que tem três filhos, a comida servida na Escola Municipal Parque dos Ypês é muito pesada. “Até o médico no qual levei as crianças disse que os pratos servidos são muito pesados para crianças. Linguiça, Estrogonofe, é muito indigesto para essa idade”. Um dos filhos tem apenas seis anos e passa o dia todo na escola. “As vezes eles me ligam e pedem para que eu vá buscá-los”, finaliza.

Prefeitura

Após conversar com as mães que relataram as ocorrências, o Portal Holambrense entrou em contato com a Prefeitura do município a fim de obter um posicionamento do departamento municipal de Educação. Por meio de nota, o Executivo afirmou que, em primeiro lugar, não há nenhuma evidência e nem se pode atribuir à merenda escolar, oferecida diariamente a mais de 2.500 crianças atendidas pela rede, a responsabilidade pelos problemas isolados de mal-estar que foram relatados.

O Executivo frisa ainda que não houve, em absoluto, nenhum episódio de indisposição coletiva de alunos nas escolas ou creches da cidade – e que todo alimento servido é preparado nas unidades de ensino do município com rigoroso controle por parte dos profissionais.

A respeito da falta de colchonetes, O departamento informa que cada unidade escolar realiza seu planejamento no início do ano de acordo com o número de alunos matriculados e que o cronograma de atividades foi reorganizado de modo a atender, de imediato, todas as crianças, sem exceção, com colchonetes no período reservado ao descanso das turmas do período integral.

O departamento de Educação ressaltou que está de “portas abertas para o esclarecimento de eventuais dúvidas ou questionamentos de pais ou responsáveis”, reforçando que “lamenta profundamente a politização partidária de temas relacionados à educação e ao cuidado das crianças holambrenses, que em nada colabora para o diálogo e a melhoria da assistência e do ensino oferecidos aos estudantes”.

*O nome de algumas das fontes utilizadas foi substituído conforme foi solicitado pelas mesmas 

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